Nora do Demônio

Capítulo 7

Na hora do almoço não me deu nem um pingo de vontade de comer aquela comida nojenta que eles serviam neste lugar, mais como as coisas são muito rígidas aqui, fui obrigada a comer, mais Emily me deu uma dica que ela usava frequentemente, que é cuspir a comida quando não tem ninguém olhando.

As coisas aqui neste lugar eram sempre muito confusas, tinham pessoas que já haviam até perdido a esperança por uma nova família, e eu confesso que tenho um pouco de medo, pois um dia alguém vai ter que me adotar e tenho medo de cair nas mãos de algum psicopata como o Jhon novamente!

As nove horas da noite, era obrigatório que todos nós estivessemos dentro de nossos quartos, onde eles nos deixavam trancados até a hora de acordar no outro dia, era meio assustador as coisas nesse lugar durante a noite, pessoas gritando, apanhando, pedindo socorro, e o pior é que se eu tentasse ajudá-las acabaria sobrando pra mim.

Já estava na hora do toque de recolher, mas eu não estava com um pingo de vontade de me deitar, mas aqueles remédios que eles me dão frequentemente me deixam com muito sono, então resolvi ir dormir...

No meio da noite, eu acordei as três horas da madrugada novamente, com aquelas vozes me chamando,só que dessa vez elas diziam a mesma frase repetidas vezes, "terás uma nova vida, terás uma nova vida",fiquei um pouco assustada, então logo chamei a Emily:

- Ei Emily, acorda!

- O que foi Janie?

- Você também está ouvindo essas vozes?

- Que vozes? Volte a dormir, não me diga que já esta ficando maluca como as outras pessoas daqui?

- Estou falando sério! Isso já aconteceu comigo antes, mas eu estava tão preocupada com a minha mãe que não ligava muito...

- O que essas vozes dizem ?

- Terás uma nova vida! E são vozes baixas, o que será que está acontecendo comigo? Será que estou mesmo ficando maluca? - falei assustada com o coração acelerado.

Até que Emily falou:

- Olha, não quero te deixar mais preocupada, mas isso está me parecendo com algo sobrenatural, acho que você deveria procurar saber mais sobre isso!

- Acha que pode ser algo demoníaco? Meu Deus! E agora, o que eu faço?

- Volte a dormir, é o melhor que você pode fazer!

Virei para o outro lado da cama, e tentei fechar os olhos até que finalmente peguei no sono.

No dia seguinte acordei com uma sensação entranha, como se tivesse algo soprando no meu ouvido, mas eu olhei pro lado e não havia nada! Até que olhei na folha do caderno que estava na escrivaninha que tinha ao lado da minha cama , e na última folha estava escrito a mesma frase que eu ouvi, "Terás uma nova vida". Fiquei muito assustada, então joguei o caderno no chão e comecei a chorar, logo em seguida entraram alguns enfermeiros e me doparam de remédios, acho que eles estavam pensando que eu estava tendo um ataque de loucura, e a única certeza que eu tinha, é que eu não podia mais contar sobre essas coisas para ninguém , se não iriam achar que eu estou realmente louca, e eu nunca mais sairia desse lugar, que já é um verdadeiro inferno em vida!

Durante a tarde fiquei pensando muito sobre os acontecidos, e resolvi pegar alguns livros que tinham na recepção, pra pesquisar mais sobre isso, e o mais estranho é que la eu achei um livro com o nome de "Uma nova vida"... Fiquei em choque, pois era uma frase parecida com as outras que eu havia ouvido na noite passada, então peguei o livro e comecei a ler, e nele estava escrito, que somente são capazes de ouvir essas vozes, pessoas que tem uma certa ligação com o demônio, fiquei bastante pensativa e confusa, mais resolvi deixar isso para lá, primeiro eu tinha que me concentrar em achar uma maneira de fugir deste lugar!

Aconteceu também uma outra coisa que pra mim foi bastante estranha, mas nada muito preocupante! O pai da Emily, veio vê-la, o que pra começo de conversa já é bastante esquisito, ele não a via durante três anos , porque isso agora de uma hora pra outra? Emily pediu que eu a acompanhasse até a sala de visitas, e chegando lá ,eu percebi que ele não parava de me encarar , fiquei um pouco constrangida e disse a Emily que ia esperá-la fora da sala, não sei, talvez isso fosse somente uma má impressão minha.