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50º CAPÍTULO OBRIGADAA

Sinceramente, nem cheguei a desejar 12 coisas.
Desejei apenas que aquela noite não acabasse. Num sentido metafórico, claro. Não quero perdê-lo nunca, mesmo que este sentimento morra.
Eu também não quero que ele morra, claro. Mas será possível amá-lo para o resto da minha vida? Passar-mos a vida juntos, crescermos os dois?  Só não o quero perder, por enquanto isso é tudo o que eu peço.
Eu: para onde vamos agora? - digo, assim que a multidão se começa a dispersar.
Harry: já te mostro. - ele retira o telemóvel do bolso e põe-se a escrever.
Eu: mais surpresas?
Harry: ya, pode dizer-se que sim.
Eu: aff. - bufo, revirando os olhos. O Harry ri-se com a minha reação e beija-me na testa.
Depois disto, o Harry segura-me na mão enquanto fala ao telemóvel (com o motorista, provavelmente). Saímos da Tower Bridge e dirigimo-nos para não sei onde, o Harry é o meu novo guia.
Harry: tens sono?
Eu: não...
Harry: claro.
Eu: é verdade.
Harry: e estás a gostar?
Eu: não, eu odeio surpresas.
Harry: ainda vais mudar de ideias. - diz, sorrindo.
Eu: de certeza? - olho para o céu e estendo a mão. - Está a chover.
Harry: estava a ser bom demais, puta de tempo.
Eu rio-me.
Eu: estamos em Londres, já devias estar à espera, não?
Harry: Touché.
Eu rio-me.
Ele coloca o seu braço à volta dos meus ombros, puxando-me para si. Depois, tira uma espécie de parca do bolso e coloca-a na minha cabeça.
Eu: se calhar era melhor ficares tu com ela.
Harry: não quero que te constipes, a tua mãe ainda me chateia.
Eu: mas o teu cabelo... - aponto, rindo-me.
O Harry ri-se também e fita-me. Pouco depois, entrelaça os seus dedos no meu cabelo, tirando o mesmo da minha testa.
Harry: vou beijar-te à chuva.
Eu: tu és parvo. Para quê?
Harry: como nos filmes, Tris.
Eu: isso é tão idiota, imagina que eu estava constipada ou assim.
Harry: cala-te foda-se. - e beija-me, mas este foi interrompido pelo barulho de uma limusine.
O próximo destino espera-me.

***

Entro no carro--, quero dizer, na limusine e sento-me ao lado do Harry.
Eu: não me vais mesmo dizer onde vamos, pois não?
Harry: não.
Eu: nem a ele?
Harry: ele tem ordens, tratei disto tudo antes do Natal.
Eu: wow. - eu encosto-me a ele. Ele coloca o seu braço por cima dos meus ombros e beija-me a testa.
Passamos os próximos 10 minutos em silêncio, até que chegámos.
O Harry sai primeiro e abre o guarda-chuva para eu poder passar.
Eu: que querido.
Harry: é a tua noite..
Eu: ahaha, ainda não me disseste onde vamos.
O Harry aponta para trás de mim. Estou diante de um grande hotel, Sheraton se não me engano.
Harry: fecha a boca.
Eu: mas..como? Uma noite aqui custa uma fortuna!
O Harry pisca-me o olho e pega na minha mão.
Harry: vamos, anda.
Subimos os poucos degraus que se encontram à entrada. E, assim que entrámos, o Harry dirigiu-se para a recepção.
Harry: espera aqui, está bem? - eu aceno afirmativamente com a cabeça.
Olho em meu redor.
Esta divisão é capaz de ser mais cara do que a minha vida inteira.
Claro está que não paga o filho que abandonei, os amigos que perdi, as lágrimas que enxuguei, MAS ENFIM. São tudo mágoas passadas.
Mas ao mesmo tempo, eu olho para o Harry e sinto coisas que nunca senti antes. Posso ter perdido imensas coisas, posso ter errado e falhado imenso, mas ganhei uma coisa melhor. Ele. Isto. A Sarah, o Niall, o Zack, a Kim. Ganhei tanto. Às vezes pergunto-me se o mereço. Se estiver com ele, estou verdadeiramente em casa. Não me importava de me mudar para o outro lado do mundo sozinha com ele. Iria demorar algum tempo a abientar-me, mas ele é a minha casa. O meu ombro amigo, o meu melhor amigo, a melhor pessoa que eu alguma vez irei encontrar. Não vou conseguir arranjar alguém como ele, eu sinto-me tão segura com ele por perto. Nunca senti nada disto por ninguém. Desde os 15 anos que não me sinto tão feliz, às vezes pergunto-me se realmente mereço. Depois de todas as coisas que deixei para trás: os meus amigos, o meu filho. Ainda o tenho aqui. O meu abrigo.
Eu errei tanto e, mesmo assim ganhei imenso. Não quero voltar a errar, principalmente com ele. Eu não vou errar nunca.