Depois de voltarmos à lagoa, contamos o plano aos outros que, receantes, aceitaram.
- Como fazemos com as roupas? - perguntou o Ken.
- Só se as levarmos vestidas... Depois esperamos que sequem.
- Umh... Ok.
Vestimos-nos e mergulhamos na lagoa. Nadar vestida era muito mais difícil e ainda por cima levava o David pela mão. Nadei atravez da cavidade e olhei para cima, esperando que não ouvesse teto. Mas havia. Tinhamos de continuar.
Sentia os pulmões em furia, mas finalmente vi o Gonçalo emergir à minha frente. Sai da água, ofegante, e o David emergiu também, cuspido a água que tinha na boca e no nariz.
Todos se reuniram ali, mas ali onde? Ao longe vimos uma margem e nadamos com dificuldade até lá.
Ao chegarmos a terra, deitamo-nos de barriga para cima na pedra escura.
- Não correu assim tão mal. - disse a Stevei.
As roupas molhadas prendiam-se aos nossos corpos, dificultando o andar e arrefecendo-nos os ossos.
O chão de pedra debaixo dos nossos pés deu de repente origem a um chão de metal reluzente.
- Mas que raio...! - exclamei. À nossa frente, um avião. Ou melhor, destroços de avião. Aproximei-me dele e observei-o com atenção.
- É o nosso! - confirmei.
- Como sabes? - perguntou o David. E apontei para a porta. Todos se aproximaram e Stevei e Laura gritaram, enquanto o Ken vomitava.
Todos os mortos do acidente que nunca chegaram a abandonar o avião.
