Capítulo XXVIII

17 5 1
                                    

 A minha voz sai fraca quando tento falar outra vez.

 - Mas porque é que o vão fazer? Esperem, vocês querem fazê-lo?

- Não... mas não temos alternativa, é uma promessa das nossas antepassadas e ele - a Yag-lien diz, indicando o David com a cabeça - não gosta quando se quebram as promessas.

 Agora tenho de decidir o que fazer. Consegui o que queria, informações, mas não sei qual será o meu próximo passo. Tudo o que quero é libertar o Gonçalo, avisar os habitantes e fugir dali, nem que seja a nado... Mas não as posso deixar aqui, não agora! Afinal, elas são parte da minha família. Bem, mais ou menos.

 Olho a toda a volta, para o espaço que parece ter encolhido e que é estranhamente parecido ao quarto da minha tia-avó. 

 - Quais são os limites da vossa magia?

 - Uhm, o treino, talvez. Uma feiticeira com estudos e concentração e esforço não tem limites. - responde a Secilia. - Porquê?

 Aproximo-me mais delas e sussurro:

 - Quero ajudar-vos. Vou tirar-vos daqui. 

 - Não podes fazer isso! - exclama a Valéria num grito sufocado - O Mestre vai ficar furioso!

 - Vamos dar-lhe o que ele quer, almas.... Mas não humanas. Entregamos-las, fazemos o feitiço e, antes que ele se aperceba, vocês criam uma jangada ou algo parecido. Juntamos os sobreviventes e... Bem, não sei. Só sei que ele não poderá sair daqui!

 - Ah, ai eu posso ajudar. - afirma a Yag-lian. Ela conta-nos que a ilha também faz parte de um feitiço, uma espécie de holograma físico, que obedece apenas às suas ordens. E que pode ser afundado, levando presa a ela todos os que se encontrarem.

 - E não há maneira de ele escapar?

 - Não!

 - Não me digas que estás mesmo a considerar essa hipótese, Yag! - diz a Secilia.

 - Eu não quero ser responsável por mais mortes... A sério que não! E depois de ele ter o corpo? Nem sabemos se vai continuar a precisar de almas! Até nos pode prender para todo o sempre e obrigar a continuar o trabalho das nossas antepassadas. Acho que está é a melhor opção.

 Secilia olha para nós de boca aberta, completamente aterrorizada com a ideia.

 - Ok, podem tentar, mas não contem com a nossa ajuda. - afirma, agarrando o braço da pequena Valéria. Mas esta resiste.

 - Eu também quero sair daqui... Quero voltar para casa, mana!

 Secilia suspira exasperada e leva as mãos à cabeça. Pensa por um segundo e pergunta:

 - Tens a certeza que vai funcionar?

 - Nope.

 - Ainda bem. Conta comigo.

*

 Lá fora, o crepúsculo traz os seus primeiros raios de luz, que iluminam a terra com a sua boa vontade. O sol quando nasce é para todos. Menos para aqueles que estão demasiado ocupados para o encontrar.


 Ai, ai, ai! As personagens parecem ganhar vida por si próprias e estou a perder o controla da história kk! Tudo pode acontecer :3

 Continuem a dar-me o vosso apoio e em breve a Ilha será deixada para trás. Mas, se gostam deste tipo de histórias, mistério e magia, ou coisas assim, estão no lugar certo. Aconselho a leitura do meu outro livro "Tenho muito para contar" e da sequela, ainda a ser escrita, " E depois do que aconteceu".

 Se acharem que sou merecedora de promover os vossos livros, enviem uma mensagem privada ou deixem-me saber nos comentários. <3 






IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora