Capítulo VIII

18 5 0
                                    

A noite estava escura, sem luar e com a fraca luz das estrelas a iluminar o caminho de Isabela. Caminhava sozinha pela praia, perdida nos seus pensamentos. Ao longe, dentro da floresta, no topo de uma árvore frondosa, avistou uma figura e, furtivamente, trepou à árvore para se deparar com Gonçalo, que sismava o horizonte. O rapaz apercebeu-se da sua presença e, sem virar a cabeça para ela, proferiu:

- Boa noite.

- Boa noite. - respondeu, sentando-se no ramo atrás dele. Ele virou-se para ela e fitou-a com os olhos negros como a noite a profurar o seu olhar, entrando na sua alma e lendo os seus segredos. A sensação era avassaladora e Bela teve vontade de desviar o olhar. Não o fez.

- Porque estás aqui? - perguntou Bela.

- Pela mesma razão que tu. Não conseguia dormir.

- Yha...

O calor do momento era impressionante e enchia ambos, inundando-os.

- Pensas-te no que eu te disse? - perguntou ele, misteriosamente.

- Sobre a ilha? - Gonçalo acenou, afirmativamente.

- Esta ilha não é normal. Esconde segredos do início do universo, tão únicos na sua essência. - suspirou - Tudo o que eu quero era ter a liberdade de explorar esta ilha. Descobrir cada segredo e cada mistério. Sentes a força magnética que ela transmite? - Isabela concordou. - É como se estivesse viva...

No horizonte uma nuvem negra aproximava-se, isolando a ilha.

- Vês o que digo?

Tão envolvente como a nuvem negra estava aquele ambiente. Isabela e Gonçalo tinham a cara a poucos centímetros, tal que ela podia sentir o seu hálito quente. As nuvens envolveram a ilha, como se de um sonho se tratasse. Eles estavam tão próximos, os seus lábios quase encostados e, quando a neblina os envolveu, beijaram-se num beijo quente e intimo.

IlhaOnde histórias criam vida. Descubra agora