Ela afasta-me e olha para mim, com lágrimas nos olhos.
- Ok... Que se passa? Que queres dizer? O... o que é isto tudo?! - pergunto, olhando em volta. Stevei olha para as outras e para o David, procurando autorização. Com uma voz profunda e cavernosa, o David responde:
- Prende o humano primeiro.
A mulher e a rapariga avançam, murmurando palavra antigas, arcaimos. Gonçalo é obrigado por uma força invisivel a levantar-se e nos braços aparecem de repente tatuagens negras, entrelaçadas entre os pulços e rodeando a barriga.
Parece em pânico quando diz:
- Bella, ajuda!
- Não! O que estão a fazer? - pergunto assustada. Ao ver-me assim, Stevei inclina a cabeça como se fosse fazer uma pergunta, que fica suspença. Em vez disso, afirma:
- Não te preocupes, não o está a magoar. É um feitiço de enlace que funciona como uma corda delux.
- Mas porque é que lhe fazem isto?
- Oh, para que ele não nos possa incomodar, mana. - diz a mais nova, correndo para ao pé de mim e agarrando-se à perna da Stevei. A mais velha junta-se a nós depois de amordaçar o Gonçalo e o entregar ao David, que o fita desinteressadamente, um boneco do qual nos cansámos mas não temos corajem de deitar fora.
- Vamos pôr-nos mais confortáveis, sim? - pergunta a mulher e, com um estalar de dedos, a forma da gruta muda completamente de uma espécie de laboratório alquimista para uma sala de estar, com quatro pufes no centro, rodeando um mesa de chá antiga. As paredes estão cobertas com cortinas vermelho sangue-seco, criando um ambiente mistico com um ligeiro cheiro a insenso.
- És servida? - pergunta a Stevei, sentando-se num dos pufes. As outras também estão sentadas e sinto que devia estar ali, sentada a conversar... Olho para o David e o Gonçalo, a um canto, fora de cena. Não sairemos daqui se não seguirmos as regras.
Sento-me.
- Ah, agora estamos a entender-nos. - sorri a mais nova, servindo-me um chá verde. Pego na caneca, quente, mas volto a poisá-la.
- Quem são vocês? - arrisco - Porque me tratam como irmã?
- Hum, é normal. O sangue por vezes anda espalhado... - diz a Stevei.
- Sim, espalhado e perdido. É triste quando não sabemos quem somos não concordas? - pergunta-me a mais velha.
- Bom, apresentações são necessárias. - diz a Stevei - Chamo-me Secilia.
- Não! Tu chamas-te Sthephanie... Certo?
Elas riem.
- Esse é o nome que os meus pais me deram. Eles não tinham o meu sangue e usar o nome que me deram é um ultraje a quem sou. Mas bom, como eu dizia, a menina*
- Não sou uma criança! - interrompeu a rapariga em questão.
- Como queiras; Chama-se Valéria e a senhora é a Yag-lian.
- Prazer. - digo - Isabela.
Risinhos - Nós sabemos, a Sas contou-nos. - diz a Valéria.
Calculo que a Sas seja a Stevei, ou melhor, a Stevei seja a Secilia, não, a Secilia é a Stevei mas o diminuitivo é Sas... Algo assim.
- Ok, e o que... são?
- Oh, não é óbvio? - pergunta a Yag-lian - Somo feiticeiras, bruxas, se preferires.
- Não prefiro. Uhm, e a parte da irmã?...- Então, também tens sangue.de feiticeira, sentimo-lo à distância! - diz a Valéria e, olhando para a Stevei, acrescenta - A maior parte das vezes.
- O quê? Não, eu não sou feiticeira... Não faço magia, não tenho varinha - risos - nem nada disso.
- Nós não precisamos de varinhas - diz a Secilia.
- Ok, what ever, não tenho magia.
- Alguma vez tentaste?
Lembro-me dos meus livros de mistérios e crimes, oculto e magia e dos feitiços que lá apareciam e eu experimentava.
- Já.
- Uhm, dos livros, provavelmente. - afirma a Yag-lien - Bem, querida, os humanos nunca poderiam ter acesso aos nossos feitiços mas, se queres experimentar, este é ótimo para testares. - e sussurra-me ao ouvido um conjunto de palavras engraçadas.
Sempre quis fazer magia, era o meu grande sonho de criança! E agora tenho a oportunidade de descobrir se tenho o toque mágico ou não.
Mas a que preço?