A expedição

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Levei Tessa até o quarto em que ela ficaria, ela estava quieta, o que ela falou sobre as duas maníacas não saía da minha cabeça, e se Tessa fosse uma armadilha? Uma informante das Geminis? E se ela estiver mentindo para nós? Eu tinha que perguntar.
- O que disse sobre essas Geminis é verdade?- Perguntei.
- Por que eu mentiria?- Ela rebateu.
- Sei lá, porque você é estranha?- Ironizei.
- Garoto, você não tem a mínima idéia  do que pode acontecer, quando elas souberem desse grupo, encontrarão vocês e matarão vocês.- Ela disse.
- Eu não tenho medo de morrer, Fighters são treinados para controlarem o medo em qualquer hipótese possível.- Eu disse.
- Não é medo Maximus, é terror, as Geminis são terríveis!- Ela exclamou, por mais durona que ela fosse parecia ter medo.
- Novata, o Fearless vai vencer, é uma questão de tempo.- Retruquei.
- Sabe que muitos que você ama podem morrer.- Ela disse.
- É inevitável, nessa situação todos sofrem, mas temos que suportar essa dor.- Eu disse.
- Alguns não superam.- Ela suspirou.
- Você não parece ser uma pessoa legal sabia? Nem quando finge.- Falei desconfiado.
- O que está insinuando?- Ela perguntou.
- Chega de enrolação Tessa, você é uma informante das Geminis ou não?- Perguntei com uma expressão séria, ela parou de andar e se virou pra mim.
- Se eu fosse informante delas eu não estaria aqui, eu não seria tão burra a ponto de me infiltrar aqui, pra ser uma informante das Geminis você precisa observar, não agir, você precisa ser cuidadoso, nunca pode falhar, tem que matar e deixar estragos por onde passar e a sua identidade nunca pode ser revelada ou descoberta...assim se descobre um informante das Geminis.
- Não me convenceu.- Eu disse, ela arqueou as sobrancelhas.
- O que?- Ela perguntou, chegamos na porta do quarto em que ela ficaria.
- Eu posso até ser babaca de vez em quando, mas eu sei a hora pra tudo...me dá um bom motivo para confiar em você Bloodwell.- Eu disse, ela ficou encostada na porta e fechou os olhos.
- Quer um bom motivo pra confiar em mim?! Ok, as Geminis mataram a minha família e eu fui escrava das duas, tá bom pra você?!- Ela disparou, me senti culpado, ela abriu a porta do quarto e eu agarrei o braço dela.
- Tessa...foi mal.- Eu disse.
- Tchau Maximus.- Ela puxou o braço dela e fechou a porta rapidamente.
- Tchau novata.- Eu disse em voz baixa.
Eu saí andando, voltei rapidamente para o Centro "F".
- Max!- Vi Abraham Fujishima Claws, primo da Scara, outro Fighter.
- Que foi?- Perguntei.
- Jaydan falou com seu pai e Conrad, eles decidiram organizar uma expedição amanhã, em Nova Chicago, para verificar a situação e ter possíveis notícias das Geminis.- Ele disse.
- Certo...eu acho que precisamos mesmo fazer uma expedição...cadê a Trinity?- Perguntei.
- Conversando com o Jaydan.- Ele disse rindo.- Se é que você me entende.
- Quis dizer dando em cima.- Eu ironizei.
- Na verdade, eu tô bem aqui.- Senti Trinity dar um tapa em minha cabeça e começei a rir.
- Sentimos saudades vaca.- Ironizei.
- Igualmente merda.- Ela disse fazendo uma falsa reverência, ambos rimos.
- Está segura quanto à expedição?- Abraham perguntou para Trin.
- Com certeza, somos treinados, acabamos com as Geminis rapidinho.- Ela disse.
- Assim espero.- Eu disse.
- Concordo com o Max, as respostas do interrogatório já se espalharam, pelo que ouvi essas Geminis são completamente psicopatas.- Abraham disse.
- E o nosso dever é matá-las...- Trinity disse.- Desde que essa epidemia começou, é matar ou morrer...
                                [...]
- Max levanta.- Acordei lentamente, vi Aiden sentado do lado da cama.
- Missão?- Perguntei.
- Expedição esqueceu?- Ele perguntou em tom sarcástico.
- Não pensei que fosse agora, talvez meio dia ou coisa do tipo mas são sete da manhã cara.- Eu disse.
- Deixa de ser preguiçoso Maximus, além disso, tem que buscar a Tessa, ela vai conosco.- Ele disse.
- Ah, que saco.- Reclamei, ele riu.
- Levanta logo cara.- Ele disse, eu apenas ri e levantei, Aiden saiu do quarto, eu tomei banho e coloquei o uniforme.
Saí do quarto, Aiden conversava com Scara.
- Vamos lá merda.- Trinity saiu da cozinha, jogou uma maçã verde pra mim, eu dei um sorrisinho e comi, logo saí do nosso estabelecimento, Aiden e Scara foram atrás de mim.
Cheguei até a droga da porta do quarto da Tessa e tive que contar até dez e rezar para não levar um soco por ter acordado ela.
- Tessa?- Chamei, não obtive resposta.- Tessa abre a porta.- Insisti, mais uma vez só houve silêncio.- Tessa?- Abri a porta e a vi sentada no canto do quarto, ela abraçava os joelhos e eu vi um medo no olhar dela que eu não sabia que ela podia ter.
- Tessa?- Chamei em voz baixa.
- Eles estão aqui!- Ela disse quase chorando.
- Quem?- Perguntei confuso.
- "Canibais"...estão por toda parte.- Olhei em volta, não havia nada, me lembrei que ela era esquizofrênica.
- Tessa não...
- Me tira daqui Maximus por favor!- Ela exclamou assustada, segurei o rosto dela com as duas mãos.
- Tessa!- Eu disse ela olhou fixamente nos meus olhos e se acalmou.- Não tem nada aqui...você tá alucinando.- Eu disse, ela franziu as sobrancelhas e logo o olhar da Tessa que eu conhecia voltou.
- Tira as mãos de mim idiota!- Ela me empurrou.
- Você tá legal?- Perguntei.
- É...eu tô, mas isso não te interessa.- Ela disse.
- Só fiz uma pergunta novata, não precisa se estressar.
- Vamos logo Maximus.- Ela disse, eu sorri, chegando ao Centro "F", Trinity deu um uniforme para ela, pude ver o número de Tessa; 25, esse era o número dela, eu fui para uma das naves, Jaydan estava lá, ele conversava com Trixie Palmer Grenton, minha prima de quinze anos, pode até ser meio nova mas luta muito bem.
- E aí Hyers?- Ela disse sorrindo irônicamente.
- Oi Trixie.- Eu disse, demos um toque de mãos.
- Você tá com uma cara estranha, tá certo que você é feio por natureza mas tá péssimo, dormiu bem?- Ela perguntou.
- Na verdade, acordar cedo me deixa assim.- Eu disse sarcasticamente.
- Sem palhaçadas Max e Trixie, a expedição começou.- Meu pai disse entrando na nave, eu senti a nave começar a voar, peguei meu arco e flecha no compartimento de cima do carro, começei a configurar as pontas de algumas flechas mecânicas para que ficassem afiadas, logo vi Tessa chegando, ela já estava com o uniforme, ela olhou para mim e respirou fundo.
- Quer uma dica?- Ela perguntou.
- Fique à vontade.- Respondi, ela tomou a flecha da minha mão e tirou um frasco com um líquido preto de um bolso do uniforme, ela colocou a ponta da flecha lá dentro.
- Isso é veneno?- Perguntei.
- Aham.- Ela disse.- Vai paralisar a sua vítima instantaneamente e vai matar em segundos, pode usar de quiser, só não se fure com as pontas envenenadas.- Ela advertiu e me deu o frasco, começei a passá-lo em minhas flechas.
- Pra que usa isso?- Perguntei.
Ela me mostrou pequenas garras de ferro presas aos seus dedos.
- Tem veneno?- Perguntei.
- Sim, além de serem altamente cortantes.- Ela disse.
- Como conseguiu isso?- Perguntei.
- Eu costumava roubar algumas coisas da Cassie.- Ela disse.
- Vida louca.- Eu brinquei, ela deu um sorrisinho.
- Sem babaquice Maximus.- Ela disse retornando à seriedade.
Não demorou muito para que chegássemos no centro de Chicago.
- Geminis! Apareçam!- Meu pai gritou, carregando a sua arma.
- Pai, você enlouqueceu?- Trin perguntou, coloquei minha flecha no arco, segurei ela firmemente.
- Seu desejo é uma ordem...humano.- Uma voz feminina disse.
- Jessie...- Tessa sussurrou.
Vi duas garotas aparecerem, ambas de roupas pretas, uma nos olhava com olhar de superioridade, a outra sorria de um jeito cínico.
- Ai minha santa ignorância, aonde estão nossos modos maninha?- A sorridente perguntou, ela tinha uma voz enjoativa.
- Nem nos apresentamos.- A outra sorriu diabólicamente, a voz dela era estridente.
- Sou a Cassie Irons Duncan.
- E eu sou a Jessie Irons Duncan.
- Nós somos as Geminis.- Elas disseram em uníssono, todos se entreolharam.
- Ah meus brinquedinhos...- Cassie começou.- Não tenham medo, o show já vai começar bebês...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora