A chacina: Parte um

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- Que tipo de assuntos?- Perguntei.
- Bom, eu fiquei sabendo do resultado das pesquisas, me repassaram as informações, falando nisso, cadê o "Vampiro"?
- Fugiu senhor.- Eu disse.
- Menos um.- Ele respirou fundo.- A questão é que os resultados não foram como eu esperei que fosse, as coisas foram bem diferentes, creio que se os resultados fossem outros as coisas seriam bem diferentes...vamos direto ao ponto...- Ele tossiu, Zella já estava de braços cruzados, Tessa estava séria assim como eu.-...Sabemos que a garota é perigosa, "Vampiros" também são, agora estamos bem mais ameaçados do que jamais estivemos e a única solução que me veio a mente foi...
- Disse que ia direto ao ponto.- Interrompi, ele ficou irritado.
- Vamos sacrificar a garota, pelo bem do Force Field.- Ele disse.
- O que?!- Coy exclamou.
- Vai ter que passar por cima de mim primeiro.- Eu disse em tom ameaçador.
- Dux isso não é necessário.- Zella disse.
- Só eu sei o que é necessário para o bem de vocês.- Ele disse.
- Não cara, você é doente, matar uma criança?! O que deu em você?!- Perguntei.
- Guardas.- Ele disse, logo alguns deles começaram a tentar me prender e a levar Coy para longe, ela gritava e eu me debatia para salvar ela, mas era quase impossível fazer alguma coisa, já estavam segurando, Jaydan, Zella e Tessa também.
Até que escutamos um barulho forte, e vi que o grande campo de força que cobria o local estava desaparecendo, todos pararam e olharam para cima, o céu estava cinzento parecia que ia chover muito.
Haviam naves paradas sobre o lugar, todas lado a lado, não eram pequenas, eram enormes, eu ouvi a voz de Era dizer: "Um"; Eu não estava entendendo nada, e de repente as naves começaram a voar atirando fogo na pequena cidade que costumava ficar embaixo daquele campo de força.
- Que é isso?- Dux perguntou confuso.
- São unicórnios voadores cuspindo arco-íris, claro que é um ataque seu idiota!- Tessa se soltou.- Precisamos correr!
Peguei Coy no colo, todos começamos a correr com toda a rapidez que podíamos, inclusive Dux, íamos correndo e vendo os prédios sendo queimados, desmoronando, e as naves não paravam de atear fogo no lugar, pessoas corriam como formigas, um pedaço em chamas de um dos prédios caiu em cima da cabeça de Dux, ele caiu no chão inerte, eu sabia que ele não tinha chance, ele morreu.
Os pedaços dos prédios iam caindo, eu precisava saber aonde meu pai estava, o cheiro da fumaça começou a fazer minhas narinas arderem, cobri meu nariz com a minha camisa e tentei continuar correndo, Coy parecia só um pouco assustada com o que estava acontecendo.
Até que uma hora as naves pararam de colocar fogo na cidade, eu fiquei parado olhando o fogo consumir tudo, Zella tossia muito, eu estava preocupado com meus amigos e com meu pai, Tessa pegou Coy dos meus braços e a abraçou, eu só continuava encarando o cenário.

Até que uma hora as naves pararam de colocar fogo na cidade, eu fiquei parado olhando o fogo consumir tudo, Zella tossia muito, eu estava preocupado com meus amigos e com meu pai, Tessa pegou Coy dos meus braços e a abraçou, eu só continuava encar...

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De repente escutei um barulho estridente vindo de cima, vinha das naves, era como o som de uma corda de violino desafinada só que mais alto e pior, logo escutei a voz de Era dizer: "Dois".
Eu sabia que só podia significar uma coisa ruim, do nada as naves voaram para o centro da cidade e formaram um círculo, elas começaram a jogar muita água no meio e foram se espalhando, e a quantidade de água era tanta que começou a inundar tudo, a água chegava cada vez mais perto, Tessa subiu em uma árvore alta com Coy, as duas ficaram no topo dela, logo eu e Zella fizemos o mesmo e ficamos em galhos um pouco abaixo daqueles em que Tess e Coy estavam; Enquanto o nível da água subia cada vez mais, eu ficava olhando para o centro, a água chegou a subir tanto que meus pés já estavam sendo sumindo em meio a ela, e como se não bastasse ainda começou a chover.
Uma das naves jogou uma coisa no centro (provavelmente uma bomba) e foi suficiente para que várias ondas grandes começassem a se formar, inclusive uma que vinha em nossa direção, não tinha como correr, não tinha jeito, teríamos que enfrentar aquela onda.
- Preparem-se!- Zella gritou, Coy segurou Tessa com força, eu me segurei ao galho e respirei fundo, a onda só ia se aproximando cada vez mais, o som de pessoas gritando foi abafado com toda a água, quando eu vi que a onda estava prestes a nos atingir eu prendi o meu fôlego, fechei os olhos e senti o impacto da onda.

- Preparem-se!- Zella gritou, Coy segurou Tessa com força, eu me segurei ao galho e respirei fundo, a onda só ia se aproximando cada vez mais, o som de pessoas gritando foi abafado com toda a água, quando eu vi que a onda estava prestes a nos atin...

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Trinity sempre me disse que morrer por afogamento era uma das melhores formas de morte na opinião dela, eu nunca concordei, é desesperador tentar respirar e não conseguir e perceber que seu oxigênio está acabando.
Eu sentia o impacto com objetos, sentia os cortes na minha pele arderem, resolvi abrir os olhos e vi que a água estava ficando vermelha por causa do sangue que eu ocasionalmente perdia por causa dos ferimentos, eu constantemente colidia com outras pessoas, eu nem sabia como eu tinha tanto fôlego para aguentar aquilo, e uma hora meu peito começou a arder, eu tentava emergir mas aquela correnteza era muito forte e nadar nela era difícil.
Aquela água foi ficando marrom e escura, cheguei ao ponto de não conseguir mais ver o que estava acontecendo debaixo da água, meu ar já estava indo embora, e eu me debatia, eu só me feria mais e mais com objetos que eu já nem sabia o que eram, meus ouvidos começaram a doer e concluí que eu deveria estar em uma parte funda, eu já sabia que precisava tentar emergir, mesmo com aquela correnteza maldita que quase me sugava assim como sugava meu oxigênio, eu não podia tentar respirar porque provavelmente inspiraria água ou engoliria a mesma e além de me afogar eu ia morrer engasagado, eu começei a tentar nadar para cima, parecia inútil, eu estava perdendo forças, só não tinha certeza se estava perdendo tempo, eu enfraquecia a cada tentativa e não sabia o que podia ser pior, a fumaça inalada anteriormente ou aquela onda me consumindo, eu já estava tão fraco a ponto de não conseguir me mexer muito, como se eu sentisse que só havia um pouco de ar nos meus pulmões, cansaço e agonia eram as únicas coisas que podiam descrever o que eu sentia, a água já preenchia minhas narinas e eu fiz uma coisa que não deveria ter feito, entrei em desespero.
Eu me debatia e percebi que alguma coisa mudou na corrente, era como se estivesse voltando, eu fechei os olhos, senti algo puxar minha camisa, começei a tossir água, senti um alívio súbito, eu estava fora da água, eu começei a respirar normalmente, olhei para cima e vi Ferdinand.
- Quase se afogou hein garoto?- Ele perguntou em tom sarcástico.
- Ferds.- Eu disse.
- Estou aqui.- Ele disse.- Vivo, em carne e osso, bendito conhecimento sobre tsunamis.- Ele riu.
- Já passou por um tsunami?- Perguntei.
- Não no país, mas fora dele já.- Ele respondeu, olhei para baixo, eu percebi que estava no teto de uma casa, provavelmente um sobrado, olhei para baixo e vi que a água estava baixando, eu me preocupava com todas as pessoas que eu me importava e que estavam no Force Field.
- Você se machucou muito garoto, é a primeira vez que enfrenta uma coisa assim?- Ele perguntou, só então percebi que os cortes no meu braço, nas minhas pernas, e na minha barriga sangravam, não era muito, por sorte.
- É.- Respondi.
- Teve muita força, a maioria não deu conta de sobreviver assim.- Ele disse.
- Eu acho que ainda não acabou, essa estupidez de ataque.- Eu disse.
- Por que acha isso?- Ele me perguntou.
- Eu não sei, é só uma impressão.- Dei de ombros.
A água ia secando cada vez mais, mesmo com a chuva forte, até que escutei um som, "Três" foi o que eu ouvi a voz de Era dizer, eu já tinha uma noção do que poderia acontecer...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora