Segundo Ataque: Parte um

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- É aqui.- Anahi nos levou a um prédio, e disse isso após parar em frente a uma porta com o número 403 pintado em azul, ela abriu a porta e alguns homens e mulheres estavam lá, todos humanos.
- Max, tem certeza que são de confiança?- Trinity me perguntou um pouco assustada.
- Não tem outro jeito a não ser confiar nela Trin, não entenderá bem até recuperar totalmente a sua memória.- Eu disse a ela.
- Ania?- Uma garota com franja e cabelo preto perguntou.- Quem são eles?- Ela desconfiava de nós.
- Aliados.- Anahi respondeu.
- Pode baixar a guarda estressadinha.- Igor disse, a garota bufou.
- Aldous e seu grupo proporam a idéia de uma união baseada em nosso mutualismo com objetivos em comum: Acabar com a escravidão de Erika Sanderson e salvar a nossa espécie.- Ela disse.
- E por que sairiam do lado deles pra ajudar humanos?- A garota perguntou.
- Porque não somos monstros.- Liam disse.
- E não somos todos maníacos, um infectado não pode querer paz com um humano? Que diferença faz?- Ashcroft argumentou.
- Nosso tempo de paz com maníacos acabou há quase oito meses.- Ela rebateu.
- Errado, o seu tempo de paz conosco acabou. Mas que escolha você tem a não ser calar a boca e aceitar?- Perguntei, ela ficou me encarando e baixou a cabeça.
- Obrigada Maximus.- Anahi disse e se virou para seu grupo novamente.- Somos extremamente bem preparados para tudo isso, com certeza vamos conseguir enfrentar mais essa, mas me façam um favor, não vençam só a batalha quando sabem que podem vencer a guerra.
- Sim chefia.- Todos disseram em uníssono ao ouvirem Anahi falar, ela realmente botava moral naquele lugar.
- Partiremos armados agora meus bons soldados, afinal, somos quinhentas pessoas aleatórias apenas? Não, somos um verdadeiro exército, unido, que conhece a força e o poder da verdadeira confiança, da lealdade e do amor que temos uns pelos outros, isso nos torna mais fortes do qualquer Knight que Era tenha.
Então por tudo o que já passamos nos últimos meses para chegar até aqui vivos, lutem para que possamos passar mais uma vida inteira do mesmo jeito, nós sobrevivemos e vamos continuar sobrevivendo a cada dia, a cada lâmina que for lançada, a cada flecha que for disparada, a cada tiro que nos atingir e a cada veneno que nos for injetado não esqueçam o verdadeiro significado da Impugnação. Nós resistimos hoje, resistiremos amanhã e vamos continuar a resistir sempre!- Todos gritaram e aplaudiram.- Bem-vindos à Nova Era meus amigos!- Ela exclamou, Luke ficava olhando que nem um retardado.
- Eu sei o que é isso.- Eu disse pra ele enquanto aplaudia, ele riu e desviou o olhar dela.
- Cala essa boca Max.- Ele disse.
- Luke já está com a Anahi? Cara, você me dá orgulho.- Liam deu um sorriso malicioso.
- Vai lá dizer pra Ashcroft como ela é linda Liam.- Luke riu.
- Já sei de tudo.- Percebemos que Ashcroft estava ao nosso lado, felizmente ela não parecia brava, só estava séria.
- Treinadora Fairy?- Liam arregalou os olhos.
- Ashcroft.- Ela disse.
- Desculpa, o meu irmão tava zoando, eu juro.- Ele disse, eu ria em silêncio junto com Luke.
- É mesmo?- Ela levantou as sobrancelhas.- Pois sabe o que eu acho disso?- Ela se aproximou dele como se fosse bater nele.
- Você vai mesmo me bater? Foi o Luke eu não fiz...- Antes que ele pudesse terminar ela deu um beijo nele, eu e Luke paramos de rir e ficamos olhando para os dois.
- Agora sim fiquei com inveja.- Luke brincou com um sorriso malicioso, eu dei risada, mas aí eu lembrei da Tessa, lembrei do quanto era difícil ficar sem ela e do quanto eu tinha sentido raiva pelo que ela fez.
- Podem me chamar de Fay, a propósito.- Fairy disse sem perder o tom autoritário.
- O que deu nela?- Luke perguntou.
- Eu sei lá, só sei que eu gostei.- Liam disse.
- Garotos.- Eternity veio até nós.- Vamos.- Ela disse, assentimos e começamos a nos preparar...

Eu sentia uma coisa ruim, como se fôssemos todos morrer, mas eu tive paciência e controlei a merda toda que eu sentia, tudo o que me deixava bolado.
Quando meu pai anunciou que meu esquadrão deveria ir eu já tinha em mente uma coisa, achar a fórmula da cura e depois tentar dar um fim nisso tudo.
Por sorte Era estava despreparada e os soldados dela também, quando entramos os funcionários se renderam, sabiam que não iríamos fazer uma chacina, sabiam exatamente a quem queríamos, eu ordenei ao meu esquadrão: - Fiquem aqui e lutem, eu tenho que fazer uma coisa sozinho. Peguei meu arco e minhas flechas, os soldados vinham para cima de mim e eu atirava as flechas neles.
- Maximus.- Ouvi um sussurro e olhei para o lado, era Oliver encapuzado.
- Oliver?- Perguntei.- Por onde andou esse tempo todo cara?
- Explico mais tarde, precisam agir, fiquei sabendo que precisa da fórmula da cura por seu pai.- Ele disse, fiquei confuso e desconfiado.
- O meu pai?- Perguntei.
- É, eu sei aonde está a fórmula.- Ele disse.
- Onde?- Perguntei.
- No quarto de Era.
- Tá de sacanagem comigo né?- Perguntei.
- O último lugar em que procurariam.- Ele deu de ombros, bufei.
- Que seja, me leva lá.- Revirei os olhos e passei.
- Vai precisar de cobertura.- Eternity disse.
- Eny se Era te ver...
- Vai ter um ataque cardíaco.- Ela mostrou as mãos, tinha sangue nelas.
- O que você fez Eternity?
- Matei Igor.- Ela sorriu.
- Você fez o que?- Arregalei os olhos, ela começou rir.
- É brincadeira, é um plano meu e dele.- Eu disse.
- Não temos muito tempo.- Oliver apressou, eu olhei para os dois e puxei Eternity pela mão direita, fomos correndo até o lugar que Oliver indicou, até que senti algo se grudar em minhas costas e caí no chão fiquei tremendo, aquilo me estonteou, Oliver olhou para trás e atirou em um provável soldado, pude ver um tiro de raspão acertar o pescoço de Eternity, ela se controlou para não gritar, Oliver tirou o aparelho de mim.
- É chamado de Paralisador, tem um veneno no aparelho que se ficar grudado na pele de uma pessoa por cinco minutos pode paralisar e matar.- Oliver me ajudou a levantar, eu ainda me sentia tonto.
- Essa droga é forte.- Eu disse e olhei para Eny.
- Você está bem?- Perguntei a ela.
- Dá pra aguentar.- Ela disfarçou a vontade de chorar.
- Tem cert...
- Tenho.- Ela me interrompeu, senti algo pontudo e frio encostado na minha cabeça, tive quase certeza de que era uma faca, pra variar.
- Largue as armas arqueiro.- Ouvi uma voz dizer, coloquei meu arco e minhas flechas no chão, o provável soldado me empurrou e eu caí de joelhos.
- Pode deixar ele comigo.- Oliver estendeu a mão.
- Acha que eu sou burro? Eu sei de sua conspiração contra Era seu rato, ouvi a conversinha de vocês, sabe o que a soberana fará com você ao descobrir?- Ele perguntou, Oliver deu um sorriso.
- Ainda sou o seu comandante soldado, me dê a faca.- Ele disse.
- Não.- O soldado disse, Eternity pegou uma flecha e cravou na testa dele enquanto ele estava distraído com Oliver, eu senti um alívio tomar conta de mim.
- Obrigado Eny.- Eu disse.
- Vamos acabar sendo mortos se não formos logo.- Ela pegou minhas armas do chão e me entregou.
- Eternity está certa.- Oliver concordou e saiu andando, me levantei e fui atrás dos dois, no último andar havia um corredor vazio com uma porta de vidro grande e uma outra porta branca, Oliver abriu a porta, era um lugar enorme com uma janela grande, uma cama grande, paredes com estampas verdes e douradas, um candelabro com velas (macábro), e vários aparelhos estranhos e uma estante de livros enorme.
- Darei cobertura.- Eternity disse, ela pegou dois revólveres na mochila.
- Oliver você irá fingir que Maximus te rendeu, assim Era não desconfiará.- Ela disse.
- Desconfiará sim, se formos fazer isso temos que fazer direito.- Ele rebateu.
- Então o que sugere?- Ela deu de ombros, Oliver tirou a camisa do nada, Eternity desviou o olhar e eu tentei não rir dela.
- Vou fingir que estou dormindo.- Ele disse.
- Fala sério, você já dormiu nessa toca do inferno?- Perguntei ironizando.
- Não é tão ruim quanto parece.- Ele sorriu.
- Então eu fico com um e você fica com outro.- Eny me entregou um dos revólveres.
- Vou lavar as mãos depois de sair daqui.- Eu disse, ele fechou a porta e se deitou na cama, Eternity ficou escondida em um canto do quarto.- Onde está a fórmula?- Perguntei.
- Olha na estante de livros.- Ele sugeriu.
- Tá de sacanagem né? Já viu o tamanho disso aqui?
- Livro vermelho, é só puxar.- Ele disse quase indiferente.
Eu corri os olhos pela estante, havia um único livro vermelho na primeira prateleira, alcançei-o com uma mão e começei a ler, havia uma fórmula e além disso planos que ela estava fazendo para tomar o controle total das cidades que ainda resistiam, os planos de uma nova sociedade unida mundialmente para que ela pudesse controlar tudo, eu estava intrigado.
- Você já leu essa coisa?- Perguntei para Oliver.
- Não me atreveria.- Ele disse.
Ouvi passos no corredor e baguncei um pouco as coisas para que parecesse que eu havia vasculhado o quarto, a porta foi aberta e Era tomou um susto mas logo deu risada.
- Oliver?- Ela perguntou.
- Um passo e estouro a cabeça dele.- Eu apontei a arma para Oliver, que fingia estar dormindo, ela semicerrou os olhos.
- Maxinho, seu pai nunca te disse que é feio invadir o quarto de uma dama? Ainda mais se você tiver segundas intenções e uma arma.- Ela deu um sorrisinho.
- Esse livro é seu?- Perguntei.
- Se você pegou da minha estante provavelmente é meu, e acho melhor você devolvê-lo meu bebêzinho lindo de olhinhos claros!- Ela fez uma voz fina que me irritava.
- Cadê o bebê?- Perguntei, ela estranhou e começou a rir.
- Como assim?- Ela deu de ombros, joguei o livro para Eternity, ela agarrou o livro e apontou a arma para ela.
- Achou.- Eu disse, Era franziu a testa e olhou para trás, ela ficou parada olhando para Eternity, boquiaberta.
- Sentiu minha falta, "sogrinha"?- Eny disse seriamente, eu esperava uma risada de Era mas não aconteceu, então eu já sabia que as coisas estavam muito sérias...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora