"Assassino"

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No outro dia, fui ver como Courage estava, eu não podia falhar, se ele fosse "Esquizofrênico" como Tessa, obviamente poderia ficar no Fearless, mas se ele fosse "Assassino", "Canibal" ou "Vampiro", ele mesmo tomaria a decisão de sair do Fearless, e com certeza iria acontecer alguma coisa ruim.
Entrei no cômodo em que ele estava, a luz estava apagada.
- Courage?- Acendi a luz, ele estava sentado na maca de costas para mim, me espantei um pouco, ele estava meio sinistro.
- Oi Maximus.- Ele disse, parecia rouco.
- Já está melhor cara?- Perguntei levantando as sobrancelhas, ele deu uma risada que chegava a dar medo.
- Bem melhor.- Ele respondeu, começei a desconfiar, peguei um canivete silenciosamente e fui me aproximando da maca.
- Cory pode se virar?- Perguntei.
- Por que?- Ele perguntou.- Está com medo? Do que eu posso ser?- Ele perguntou.
- Courage olha para cá agora!- Eu disse, subitamente ele empurrou a maca na minha direção e eu caí, deixei meu canivete cair também, Courage avançou em mim, ele segurava uma seringa com sangue, queria injetar em mim para que eu me infectasse, eu segurei a mão dele, ele era mais forte do que eu mas eu continuava aguentando, pude ver a cor dos olhos dele, eram verdes, a mesma cor dos olhos das Geminis, se ele fosse "Canibal" ou "Vampiro" já teria me matado, mas ele quer me infectar, então ele é um "Assassino".
- Cory que é isso cara eu sou seu amigo!- Eu disse, ele riu.
- Amigo?- Ele perguntou, e começou a fazer mais força para tentar injetar o sangue contaminado em mim.
- Você não é meu amigo, você não é nada!- Ele rosnou.- Junte-se a nós Maximus, seja um dos submissos às Geminis! Seja um maníaco!- Eu não sabia o que fazer.
"Fodeu." Pensei, do nada ele largou a seringa e deu um grito, ele caiu para o lado e vi Tessa atrás dele, o canivete que eu segurava antes estava cravado nas costas dele.
- Bloodwell...sua vaca miserável!- Ele exclamou.
- Morre Cyall!- Ela disse, me ajudou a me levantar, ele pegou uma arma ao lado dele e disparou algo na barriga dela, ela caiu no chão.
- Tessa!- Exclamei, ele saiu correndo da sala, com a arma, fui até ela, os olhos dela ameaçavam se fechar, olhei para a barriga dela e para o meu alívio era só tranquilizante.
Peguei ela no colo e a carreguei rapidamente até o cômodo em que ela e Trixie dormiam, assim que Trixie me viu ela se assustou.
- Max! O que houve com a Tessa?!- Ela perguntou.
- Cyall é "Assassino", ele aplicou tranquilizante nela.- Eu disse, coloquei ela em uma das camas improvisadas.
- Ela só vai dormir, que nem faz todo dia.- Trixie consolou, coloquei a minha mão no rosto dela.
"Talvez ela acordasse agora só para me bater." Pensei e ri de mim mesmo, como uma pessoa tão fria consegue ser tão bonita ao mesmo tempo.
- Ela é bem importante para você, não?- Trixie perguntou dando um sorrisinho.
- É...acho que é.
- Sem essa Maximus, tá na cara que você tá louco por ela.- Trixie se divertiu.
- Não é problema seu.- Eu disse.- Quando ela acordar, não diga que estive aqui.- Alertei, tentando passar autoridade, uma coisa que eu realmente não tinha.
- Você que manda capitão.- Ela disse sorrindo, saí do cômodo, fui andando.
- Max!- Vi Abraham, ele estava com uma ferida no braço, ele segurava e era impossível ver o que tinha acontecido com a mão dele na frente.
- Abe, o que foi cara?- Perguntei, ele tirou a mão, ele havia levado um tiro.- Que droga foi essa?- Perguntei.
- Cyall, eu e Trinity tentamos impedí-lo de fugir.- Ele disse.
- Trin? Cadê a Trinity?- Perguntei.
- Ela...levou um tiro também, na perna, Aldous está com ela.- Ele disse, arregalei os olhos, não, a minha irmã não, filho da puta!
Fui correndo até o cômodo de meu pai, Trinity estava deitada sob uma maca, Luna havia tratado o ferimento dela, ela estava olhando para o teto, parecia atordoada.
- Max?- Trinity perguntou.
- Ela está legal?- Perguntei para Luna.
- Uma veia foi rompida, mas ela está bem, não se preocupe.- Ela respondeu.
- Obrigado Lu.- Eu disse.
- De nada Max.- Ela assentiu e saiu do cômodo, meu pai olhou para mim.
- Aquele desgraçado fugiu?- Ele perguntou, sabia que tinha raiva.
- Eu tentei impedir pai.- Eu disse.
- Maximus...- Ele respirou fundo-...Vamos antecipar a S12, sairão hoje à uma da madrugada, eu tenho alguns equipamentos, vou dar a vocês, usem suas armas e boa sorte.- Ele disse.
- Tá mas e a Trin?
- O que farei...tem que entender que Trinity precisa se proteger, você não precisa.- Ele disse, não entendi.
- Ok.- Assenti.
Saí andando.
- Filho?- Meu pai chamou, olhei para trás.- Que o medo não te atinja.- Ele disse, era uma frase que dizíamos em situações em que sabíamos que podíamos nunca mais ver a pessoa, era um encorajamento para que ela lutasse independentemente dos desafios.
- Que o medo não me atinja.- Eu disse, meu pai sorriu.

[...]

O resto do dia inteiro foi resumido em preparação para a missão.
Todos de uniformes, armas, granadas.
Peguei meus arcos explosivos, peguei meu arco, peguei facas e pistolas.
Coloquei tudo em uma mochila.
Já eram dez horas da noite, ainda faltava um tempo para que partíssemos.
- Hyers?- Me virei e vi Tessa, ela já estava com o uniforme, usando as garras de metal, com uma mochila.
- Pelo visto alguém já acordou.- Ironizei.
- É...- Ela sorriu.
- Tá feliz demais, já sei, comeu chocolate?- Perguntei em tom sarcástico, ela riu.
- Não, idiota.- Ela parou de rir.- Eu só...sei lá.
- Ah tá bom.- Eu disse, ela se sentou ao meu lado.
- Trixie me falou do que você fez.- Ela disse.
- E-ela falou?- Perguntei, merda, valeu mesmo hein Trixie?
- É, obrigada.- Ela disse.
- Sério é estranho você tá toda feliz.- Ela começou a rir.
- Sei lá, acho que foi o tranquilizante.- Ela encostou a cabeça na parede.
- Não vou me acostumar com você assim, sou acostumado com a Tessa "Vou te matar Hyers".- Eu disse, ela riu.
- Em poucas horas ela deve voltar ao normal.- Luna sorriu.- Por enquanto está quase bêbada.- Ela disse.
- Cuida dela ok? Até a hora da S12 ela tem que voltar a ser a Tessa.- Eu me levantei.
- Sem problemas Maximus...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora