- Prontos?- Tio Ald perguntou, "Eu não sei" Respondi mentalmente, muitos disseram "Sim" e me achei a criatura mais insegura do mundo no momento, "Calma Eternity, não seja boba, você é muito forte, não é todo mundo que tem cem por cento de habilidade de combate, você consegue, pensamento positivo, deixa de ser ridícula." Pensei.- Vão!- Ele exclamou, porém em voz baixa, eu fui correndo em direção à uma das entradas de Iron Empire.
- É o seguinte, ao meu sinal, todos passam correndo e arrombam esse portão, somente ao meu sinal, entenderam?- Eu disse.
- Sim comandante!- Todos responderam, eu queria silêncio e o ganhei, fiquei prestando atenção no som do ambiente, quando o primeiro som de madeira se quebrando fosse ouvido eu saberia a hora certa de dar o meu sinal e não demorou muito para que acontecesse.
- Agora!- Fiz um gesto com as mãos para que fossem em frente e eles obedeceram, o portão logo se partiu em pedaços, logo os esquadrões de Luke e Liam entraram, a arma pesava, o conector estava em um bolso fechado do meu casaco que cobria meu colete à prova de balas, eu estava nervosa, já entramos lá atirando, os soldados reagiam e haviam muitos Knights, eu soube imediatamente que não seria fácil.
Eu atirava mas minhas balas pareciam não bastar para o número de soldados, mesmo com todas as pessoas, a confusão começou a me confundir, tentavam atirar em mim mas só acertavam o colete, e acabaram morrendo depois que tentaram.
A vantagem é que não haviam tantos andares, alguns dos esquadrões se dividiram e subiram para os outros andares.
O barulho dos tiros consecutivos ao mesmo tempo era ensurdecedor, eu estava com fome e cansada mas sabia que se eu perdesse o foco por um instante sequer podiam acertar minha cabeça, eu tentei subir para os andares mais altos de Iron Empire, subi as escadas correndo alguma coisa puxou pelo pé e mesmo conseguindo me equilibrar um pouco acabei caindo de testa em um dos degraus.
Fiquei atordoada e quando ia me levantar vi uma mulher, soldado como os outros, ela deu um chute na minha cabeça e rolei mais alguns degraus abaixo, percebi que minha arma havia caído quando fui empurrada e que minha testa sangrava, ela deu um sorrisinho tão assustador que mesmo tonta consegui enxergar.
- Se acha esperta? Humana boba.- Ela apontou uma pistola para o meu peito e atirou, por sorte eu estava de colete, me fingi de morta e rolei mais alguns degraus abaixo, ela foi subindo, me levantei rapidamente mas em silêncio, puxei ela pelo cabelo.
- A única boba aqui é você sua vaca!- Exclamei e joguei ela escada abaixo, ela ficou inerte no chão, ouvi tiros e vi alguns soldados, eu me lembrei da minha arma e a peguei atirei em todos os que estavam lá, um maníaco ainda tentou me puxar para baixo mas Brynne me ajudou.
- Sempre eu não é Eny?- Ela perguntou de um jeito irônico.
- Não reclama.- Eu disse atirando em um deles que vinha com uma faca em nossa direção.
- Obrigada, agora estamos quites.- Ela sorriu.
- Não pare Bry, tenho uma coisa para fazer.- Eu disse.
- O que?- Perguntei, um maníaco ia puxá-la pelo braço mas atirei nele.
- Cuidado.- Abraçei ela e subi correndo, me certifiquei de que ela não me seguia, atirei em alguns maníacos no corredor, um maníaco me deu um chute no estômago, atirei nele, um outro pegou minha arma e deu uma coronhada na minha cabeça, depois me agarrou pelo pescoço e pegou uma faca e deu uma risada.
- Vou ter orgulho de levar sua cabeça à soberana, humana.- Ele disse, engoli em seco.
- Pode cortar, covarde.- Desafiei, ele pressionou a faca no meu pescoço e fechei os olhos.
- Alexander!- Ouvi uma voz que me aliviou muito. Igor.
- Mestre Sanderson?- O soldado perguntou, Igor veio até nós.
- Solte-a.- Ele disse.
- O pretende senhor?- Ele perguntou.
- Não diz respeito à você.- Ele tomou a faca da mão do soldado, que me largou, Igor o puxou pela camisa e pressionou a faca contra o estômago do soldado.
- Se você se aproximar dessa humana mais uma vez ou se contar à sua soberana o que houve vou cortar a cabeça de cada membro da sua família e vou pendurar no meu quarto, entendeu?!- Igor perguntou exaltado, eu apenas olhava.
- Sim senhor.- Ele assentiu.
- Agora cai fora daqui!- Ele empurrou o soldado no chão, o mesmo correu, Igor me puxou pelo braço até uma sala.
- Igor?- Perguntei.
- Sua testa está sangrando e seus braços estão roxos.- Ele disse.
- Não foi nada.- Eu disse, ele pegou um lenço umedecido para limpar o sangue da minha testa, logo depois colocou um pequeno pedaço de esparadrapo para estancar o sangue, ele olhava para mim de um jeito tão preocupado que eu chegava a corar.- Obrigada.- Eu disse.
- De nada.- Ele colocou tudo na mesa.- Não me disse nada sobre um ataque senhorita Sparks.- Ele disse sério.
- Me desculpa, eu não queria isso mas eu precisava.- Eu disse.
- Cadê o chip?- Ele perguntou, tirei ele do meu bolso e entreguei a ele receosa.- Não se preocupe, você mente mas eu não minto.- Ele disse.
- Igor...por favor.- Tentei argumentar.
- Cala a boca.- Ele disse e ia sair da sala.
- Porra Igor você está confundindo a minha mente! Você é um monstro, impiedoso e cruel, mas desde quando começamos a conversar você demonstra ser o contrário e agora eu não sei se posso confiar em você ou não! Eu preciso saber o que você tá sentindo, sei que não confia em mim mas eu preciso que me dê segurança.- Segurei o ombro dele, a tensão estava me matando, eu não sabia como não perder o equilíbrio, e ele riu.
- Monstro impiedoso e cruel? Por que ainda me surpreendo.- Ele sorriu.
- Você mata à sangue frio.- Eu disse.
- Não significa que eu seja um monstro.- Ele rebateu, baixei o olhar.- Vou fazer o que me pediu.- Ele afirmou, os olhos cinzas dele faíscavam, ele levantou a manga da camisa e mostrou cicatrizes.
- O que você...
- Sabe o que são?- Ele me interrompeu.
- Feridas que já cicatrizaram.- Eu disse.
- Errado, são marcas.- Ele disse.
- Marcas de que?- Perguntei.
- Quando te vi, você me respondeu, eu deveria ter te silenciado mas eu não consegui, eu só fiquei olhando para você como um babaca sem noção.- Ele disse, eu não sabia o que dizer.- Eu mal posso olhar para você e parece que tudo para e que eu só consigo sentir o meu coração batendo, como se só você fosse o meu mundo...quero saber o que fez comigo, minha mãe chama de feitiço, eu não sei como chamar.- Ele se virou para mim e começou a andar devagar até mim.
Eu tentava desviar o olhar, por um lado eu estava feliz porque ele sentia alguma coisa por mim e eu sabia que o que eu sentia também não era em vão, por outro lado senti medo porque ele era o filho de Era, o herdeiro do planeta inteiro.
- Se eu te dissesse que...eu não fui a única que ficou e ainda está sob efeito de um feitiço?- Perguntei, ele riu, eu sabia que a risada dele podia demonstrar um psicopata, mas o sorriso psicopata dele me atraía de algum jeito.
- Quer mesmo saber como eu estou me sentindo?- Ele perguntou, ele veio caminhando em minha direção, pegou a faca de cima da mesa, eu fui andando para trás e me afastando, até que me bati na parede, ele levantou a faca e fechei os olhos esperando uma possível facada, mas ouvi um barulho ao meu lado, quando abri os olhos a faca estava grudada na parede bem perto de mim. Igor começou a rir.
- Se assustou?- Ele perguntou.
- Talvez.- Eu menti, ele segurou meu queixo.
- Eu nunca faria mal a você Eny, só tenta perder esse medo irracional de mim, não sou a minha mãe.- Ele disse.
- Desculpa.- Eu disse.
- Vamos fingir que nós não somos quem somos, sem títulos, eu sem ser um Sanderson e você sem ser uma Sparks, nós dois como humanos, acho que seria bem mais fácil se me visse assim.- Ele passava o polegar pela minha bochecha, meu peito parecia que iria explodir à qualquer momento.
- Somos só Igor e Eternity.- Ele disse.
Me descontrolei e dei um selinho nele.
Ele olhou nos meus olhos e deu um sorrisinho, fechei os olhos e senti as mãos dele na minha nuca, ele me beijou com ferocidade, eu me sentia cada vez mais envolvida com Igor e não sabia se era bom ou ruim, eu só correspondia ao beijo dele e me esquecia completamente da batalha naquele prédio, eu sentia como se não precisasse de mais nada...
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Descendentes_Livro 3
Science FictionMeu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade. Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos. Mas há alguns meses atrás, houve uma...