Começaram a correr em nossa direção, eu já podia me mexer e a sensação de voltar a andar era reconfortante.
- Maximus?- Chamei, ele olhou para mim, eu joguei um dos Knights contra a parede e tomei a faca dele.- Preciso que você me contamine.- Eu disse.
- Tem certeza Eny?- Ele perguntou.
- Sabe que eu vou ser "Imune" somos Sparks, não faz diferença, eu só preciso de agilidade e mais inteligência, podemos saber o que fazer.- Eu disse.
- Eternity tem razão Maximus.- Tessa disse, entreguei a faca para Maximus e levantei a manga daquele vestido horroroso que Era colocou em mim.
Ele fez um corte na palma da mão, segurei as mãos dele e no mesmo instante fiquei tonta, como se eu sentisse que não era mais a mesma garota.
- Funcionou?- Tessa me perguntou.
- Possivelmente.- Eu assenti.
- Eu ajudo Eternity.- Uma garota morena disse, eu esqueci o nome dela, nem tinha certeza se realmente a conhecia.
- Ok Bry.- Tessa disse.
- Arrebentem com esses desgraçados.- Ela deu uma piscada para Maximus e Tessa e saiu correndo.
- Eternity!- Maximus exclamou, me virei e vi a faca que esqueci com ele passar do meu lado e ficar cravada em uma parede atrás de mim, arranquei ela da parede, senti um choque leve, eu já sabia que era um Knight, apenas me virei e cravei a faca nele, o "sangue" dele era branco, meio acinzentado, eu o joguei para longe e corri, eu só ia cravando a faca em um por um deles que ia avançando, eu girava, dava chutes, lutava com uma força que nunca havia sido despertada em mim antes, eu percebi que a minha agilidade havia mudado, eu me sentia melhor em todos os sentidos.
A outra garota também lutava, não tão bem como um maníaco, mas ela tentava.
De repente fui pega pelas costas e jogada no chão, bati minha cabeça na parede com força e minha visão embaçou, quando eu passei a mão no chão para tentar me apoiar e me levantar, senti algo, segurei e olhei para o objeto e vi que era uma arma, o Knight que me jogou no chão se aproximava, golpeei ele com o cabo da arma (mesmo sabendo que podia atirar em mim mesma sem querer), verifiquei se a arma estava carregada, e estava, claramente foi uma parte daquele jogo cínico que eu estava jogando, eu destravei a arma e começei a atirar.Luke e Liam lutavam em uma dinâmica incrível, pareciam conhecer os movimentos uns dos outros muito bem, obviamente conheciam, afinal eles eram irmãos e se ajudavam com isso, parecia uma dança perfeitamente coreografada por um profissional no ramo, me virei e senti um vento estranho, como de um vulto passasse atrás de mim subitamente, me virei e vi Jaydan segurando a lâmina de uma faca, que provavelmente foi arremessada e iria me acertar.
- Jay!- Exclamei.- Mas o que...o que você fez?- Perguntei.
- Salvei sua pele.- Ele disse e soltou a faca, a mão dele estava ferida.- Aonde conseguiu a arma?- Ele perguntou.
- Achei no chão.- Eu disse como se a resposta fosse boba e previsível demais.
- Doeu?- Perguntei.
- Não o suficiente, mas foi para te manter no jogo então não é grande coisa.- Ele disse.
- Deveria tomar cuidado.- Eu disse.
- Cuidado é desnecessário quando se perde o medo de morrer.- Eu fiquei sem saber o que dizer.- Seus olhos estão clareando.- Ele disse.
- Como assim?- Perguntei.
- Estão ficando esverdeados.- Ele respondeu.
- Pelo menos agora sei que a contaminação funcionou.- Ironizei.
- Se auto contaminou?- Ele perguntou.
- É científicamente impossível, Maximus me ajudou.
- Jaydan!!- Aiden atirou em Knights que estavam perto de nós.- Não é hora para papo furado.- Aiden disse.- Vão nos matar aqui!- Ele disse um pouco furioso.
- Calma aí cabeção, vamos sair dessa.- Jaydan disse tomando a arma do irmão e atirando em uma grande quantidade de Knights, eu francamente não sabia o que era pior, maníacos ou Knights.
Ambos correram, o número de Knights diminuía, eu continuei lutando, até que minhas balas acabaram, de susto eu saí andando para trás ao olhar aqueles robôs, até que senti algo perfurar meu calcanhar esquerdo, levei um tombo e acabei saindo rolando pelo chão, eu percebi que estava em algum outro lugar assim que abri meus olhos.
- Eny?- Me sentei não chão e vi Max, ele estava com alguns objetos (uma garrafa, um pano, uma rolha, óleo para carro em uma garrafa e gasolina e um isqueiro) fazendo alguma coisa, que eu não sabia, mas já podia ter uma noção do que era. Olhei para meu calcanhar e vi uma faca cravada nele, eu quase não sentia meu pé esquerdo, a única coisa em que eu consegui pensar foi na história de Aquiles, o herói grego que foi atingido por uma flecha no calcanhar e acabou morrendo pois aquele era o seu ponto fraco, nunca entendi bem essa história, não sou fã de mitologia grega, mas naquele momento foi só do que eu consegui lembrar.
- O que é isso?- Perguntei.
- Eu tenho o que é preciso para fazer um coquetel molotov, só isso.- Ele ironizou dando de ombros, fiquei quieta e fiz uma careta por causa da dor do meu pé.- Tudo bem com os seus pés?- Ele perguntou.
- Acho que não é para tanto.- Eu disse.
- Tá.- Ele finalizava a coisa, analisei melhor o ambiente em que estávamos, era tudo branco, paredes, teto, chão, tudo.
- Aonde estamos exatamente?- Perguntei.
- Dentro de uma parede, acredite se quiser.- Ele disse.
- Cadê a Tessa?- Perguntei.
- Acredite, ela está bem.- Ele disse com um sorriso no rosto, fiquei quieta, Maximus se levantou e atravessou a parede, demorou um tempinho para cair a ficha de que era um holograma realista de uma parede, eu a atravessei.
- Ei!- Foi a primeira coisa que ouvi Max gritar quando voltei para o "tabuleiro" de xadrez.- Corram!- Maximus disse, os humanos começaram a correr, os Knights ficaram confusos com a correria, enquanto isso Max acendeu o coquetel molotov e jogou nos Knights, e tudo explodiu, pareceram "mortos".
Ouvi uma gargalhada sonora ecoar pelo ambiente.
- Acharam mesmo que era só isso? Coitadinhos! Ai que peninha de vocês, agora morram!- Olhei para o chão e o tabuleiro não era mais preto e branco, estava se tornando vermelho e branco.
- Você nos enganou?- Barbara perguntou.
- Não, vocês mesmos ficaram cegos de esperança por uma coisa que não era real.- A voz de Igor ecoou.
- Vão se ferrar.- Yuri disse.
- Bom jogo babacas, o xadrez acabou, agora vamos entrar na mente de vocês.- Ele disse, eu arqueei as sobrancelhas.- Trilhas Mentais, para descobrir o que tem de sobra na mente de vocês, não vou dar detalhes do teste.- Igor disse.
- Pode parar isso, não pode?- Perguntei, aquele garoto não podia ser completamente mau.
- Posso, mas não pretendo, boa sorte senhorita Sparks, tente não ter um ataque cardíaco.- Ele disse indiferentemente.
- Seu cínico.- Eu revirei os olhos, dá até desânimo em tentar ajudar ele às vezes.
- Ao sinal de sangue as Trilhas Mentais começam.
Ouvi um barulho que se repetiu três vezes, e do nada começou a chover sangue no lugar, as roupas que antes eram pretas ficaram vermelhas, ouvi pessoas chamando nomes, eu fechei meus olhos e quando abri eu estava em um corredor, muito bem decorado, com velas, flores, e um tapete vermelho e dourado lindo, porém, embora a decoração fosse agradável e convidativa, eu sabia o que tinha acontecido.
"O jogo começou." Foi o que pensei, respirei fundo e começei a andar em passos lentos, com calma e cautela, até que vi uma placa: Abra a porta. Eu estava assustada mas olhei para o lado e vi uma pequena porta dourada, eu caminhei até a porta, coloquei a mão na maçaneta com um ar hesitante e fiquei paralisada por alguns segundos, não por algum dispositivo que tinha me atingido, por puro medo do que podia me aguardar, eu não sou tão corajosa quando a inimiga sou eu mesma, no caso, explorar a minha mente é uma coisa que eu não gostaria de fazer, nem em sonho.
Engoli em seco, contei até cinco mentalmente e girei a maçaneta...
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Descendentes_Livro 3
Fiksi IlmiahMeu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade. Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos. Mas há alguns meses atrás, houve uma...