Matriz Gêmea

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Ela veio andando até nós tranquilamente, usava um vestido verde e não usava uma maquiagem forte, tinha olhos cinzas e os cabelos estavam presos...mas era ela...era Erika Sanderson.
- Olá.- Ela sorriu e abraçou eu e Eternity, ela era forte porém tinha um semblante tão calmo que podia até nos contagiar, eu estava completamente sem palavras.
- O que está acontecendo?- Perguntei.
- Kahlberg? O que está havendo? Quem...?- Eny perguntou.
- O Projeto Geminis pode dar certo e do jeito certo.- Kahlberg disse.
- Está dizendo que ela é...?- Eternity mal conseguia terminar as perguntas.
- Sim, um dispositivo matriz gêmeo de Era.- Ele assentiu.
- Sou Elisa ou Eli, algo de estranho comigo? É que eu estou detectando um alto nível de espanto vindo de vocês duas.- Eli, a estranha gêmea robô de Erika perguntou.
- Você...você detecta coisas, por isso sabia que eu estava tendo uma visão na Escolha.- Eu disse meio incrédula.
- Desculpe se assustei você, não era essa a intenção mesmo! Eu só queria te ajudar a distinguir o real do imaginário.- Ela disse.
- Tudo bem.- Eu disse.
- Você é mesmo como ela?- Eternity perguntou.
- Odeio o que minha matriz gêmea está fazendo e mesmo assim a admiro muito, mas não quero ser obrigada a machucar ninguém da espécie de vocês, então vou ajudar.- Ela disse.
- Por que os outros não podem saber sobre Elisa?- Eny perguntou.
- Porque não é correto, não agora, quando for eu direi, mas por enquanto a boca de vocês é um túmulo, agora acho que precisam ir embora, já sabem demais.
- Mas...Tio Kahlberg, por que não as deixa aqui? Elas são ótimas e eu fico sozinha sem ter o que fazer aqui.- Elisa disse.
- Sinto muito Eli, mas não posso deixar.- Ele negou.
- Dallas.- Eu disse, ele olhou para mim assim como ela e Eny.- Sei de alguém que nunca revelaria esse segredo.- Eu disse, Eli sorriu, como se tivesse detectado meus pensamentos...

- Por que me trouxe aqui Eny? Sei que é uma surpresa boa.- Ouvi a voz de Coy cada vez mais perto depois que o barulho da porta abrindo e fechando foi escutado.
- Você verá Selcoy.- Eny riu. "Selcoy? Quanta criatividade." Pensei.
Assim que as duas chegaram Coy fez uma expressão de espanto, mas logo perdeu o medo aparente.
- Tudo bem pequena.- Eli sorriu.
- Quem é você?- Coy perguntou.
Elisa apenas estendeu a mão, com se estivesse chamando-a.
- Não vou te machucar, eu juro, confie em mim pequena.- Ela disse docemente, Coy hesitou, eu olhava para as duas, sabia que Dallas havia ficado incomodado com a minha proposta mas ele não negou, sei que Elisa é como uma filha, é quase isso, é a criação dele. Coy se aproximou de Elisa e segurou a mão dela, ambas ficaram em silêncio, até que o medo de Coy pareceu se perder.
- Você é boazinha.- Coy disse.
- É, eu sou boazinha.- Elisa respondeu.
- Pode me chamar de Coy, Selcoy é um apelido que só Eny pode usar.- Ela disse, Eternity riu.
- Sou Elisa, ou Eli.- Ela disse.
- Você é um robô com sentimentos, como o Tin.- Coy disse.
- Tin tem sentimentos?- Perguntei.
- Não tinha, mas Barbara o programou para que tivesse, é bem recente, ela gosta muito do Tin, foi o único amigo dela enquanto ela estava no Force Field.- Coy disse.
- Barbara deve ser muito legal, assim como todos os outros aqui, mal posso esperar para conhecer todos vocês.- Eli disse, ela realmente parecia empolgada.
- Que bom que acha isso.- Eternity respondeu.
- A propósito, ainda não sei seus nomes.- Elisa lembrou.
- Tessa Lacey Bloodwell.
- Seline Howard Coy.
- Eternity Sparks Hammock.- Eli olhou para Eternity como se estivesse assustada, mas não de um jeito ruim, surpresa; Seria a palavra mais adequada.
- Alteza.- Ela fez uma reverência, sorri assim como Coy, apenas Dallas ficou confuso, eu e Coy repetimos a reverência.
- Alteza?- Ela perguntou.
- Seu sangue é da realeza princesa, detectei isso assim que disse seu nome.- Eli disse.
- Todos os Sparks são da realeza?- Coy perguntou.
- Todos descendentes de alguns dos melhores governantes da história da Nova Inglaterra, Axel Harrison, Lydia Sparks Rogers, Theodore Sparks Harrison e Thomas Sparks Harrison.- Elisa disse. É, por ironia ou sei lá o que encontrei um "príncipe encantado", literalmente.
- Mas houve um golpe, minha linhagem perdeu o trono há anos, eu não sou princesa ou...duquesa ou sei lá o que.- Eny debochou.
- Vossa Alteza, pode ter perdido o trono e sei que foi injustamente; Mas a verdadeira realeza está em seu sangue e não se pode mudar ou alterar suas raízes, não se muda quem você é, por mais que você tente.- Elisa disse.
- Eu concordo com Eli, Alteza.- Eu disse, ela sorriu.
- Valeu Tessa e obrigada por...digamos, me ensinar mais sobre mim mesma Elisa, espero poder vê-la em breve.- Eny disse.
- Seria uma honra pequena.- Ela riu.
- Tchau meninas.- Coy acenou.
- Tchau Coy.- Eu e Eny dissemos em uníssono...

Eu andava pelo corredor em direção ao meu quarto, ainda estava um pouco curiosa quanto à Dallas, Elisa, matriz gêmea e toda a complexidade que deveria envolver o plano dele.
Cheguei no quarto que eu dividia com os outros e as luzes estavam apagadas, quando eu ia acendê-las algo me agarrou pelas costas.
- Senti saudades "princesinha".- Ele sussurrou em meu ouvido, senti arrepios, mas meu coração bateu mais forte por saber que era Maximus.
- Hyers, da próxima vez que me assustar desse jeito vou remodelar a sua cara.- Eu disse, ele riu, fechou a porta e pareceu trancá-la e acendeu as luzes, percebi que estávamos sozinhos lá, dei um sorrisinho malicioso enquanto ele se aproximava.
- Aonde estão os outros?- Perguntei.
- Foram dar uma volta para conhecer toda a base com Mob10, já viu o tamanho desse lugar? Além disso, Patience e Sebastian vão deixar eles distraídos por um bom tempo.- Ele respondeu.
- E o que você pretende?- Perguntei me fazendo de desentendida.
- Quer que eu mostre?- Ele rebateu, meu coração já estava a mil, ele finalmente havia chegado perto de mim.
- É uma pergunta retórica?- Perguntei.
- Depende do ponto de vista.- Ele disse, eu o desejava, muito, e não tinha como negar ou evitar, eu o beijei impulsivamente, ele retribuiu com um sorriso, segurou minhas pernas e me levantou, envolvendo elas na cintura dele, ele apertava minhas coxas enquanto me beijava, eu segurava as costas dele e por um instante desejei que nada daquilo acabasse, eu tirei a camisa dele, ele beijou minha mandíbula e foi descendo até meu pescoço, e tirou a minha blusa.
- Você é só minha e eu sou só seu, ok?- Ele sussurrou.
- Ok.- Sorri, eu praticamente podia sentir o vermelho em minhas bochechas.
- Fica linda me olhando assim sabia?- Ele perguntou, eu sorri...acabou acontecendo, esquecemos dos outros, da epidemia, maníacos e Era, dormimos juntos...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora