Recomeço

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Acordei assustado, eu não me lembrava de muita coisa quando despertei, só fui me lembrar direito do que tinha acontecido depois de um tempo olhando para o teto, notei que estava em um hospital ou em uma enfermaria, o que me deu a impressão de que fui bem tratado.
- Max?- Olhei para o lado e vi Kimberly, Aaron, Patrick e Grece.
- Oi tia Kim.- Fiz força para me sentar na cama, ainda me sentia um pouco fraco.
- Sempre escapando por pouco não é?- Aaron perguntou.
- O que é a vida sem quase morrer de vez em quando?- Ironizei a pergunta dele e ele deu risada.
- Max, se eu fosse você eu pouparia minhas forças, você perdeu bastante sangue.- Grece disse.
- E a cura?- Perguntei.
- Você já está curado, Lydia, Liam, Eternity e Trinity doaram o sangue para a cura; A população mundial diminuiu consideravelmente e para encher a seringa com a cura só é preciso de uma gota de sangue. É claro que não temos cura para todos por enquanto, mas enquanto isso os maníacos tem a quem seguir.- Grece disse sorridente.
- Quem?- Perguntei, Grece deu uma olhada para Patrick como se estivesse fazendo um pedido e ele pareceu entender, então ele pegou um controle e ligou o projetor de holograma na minha frente.

- Já passamos de fase de nos rebaixarmos a apenas animais irracionais. Toda aquela violência, aquele genocídio que pretendíamos com os humanos era desnecessário, toda a escravidão e a dor que causamos era só um pretexto para que dominassemos mas a verdade é que nós não precisamos de dominação, precisamos de uma nova ordem, precisamos de uma Nova Era.
A cura é o nosso recomeço, nosso passado deixou cicatrizes ao mundo inteiro mas ainda temos a chance de consertar os nossos erros.
Por estes motivos, declaro o seguinte: Maníacos e humanos devem dar as mãos e caminhar na mesma paz pela qual caminharam desde que a rainha Lydia proclamou a trégua, sem mais brigas, desavenças ou rancor. Somente a união entre todos e a esperança, a fé, e a lealdade podem nos ajudar a recuperar o que já fomos e o que perdemos. O nosso passado se torna insignificante no instante em que decidimos erguer a cabeça e lutar para construir algo melhor do que o que já se passou.
Construam um Novo Elo e formem uma Nova Era.
Meu nome é Elisa Sanderson, sou irmã gêmea de Erika Sanderson e esta é a minha mensagem para o mundo.

Assim que acabou fiquei encarando-os.
- Elisa converteu muitos ao nosso lado com essa mensagem, existem rebeldes mas nós lutamos.- Patrick disse.
- Alguém pode me dizer por quanto tempo eu apaguei?- Perguntei.
- Sessenta e cinco horas e dezessete minutos.- Grece disse.
- Valeu.- Eu disse, ouvi o rangido da porta se abrindo e vi Coy, ela estava bem diferente, os cabelos dela que antes eram loiros estavam castanhos e os olhos dela estavam azuis claros.
- Coy? O que aconteceu?- Perguntei.
- Estou curada.- Ela riu como se fosse óbvio.
- Você mudou.- Eu disse.
- Só em aparência e em certas habilidades, se está falando do cabelo é porque quando fui infectada quase toda a melanina do meu cabelo foi para os meus olhos.- Ela explicou.
- Entendi.- Eu disse.
- Maximus, sabe que não podemos ficar por aqui não é? Não é nosso lugar, ficamos aqui porque Grece e Tessa queriam cuidar de você mas aqui não é nosso lugar.- Kim disse.
- Como vão voltar?- Perguntei.
- Um cara chamado Kahlberg cuidou disso para nós.- Aaron disse.- Parabéns pela sua coragem Max, você conseguiu quebrar o dispositivo matriz e sobreviver a vários ferimentos graves, você poderia ter morrido mas sobreviveu, tinha que ser descendente da Kim.- Aaron disse em tom sarcástico.
- Não é só meu descendente Aaron, é seu também.- Kimberly disse.
- Sério? Acho que esqueci disso.- Ele ironizou.
- É Maximus, vou ter que concordar com esse lesado, você mandou bem.- Patrick disse.
- Pat, dá pra parar de ser grosso ou usar adjetivos rudes em pelo menos uma frase?- Kimberly perguntou.
- Não garotinha, minha natureza não permite.- Ele disse.
- Gente, sem querer atrapalhar mas, o Luke morreu mesmo?- Perguntei assim que me lembrei, Aaron baixou o olhar.
- Olha...Max...- Kimberly ia dizer.
- Maximus, você teve muita sorte porque a faca atingiu seu pulmão esquerdo, Kimberly fez um transplante pois é compatível e uma vez que ela está no mundo real ela está praticamente viva novamente. Ela doou o pulmão esquerdo dela para você e não vai fazer diferença quando voltarmos para o seu subconsciente, é bem estranho...mas o Luke, o espinho de Era foi grande e pegou bem no coração, demoramos muito mas nada que fizéssemos daria certo, seu primo está morto Maximus, você perdeu o funeral mas se quiser...- Grece ia explicando, eu sentia um nó no meu peito que era um irritante de aturar, de qualquer jeito doía saber que o meu primo tinha morrido.
- Eu posso te levar até lá Max.- Kimberly disse.- E nós despedimos por lá ok?- Assenti.
- ...Kim acha que ele já se recuperou o suficiente?- Grece a perguntou.
- Eu sei o que faço Grece, não se preocupe.- Ela disse, Grece suspirou.
- Ok Kim.- Ela disse.
- Eu vou com você, meu anjo.- Aaron disse.
A porta se abriu subitamente e vi Lydia em cima de uma maca sendo empurrada por Eleanor, as duas riam.
- Ai, finalmente você acordou.- Lydia jogou um buquê de flores na minha cara.
- Lydia!- Aaron exclamou.
- Que foi pai? Tô sendo legal com ele.- Lydia disse, ela veio até mim e me deu um beijo na testa.- Você me lembra dos meus meninos.- Ly riu.
- Por que não estavam no meu subconsciente?- Perguntei.
- Porque não escreveram histórias que você tenha lido.- Lydia disse.
- Ly? Eu e seu pai temos que levar Maximus a algum lugar.- Kim disse.
- Ah, tudo bem, provavelmente é um adeus Maximus.- Lydia pareceu angustiada.- Mas saiba que eu sempre vou estar com você, mesmo quando você esquecer de mim conscientemente, ainda vou estar no seu subconsciente.- Ela me abraçou e eu retribuí, me lembrei da minha mãe.- Eu já disse o quanto odeio despedidas?- Ela perguntou.
-  Não. - Sorri.
- Bom, agora você está ciente.- Ela disse.- Adeus Maximus.
- Adeus Ly.- Eu disse, ela se afastou.
- Sua despedida foi meio precipitada Lydia. Acho que todos vão poder se despedir...- Kimberly disse com um sorriso no rosto, Ly deu um sorrisinho.
- Lea?- Ly olhou para Eleanor.
- Sim senhora rainha destruidora de inimigas?- Eleanor disse.
- Para de gracinhas.- As duas deram risada.- Pegue roupas pretas para Maximus, não aqueles seus trecos meio góticos meio piriguete, pegue uma roupa decente para um funeral, por favor.- Lydia brincou.
- Claro majestade, só avisando que Ada vai me ajudar.- Ela disse.
- Meu Deus, acho melhor eu ir com vocês então.- Lydia disse.- Até mais Maximus.
- Até Ly.- Eu sorri, encostei minha cabeça na parede, finalmente estava tudo bem...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora