Descendentes

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Eu li, os dois, era uma coisa bem marica mas tudo estava mais claro.
Eu entendi porque fomos os doze escolhidos para a Missão S12, entendi porque nós somos os melhores soldados, entendi porque toda vez que lutamos com maníacos nós sentíamos como se tivéssemos nascido para aquilo.
Nós somos os melhores, porque somos os "descendentes"; Está no nosso sangue, somos a nova geração que nasceu para combater os maníacos.
Eu sou o descendente de Lydia Sparks Rogers, descendente de Kimberly Sparks...as duas derrotaram a "nova Era" e a "Escuridão", entendi porque meu pai fez essa escolha, ele sabe que não existe grupo mais capaz para salvar a Nova América das Geminis do que nós.
Whitney e Anthony são os descendentes de Nick Campbell, Jaydan e Aiden são os descendentes de Jared Underwood Moore, Luna é a descendente de Isle King Underwood, Scara é a provável descendente de Mikuno Fujishima, e Abraham é o provável descendente de Kai Fujishima, Trixie é descendente de Missy Palmer, Vicky é descendente de Jazmine e eu sou descendente de Lydia Sparks Rogers.
Eu precisava perguntar se meu pai sabia, e eu tinha quase certeza que sabia, queria entender como ele conseguiu esses livros eu só precisava aliviar a minha curiosidade de uma vez...
[...]

Quando acordei, Whitney ainda dormia, ela deveria estar bem cansada, me levantei, peguei os dois diários, eu queria esclarecimentos do meu pai, por que ele carregava uma coisa tão antiga? Por que escondeu isso de mim e de Trin? E por que sempre hesita quando nos manda em missões como essa? Eu queria respostas.
Fui até o cômodo dele, Trinity já estava acordada e ele também, os dois conversavam, ele me viu e o sorriso que ele tinha enquanto conversava com minha irmã desapareceu.
- Maximus como você...?- Ele perguntou confuso.
- Sem essa pai, eu só quero explicações.- Eu disse, ele olhou para minha irmã.
- Trinity...- Ele tentou dizer.
- Não, pai, é sempre assim, afinal o que escondeu de nós agora? Acha que não sou adulta o suficiente para ouvir?
- Fique então.- Ele disse suspirando.
- Sem discussões, eu só quero explicações.- Eu disse tentando rimar as palavras para provocar ânimo e aliviar o clima tenso mas não deu muito certo.
- Você leu?- Ele perguntou, recuperando o tom autoritário, sempre soube que Trinity era a favorita, sempre soube que ele gostava bem mais de Trin do que de mim, mas nunca me importei, acho que eu nem sei o que é amor, se eu soubesse não andaria com qualquer vagabunda como Bryne (e ela é das piores).
Quem me dá o princípio dessa palavra? Não sinto que é meu pai exatamente, Trinity, ela é a responsável.
Sabe, alguns irmãos brigam feio por motivos irracionais e odeiam um ao outro por terem nascido na mesma família.
Mas eu e Trinity não somos assim, Trin é completamente apegada a mim, ela tem medo que eu me machuque, uma verdadeira irmã mais velha, sempre está aqui quando preciso dela.
E eu amo minha irmã, podemos até discutir de vez em quando mas é uma coisa boba, afinal, na minha opinião, irmãos devem se amar e ser como melhores amigos e não brigar e se odiarem como inimigos.
Eu também amo meu pai, mas acho que esse amor que ele guarda deve ser dado a Trinity, ela é dócil, sonhadora, merece isso, eu preciso da minha frieza e da minha ironia a maioria das vezes, é fundamental, e eu quero proteger Trinity e os outros.
Quem consegue me fazer esquecer a porra toda? Tessa Lacey Bloodwell.
Sim, aquela garota que vive me dando patada e que provavelmente me odeia.
Talvez eu sinta alguma coisa por ela, talvez atração, sei lá, mas se de uma coisa tenho certeza é que ela é incrível, ela não é nenhuma vagabunda que dá em cima de qualquer um, nem quer ser mais do que qualquer garota que conhece, ela só quer ser a Tessa, essa é a parte mais incrível nela, eu realmente odeio o que ela faz comigo, ela simplesmente me deixa louco.
- É, eu li.- Finalmente respondi saindo do transe.
- Que dúvidas quer tirar?- Ele perguntou, Trinity nos olhava sem entender.
- Nos escolheu porque somos os descendentes deles não é? Escolheu os doze descendentes dos sobreviventes e rebeldes que viveram há duzentos anos atrás.
- Acho que sim Maximus, sempre vi potencial em você e Trinity mas eu já perdi a sua mãe há algum tempo e não posso nem pensar no risco de perder qualquer um de vocês, os outros eu escolhi por causa desses diários.
- E por que guardou por tanto tempo?- Perguntei.
- Sua avó, ela me disse que talvez fosse útil no futuro, eu não entendi bem mas agora entendo.
- Acho que eu também.- Eu disse, ele respirou fundo.
- Se eu fosse vocês eu treinaria bastante, a S12 não vai ser fácil.- Ele disse e saiu do cômodo.
Trinity me encarava sem entender muita coisa.
- O que realmente se passou? Quer dizer, vocês ficaram só falando um monte de coisas e eu não entendi quase nada.- Ela perguntou quase gaguejando, sabia que eu havia confundido ela a conversa inteira.
Peguei os dois diários e dei para ela, ela folheou e olhou para mim.
- São diários?- Ela perguntou.
- É, se ler vai entender do que estou falando.- Respondi.
- Ok...e é tudo verídico?
- É claro que é verídico sua vaca.- Eu disse com ironia, ela me deu um empurrão de leve e riu, ri da cara dela.
- Tá, eu vou ler, mas não sei se vou conseguir tirar minhas próprias conclusões depois da bagunça que vocês fizeram na minha cabeça.- Ela disse com um sorrisinho.
- Essa é a minha Trinity.- Eu disse bagunçando o cabelo dela e saindo do cômodo, fui andando pelo corredor.
- E aí Max?- Ouvi Anthony dizer, eu olhei para trás e vi ele, por alguma razão estava todo molhado, me segurei muito para não rir dele.
- E aí Tony.- Eu disse.
- Cadê o Aiden? Aquele merdinha jogou água em mim enquanto eu dormia.- Ele disse, não deu, começei a rir dele, ele pareceu ficar um pouco irritado mas eu continuava rindo.
- Foi mal cara, eu não sei.- Eu disse tentando parar de rir.
- Ok, vou ter que continuar procurando.
- Usa um secador de cabelo, assim você se seca rápido e ninguém percebe que você tá todo fodido.- Eu brinquei e começei a rir novamente.
- Vai se ferrar Maximus.- Ele disse rindo, ele saiu andando pelo corredor e eu peguei um corredor que era meio que um atalho para o centro do laboratório, quando cheguei lá estava uma verdadeira multidão, encarando a parede, eu entrei no meio da multidão para ver o que estava acontecendo, tentei chegar perto da parede, fui andando entre os espaços apertados deixados pelas pessoas, tentando passar por eles mais rápido do que eu sabia que iria, quando cheguei a uma distância boa da parede, pude ver ou melhor, ler exatamente o que todos estavam lendo...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora