O laboratório

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- Millenium park? É aonde sugere que nos escondamos?- Meu pai perguntou para Tessa.
- Tessa, eu já fui lá, não dá pra se esconder naquele lugar.- Argumentei.
- Maximus, o Millenium park mudou muito nos últimos seis meses, parece loucura mas é verdade, além disso...- Ela hesitou em falar.
- Além disso o que?- Minha irmã perguntou.
- Tem um laboratório escondido no Millenium.- Courage disse, ela o encarou do jeito que ela sempre o encarava, como se ele fosse o ser mais desprezível do mundo.- Era um antigo laboratório de pesquisas secreto do governo dos Novos Estados Americanos, Chicago é a segunda maior cidade do país por isso escolheram este lugar pra fazer um dos laboratórios que realizava pesquisas com qualquer tipo de doença, a morbo não foi criada lá, então podíamos ir para lá.- Courage explicou.
- Parece meio absurdo fazer um laboratório em um parque.- Jay disse.
- O antigo governo fez isso.- Tessa rebateu.
- Como a novata sabe sobre o laboratório se é secreto?- Perguntei desconfiadamente.
- Porque meu pai trabalhava lá.- Ela disse.
- Quanto a você soldado Cyall, como sabe sobre o laboratório?- Meu pai perguntou.
- Novidade pra vocês, eu e Tessa somos primos.
- Você não é da minha família.- Ela rosnou.
- Então você também é primo das Geminis?- Scara perguntou.
- É.- Ele disse.
- Ok, isso tá ficando cada vez mais confuso.- Annika disse.
- Vocês são humanos?.- Uma mulher de cabelos ondulados e castanhos escuros e um homem grisalho com um garoto que parecia ter mais ou menos treze anos, todos  armados nos perguntaram, ele era "Imune", ela era humana assim como o garoto.
- Cada um de nós.- Meu pai disse.
- Me dá um motivo pra não atirar.- Ela disse trêmula, minha irmã apontou uma arma para eles.
- Larga essa arma, agora!- Ela disse, a garota colocou a arma lentamente no chão, assim como os outros.- Agora joga pra cá!- Trinity demonstrava rigidez, ela não era assim, tomei a arma da mão de Trinity depois que eles jogaram as deles, eu tirei as balas da arma de Trinity e dei elas para a garota.
- Não vamos ferir ninguém.- Eu disse, ela nos observou de um jeito estranho e me devolveu as balas.
- Sou Malasya Creek Noxon, tenho vinte anos, aquele é meu irmão, German Creek Noxon de catorze, e meu pai Everestt Noxon, de quarenta e cinco, minha mãe está escondida atrás daquela árvore, tem antropofobia e a primeira fase.- Ela disse, logo vi uma mulher de cabelos curtos ondulados e pretos olhar para nós, ela e Malasya eram muito parecidas, ela observou o ambiente, Tessa foi até ela, a mulher estava assustada.
- Não queremos te machucar.- Ela disse.- Olhe nos meus olhos e veja.- Tessa disse, a mulher a fitou por um tempo e logo se levantou.
- Meu nome...eu sou Faith Creek.- Ela disse.
- Podemos ir para onde vocês vão?- Malasya perguntou.
Meu pai e Aiden se entreolharam.
- Sabe ao menos lutar?- Aiden zombou.
- Quer apostar quanto magricela?- Ela perguntou, Tessa começou a rir.
- Já chega!- Meu pai disse, Tessa ajeitou a postura, como ela consegue ser grossa e engraçada ao mesmo tempo? Começei a rir dela, ela deu um sorrisinho sarcástico e revirou os olhos.- Certo, vamos.- Meu pai disse, fomos andando.
- Qual é o problema da Bloodwell com você?- Meu pai perguntou.
- Sei lá.- Dei de ombros.
- Vocês são estranhos.- Meu pai riu.
Como estávamos no centro de Chicago não demorou muito para que chegássemos ao Millenium park.
- O Millenium? Fala sério, o que estamos fazendo aqui?- German perguntou.
- Cale a boca German! Eles com certeza tem algum plano, não é gente?- Malasya perguntou.
- Com certeza.- Tessa disse, ela saiu na nossa frente e nos levou até a frente do monumento do parque.
- Viemos contemplar a paisagem é Tessa?- Jaydan disse e Aiden riu, ela os olhou de canto, ela foi para baixo do monumento, se abaixou e colocou a mão no chão, logo o chão se abriu, revelando uma passagem para um lugar subterrâneo, Courage olhou para ela com raiva.
- Como conseguiu as digitais pra abrir isso?!- Ele perguntou.
- O meu pai confiava em mim, provavelmente o seu não confiava o suficiente em você para programar a porta com suas impressões.- Ela rebateu, isso apenas deixou ele mais irritado, dei um sorrisinho irônico ao olhar para ela.
- Querem um esconderijo ou não?- Ela perguntou de modo sarcástico para Jaydan e Aiden, ambos passaram sérios, logo fomos entrando, era mesmo um laboratório, o corredor em que estavamos eram bem grandes, algumas salas estavam bagunçadas, ouvi um barulho um pouco forte, como se fossem coisas se quebrando.
- Esperem.- Eu sussurrei, meu pai mandou que os outros recuassem, havia uma porta encostada, vi um maníaco de jaleco branco, ele estava cortando pedaços de um homem já morto, ele os comia de um jeito selvagem, como um animal, foi naquele momento que eu percebi, aquela coisa não era mais um ser humano, pelo menos não os "Assassinos", "Canibais" ou "Vampiros".
Ou mato eles ou morro na mão deles, e eu não pretendo morrer desse jeito.
Coloquei a flecha com a ponta envenenada que Tessa havia me dado, no meu arco, apontei para a cabeça dele, ele olhou para mim, deu um grito e começou a correr em minha direção, eu disparei a flecha na testa dele, ele caiu no chão, havia sangue em seu rosto e em suas mãos, parecia um demônio ou coisa do tipo.
- Prossigam.- Eu disse, Jaydan teve a curiosidade de olhar a sala, ele viu o maníaco morto.
- Santo Deus, que droga é essa?- Ele perguntou.
- Estamos fodidos.- Ouvi Aiden atrás de mim.
- Não, nós não estamos, eles querem nos matar mas nós não precisamos ter medo deles.- Eu disse.
- Por uma vez na sua vida Maximus, você tem razão.- Tessa disse.- Mas tem alguma coisa nesse lugar que...tem uma coisa ruim, eu posso sentir.- Ela disse olhando para os lados.
- Poupe-nos novata, você é "Esquizofrênica".- Courage disse.
- Eu não falei com você Cyall.- Ela retrucou, ele bufou.
- Sem discussões ok?- Eu disse.
- Ok Hyers.- Ela disse dando um suspiro.
- Pai, o que vamos fazer?- Perguntei.
- Vamos dividir atividades como no Fearless, a maioria será responsável por trazer comida para cá, como Feeders, os outros serão responsáveis por buscar rotas para o Fearless.- Ele explicou.
- Quando pretende separar os grupos?- Jay perguntou.
- Daqui a pouco, tenho que analisar bem meus melhores soldados.- Meu pai disse e saiu andando.
- Ele é meio fechado às vezes.- Scara disse.
- Ele é assim desde que minha mãe morreu.- Eu disse.
- Não chegou a conhecê-la, chegou?- Annika perguntou.
- Não.- Respondi.
- Que chato.- Ela disse.
- É.- Fui andando pelo corredor atrás de meu pai, eu o encontrei sentado em uma cadeira em um dos cômodos.
- Quando pretende anunciar a resposta?- Perguntei.
- Eu não sei Maximus, preciso pensar bastante sobre isso, talvez amanhã ou depois, até lá todos ficam aqui.- Ele disse indiferentemente.
- Por que?- Insisti.
- Quaisquer que sejam as minhas escolhas, podem me custar coisas que eu não me arriscaria a perder.
- Se o senhor se refere a mim e à Trinity, temos um bom treinamento, damos conta do recado.
- Maximus, a sua bravura me dá orgulho, mas você tem que entender que se um líder como Conrad Random morre, qualquer um de seus soldados pode morrer.- Meu pai disse.
- Estou pronto para enfrentar o que for preciso.- Eu disse, ele deu um sorriso, se levantou e deu um tapa de leve no meu ombro.
- Meu garoto.- Ele disse, e saiu andando, ainda me lembro como costumávamos ser uma família normal há seis meses atrás, sinto ódio dos maníacos por destruírem e tirarem isso da espécie humana.
Eu tenho consciência de que quem está fazendo isso com os americanos são as Geminis.
Espero que tenham gravado meu nome.
"Maximus Sparks Hyers"; É perante esse nome que elas cairão...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora