Acordei com batidas na porta do meu quarto, bocejei e me levantei da cama, abri a porta do quarto ainda sonolento, respirei fundo ao ver quem era, Brynne, ela estava com cara de choro e parecia aflita, eu estava tão chateado com ela que resolvi ignorar.
- O que você quer?- Perguntei.
- Eu preciso te contar uma coisa.- Ela disse.
- O que?- Perguntei.
- É pessoal tá? Posso entrar? Prometo que vou me comportar.- Ela disse.
- Tá.- Eu disse, ela entrou e se sentou em uma cadeira perto da janela, ela começou a chorar do nada, estranhei, por mais que fosse bem a cara dela.
- Eu só queria te pedir desculpas.- Ela disse.
- Fica fria Brynne.- Eu disse.
- Eu não sabia da Tessa mas eu preciso te falar a verdade.- Ela disse.
- Que verdade?- Perguntei.
- Ontem Trinity foi falar comigo, ela falou sobre Tessa e quando você me disse que estava apaixonado por ela eu me senti tão culpada e eu precisava te falar só que eu tinha medo que você pensasse que eu estava mentindo e...- Ela falava tão rápido que eu mal conseguia entender.
- Brynne, calma, tá tudo bem, pode me falar, seja lá o que for.- Eu disse, eu estava muito confuso, ela enxugou as lágrimas.
- Aldous...foi ele que me disse pra beijar você ontem.- Ela disse hesitantemente, o que? Mas...não podia ser verdade.
- Brynne se estiver mentindo...
- É verdade! Ele me disse que talvez assim você voltasse a me amar, e Max, eu sei que eu pisei na bola com você muitas vezes e eu gostei de você, mas eu sei que a Tessa seria bem melhor pra você do que eu...eu só espero que você possa me perdoar, desculpa, o que eu fiz não foi legal mas eu não sabia mesmo, achei que fossem só amigos.- Ela disse voltando a chorar.
- Você melhorou a minha situação com a Tessa falando a verdade.- Eu disse, ela franziu a testa.
- Melhorei?- Ela perguntou.
- É, só posso te agradecer por ter me contado a verdade mas eu preciso resolver uma coisa com meu pai.- Eu disse.
- Pelo menos agora minha consciência está mais leve.- Ela sorriu, ela enxugou as lágrimas e forçou um sorriso, logo depois se olhou no espelho e foi até a porta do quarto, ela a abriu.
- Brynne?- Chamei, ela olhou para mim.- Pelo menos agora é livre pra ficar com quantos caras você quiser.- Ironizei, ela riu.
- Seja feliz com a Tessa, Maximus, de verdade.- Ela disse e saiu do quarto, não sabia o quanto Brynne podia ser sincera, ela pode ter me traído? Sim, mas talvez eu tenha me enganado um pouco sobre ela, agora só tenho que resolver as coisas com o meu pai, como eu poderia imaginar que meu próprio pai tentou me separar da Tessa? Eu estava muito irritado com ele, e decepcionado também, não esperava uma droga dessas da parte dele.
Saí do quarto e fui até a sala de Conrad, ou melhor, a sala dele, entrei lá, assim que ele me viu, deu um sorriso.
- Oi filho.- Ele disse, tive vontade de socar a mesa.
- Sem esse teatrinho bosta pra cima de mim.- Eu disse, ele estranhou.
- Quando foi que começou a ter esses modos comigo garoto?!- Ele perguntou irritado.
- Quando foi que perdeu o seu caráter?!- Eu perguntei, ele arqueou as sobrancelhas.
- O que quer dizer com isso filho?!
- Você mandou a Brynne me beijar porque sabia que a Tessa veria, sabe como isso me deixou?!- Perguntei, ele deviou o olhar e deu um suspiro.
- Olha, Maximus, vamos conversar.- Ele disse.
- Conversar?! Você ainda quer conversar?!
- Sei que está com raiva mas Maximus, entenda que eu faria qualquer loucura para te proteger, lembra?
- Até jogar seu caráter e sua moral fora?! Pai, eu tenho dezenove anos, eu não sou mais uma criança que te pede pra que me ensine a jogar bola!!
- Mas estamos lidando com Era, é diferente!!! O que ela faria com você se visse você e Tessa?!
- Isso é problema meu!!!- Disparei.
- Não porque você é meu filho!! Eu fiz isso pensando na sua vida!! Tudo o que eu fiz nessa vida foi por você e Trinity então o problema não é seu!!!- Ele disse, eu balançei a cabeça negativamente.
- Hipócrita.- Eu disse.
- Repita se tiver coragem Maximus!- Ele rebateu enfurecido.
- O que está havendo aqui?- Trinity entrou na sala, meu pai pareceu nervoso, fiquei quieto.- Foi isso mesmo que eu escutei?- Ela perguntou.
- Filha...isso é entre eu e seu irmão.
- Foi o senhor quem mandou a... Brynne?- Ela perguntou.
- Trinity me escuta.- Ele tentou argumentar.
- Não creio que você ainda seja o homem que me criou...ainda bem que eu não sou uma mentirosa como você!- Ela disse, os olhos dela marejavam, Trinity era uma onda de sentimentos, era madura mas se mexesse com alguém próximo a ela, ela poderia causar uma explosão, meu pai apenas baixou o olhar.
- Eu amo vocês dois.- Ele disse.
- Ainda bem que a mamãe está morta, porque se estivesse viva ela teria vergonha de você!- Ela disse e saiu da sala, meu pai colocou as duas mãos na cabeça.
- Hipócrita.- Eu repeti e saí da sala, eu precisava falar com uma última pessoa, Tessa.
Fui até o quarto dela, bati na porta e esperei, após algum tempo ela abriu, ver o rosto dela de novo era um alívio, por mais que o cabelo dela estivesse bagunçando e ela estivesse com sono, assim que ela percebeu que era eu arregalou os olhos e começou a mexer no cabelo.
- Hyers?- Ela perguntou.
- Preciso falar com você.- Eu disse, ela levantou as sobrancelhas.- Sobre ontem.- Eu disse.
- Maximus eu entendo, Brynne deve ser muito legal...
- Não Tessa, você não entendeu nem metade da história.- Eu disse, ela fez uma cara estranha.
- Mas eu pensei que vocês dois estivessem...
- Sem possibilidade, eu já te disse.- Eu disse.
- Tá...o que aconteceu então?- Ela perguntou desconfiadamente.
- Quer que eu seja direto?- Perguntei.
- Sem suspense Hyers.- Ela afirmou.
- Meu pai mandou Brynne me beijar, ele sabia que você ia ver e ia ficar chateada comigo...ele não quer que fiquemos juntos por causa do decreto.- Eu disse, ela pareceu ficar irritada instantaneamente.
- Como é que é?!- Ela perguntou.
- É Tess.- Baixei o olhar, ela levantou meu rosto para que eu olhasse para ela.
- Maximus Sparks Hyers, eu só não bato no Aldous agora porque ele é o seu pai!- Ela disse enfurecida, dei um sorrisinho malicioso.
- Não estou aqui para falar do meu pai.- Eu disse, ela levantou uma das sobrancelhas.
- Eu não disse que estava perdoado.- Ela disse se fazendo de difícil.
- Isso é um sim ou um não?- Perguntei irônicamente, ela sorriu.
- Porque você não tenta descobrir?- Ela perguntou, sorri e me inclinei pra beijar ela, ela me segurou para que eu não chegasse mais perto, eu ri.
- Não?- Perguntei.
- Idiota.- Ela disse, logo depois ela me puxou pela camisa e me beijou, eu coloquei as mãos no rosto dela, ela sorria.
- Quais as minhas chances de chegar no último ponto?- Perguntei.
- Não posso dizer com certeza mas acho que você tá quase lá.- Ela disse.
- Só acha? Que decepcionante.- Eu disse em tom sarcástico.
- Pelo menos você está quase lá.- Ela disse.
- Um dia eu chego lá Tess.- Eu disse.
- Maximus?!- Oliver chegou.
- O que foi Oliver?- Perguntei.
- Malasya.
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Descendentes_Livro 3
Science FictionMeu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade. Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos. Mas há alguns meses atrás, houve uma...