A Antiga Floresta

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Ao chegarmos ao bosque e nos encontrarmos com os outros esquadrões mal tivemos tempo para parar, primeiro meu pai ordenou que fossem colocados alguns aparelhos na testa dos "Esquizofrênicos", depois encontramos um lugar bem escondido perto de um rio, por alguma razão aquele lugar me parecia familiar, começamos a montar um acampamento, tentamos fazê-lo do modo mais camuflado possível para que não notassem nossa presença, caso alguém estivesse ali ou nos visse, preparamos as nossas armas, esperaríamos até o próximo dia para podermos atacar. Enquanto não acontecia, tínhamos bastante tempo para descansar.
- Dizem mesmo que é terrível.- Eu estava à beira do rio quando escutei uma vozinha que eu já conhecia bem, e isso foi o que me assustou, me virei rapidamente e vi Coy.- O bosque...antes era bem maior, tudo parecia mais...sombrio, sabia?- Ela me perguntou.
- Coy? O que diabos você está fazendo aqui?- Perguntei.
- O que sempre faço Max, estou ajudando.- Ela respondeu.
- Não, você não podia ter entrado, é "Esquizofrênica".
- Sim, mas me controlo bem.- Ela rebateu.
- Droga Coy.- Me levantei e fui buscar um dos aparelhos de Kahlberg para colocar na testa dela e fiz isso assim que consegui vê-la.
- Esse troço me incomoda!- Ela reclamou.
- Não quero saber, é pro seu bem.- Respondi.
- Não sabe um terço do que pode me fazer bem.- Ela disse, fingi pensar por um momento.
- É tem razão, eu sou um idiota e você é imprevisível, satisfeita?- Perguntei.
- Não.- Ela cruzou os braços.
- Não seja abusada, não deveria nem estar aqui.- Eu disse.
- Não tem moral para dirigir palavra a mim "senhor estúpido", ainda não sabe quem é "S.L." ou sabe?- Ela desafiou.
- Sempre jogando sujo não é?- Perguntei.
- O mundo é dos espertos...por exemplo...- Ela passou a mão no chão e foi tirando camadas de folhas e terra.
- Coy, vai acabar se sujando inteira.- Eu disse, ela nem olhou.
-...Não precisavam de tantos acampamentos assim.- Ela pegou a pulseira e pareceu querer levantar algo.
- Pra que você...- Quando eu ia terminar de falar algo se levantou, um metal meio enferrujado e bem antigo mas consegui ver o que era, era uma escotilha, eu saquei na hora aonde estávamos.
- Reconhece esse lugar?- Ela perguntou.
- Claro que sim é...como você descobriu?- Perguntei.
- Como sempre descubro seu bobo.- Ela respondeu, sem dizer mais nada ela pulou lá dentro.
- Coy??- Chamei.
- O que estão fazendo?- Levei um susto, Whitney apareceu do nada.
- Isso é uma conspiração pra tentar me matar?- Perguntei.
- Não seja exagerado, se assustou por coisa boba soldado Hyers, devia ter vergonha.- Ela levantou as sobrancelhas.
- Quer ver uma coisa que vai te deixar com vergonha sua atrevida?- Perguntei.
- Ha! Eu duvido, Ashcroft me treinou bem.- Ela disse.
- É mesmo, olha aquele disco voador ali.- Menti apontando para o céu.
- Fala sério Maximus não tenho cinco anos.- Ela riu, puxei o braço dela e a empurrei no rio.

- Ela riu, puxei o braço dela e a empurrei no rio

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- Maximus!!- Eternity veio até nós.
- Relaxa, ela sabe nadar.- Eu disse despreocupado.
- Seu estúpido!- Ela disse ao emergir, eu ri da cara dela.
- Nunca ria em combate, soldado Holtt.- Eu disse.
- Eu vou arrancar sua cabeça fora!- Ela saiu da água.
- Quanta violência Whity.- Estendi a mão para que ela me desse um aperto de mãos, só para sinalizar que foi na esportiva, ela entendeu e ficou encarando, ela bufou e revirou os olhos mas correspondeu, eu dei um sorrisinho.
- O que estavam fazendo?- Ela perguntou, me lembrei da escotilha.
- Ah, bom, eu acho que encontramos o possível esconderijo de Kimberly Sparks e Aaron Rogers.- Eu disse.
- Sério?- Ela passou por mim e foi andando até a escotilha.
- Como assim Max?- Eny perguntou.
- Coy.- Respondi.
- A Coy está aqui?! Como? Ela tinha que estar na base!- Eternity reclamou.
- Já viu a Coy obedecer ordens? Se quiser tentar impor é só tentar.- Eu disse.
- Por que não me disse nada?- Ela parecia irritada.
- Prima, seu cabelo é vermelho mas não significa que você tenha que pegar fogo assim.- Ironizei.
- Não brinque comigo Maximus, não sou como Tessa mas não passe dos limites.- Ela alertou.
- Mulheres...cada vez mais dóceis, não é?- Perguntei sarcásticamente.
- Você é um idiota Maximus.
- Obrigado.- Sorri, ela desceu pelas escadas da escotilha, ri e desci junto.
Nos deparamos com um lugar que para nossa época era bem primordial, haviam barris, baldes, uma torneira velha, um quarto pequeno, manchas de sangue no chão, cheio de insetos, teias de aranha, poeira, parecia um abrigo anti bombas ou coisa do tipo, tudo em madeira.

Nos deparamos com um lugar que para nossa época era bem primordial, haviam barris, baldes, uma torneira velha, um quarto pequeno, manchas de sangue no chão, cheio de insetos, teias de aranha, poeira, parecia um abrigo anti bombas ou coisa do tipo,...

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- Realmente...bate com as descrições.- Eny disse passando a mão pela madeira.- Aqui era o lugar que Kimberly Sparks chamava de "Floresta Negra".
- Eny merece um prêmio.- Vimos Coy em um canto escuro.
- Dá para parar de nos assustar?- Eternity perguntou.
- Impossível, é da minha natureza.- Ela riu.
- Só eu tô me sentindo um arqueólogo?- Perguntei.
- É, só você Maximus.- Whitney disse.
- Fala sério, esse lugar é mais velho do que minha avó, e olha que a minha avó já não tá mais aqui faz tempo.- Ironizei.
- Max, pelo amor de Deus, esse lugar tem mais de duzentos anos.- Eternity disse.
- Percebi.- Respondi.
- Devemos contar ao tio Ald?- Eny perguntou.
- Talvez ele saiba o que dizer ou como aproveitar esse lugar.- Concordei.
- Vão logo, será mais difícil expulsar os insetos à noite.- Coy disse.
- Ainda não estamos quites Selcoy, precisamos conversar.- Eternity disse.
- Não precisamos não, se precisássemos eu saberia.- Ela sorriu, eu saí do abrigo com Whitney, ambos dizemos e mostramos para o meu pai, ele propôs que Coy e Eternity ficassem lá, pois era mais seguro para uma criança e a mesma precisava de companhia.
- Preparem-se todos! Amanhã de manhã partiremos em direção à Iron Empire. Vocês podem lutar até a morte ou podem morrer lutando, então dêem tudo de si porque não será nada fácil, corram, batalhem e o mais importante, sobrevivam.- Foi o que meu pai nos disse, eu fiquei pensando no que ele disse por um tempão.
- Nervoso?- Tess me perguntou, ela estava deitada ao meu lado.
- Com certeza.- Eu respondi.
- Não fique Max, vamos nos sair muito bem.- Ela disse.
- Sabe que muitos podem morrer amanhã, não sabe?- Indaguei.
- Claro que podem, mas é inevitável...Max, são nossas vidas pelas vidas da humanidade, eu não tenho mais medo de morrer, não nas mãos de Era.- Ela disse, segurei a mão dela.
- A gente tá junto nessa Tess.- Eu disse.
- A gente tá junto em tudo Max, não vamos desistir um do outro, tá bom?- Ela perguntou.
- Nunca.- Dei um beijo na testa dela, ela me abraçou.
- Vamos só dormir por enquanto, ok?- Ela perguntou.
- Ok.

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