- Maximus?- Jay chegou.
- Encontrou?- Perguntei.
- Sim.- Assentiu, dei um suspiro, aliviado e entreguei algumas armas para ele.
- Onde conseguiu isso?- Ele perguntou.
- Uma das passagens tinha uma sala de armazenamento de armas, eu só peguei.- Eu disse.
- Boa.- Ele disse, saímos andando até uma das passagens.- Você está estranho Max.- Ele estranhou.
- Eu sei, até porque uma louca destruidora de cidades e assassina me beijou.- Eu disse com sarcasmo, ele começou a rir.
- Sério?- Ele perguntou.
- Sim.- Eu disse, ele começou a rir mais e depois colocou a mão no meu ombro.
- Não precisa se preocupar, não foi o único que teve uma experiência dessas.- Ele riu.
- Cassie te beijou também?- Perguntei quase irônico, mas eu sabia que não podia fazer piadas, afinal tínhamos passado pela mesma situação.
- Cassie não, Jessie.- Ele corrigiu, eu começei a rir.
Chegamos em uma passagem mais afastada da torre.
- É aqui?- Perguntei.
- É.- Ele afirmou.- Você entra e eu te dou cobertura.- Ele disse.
- Certo.- Respirei fundo e começei a descer as escadas.
- Max!- Jaydan chamou.
- Que foi?- Olhei para ele.
- O código é G213.- Ele sussurrou.
- Ok.- Assenti, terminei de descer as escadas.
Fui olhando cela por cela, a maioria estava vazia, em outras haviam maníacos "Imunes" e "Esquizofrênicos" e humanos, eu odiava ver aquilo, pensei em soltar todos mas iria chamar muita atenção, e tentar lutar contra as Geminis é quase uma espécie de suicídio.
Notei que haviam placas, e percebi que a pequena prisão era dividida em setores, se eu conheço bem as Geminis, Tessa deve estar presa no último setor, por ser mais afastado, fui passando pelo setor dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, até que cheguei no setor treze, que era o último setor, olhei para as celas, haviam homens, maníacos, mulheres, crianças, cheguei em um ponto vazio do setor.
- Você é louco mesmo não é?- Ouvi uma vozinha fina perguntar, olhei para trás e me assustei, vi Seline, a Coy.
- Coy, o que você faz aqui?- Perguntei em voz baixa.
- Eu sigo vocês, sempre fui boa em passar despercebida...enfim, decidi que vou ser a guia de vocês, bom, na verdade não sei a palavra certa para o que vou ser...mas direi o que vocês precisam ouvir, e ajudarei vocês a descobrirem o que precisam.- Ela sorriu.
- Se quer nos ajudar, por que não fala nada?- Perguntei.
- Por que seres humanos são fracos, até os bonzinhos, se soubessem que eu sei o que sei já teriam me torturado.- Ela disse em tom triste.
- Coy, nunca machucaríamos você.- Encorajei.
- Sinto muito Maximus, mas esse mérito não é meu.- Ela saiu correndo.
- Coy volta aqui!- Chamei, ela apenas despareceu no meio dos setores, o que ela quis dizer com: "Esse mérito não é meu"? O que ela esconde de mim? E por que acha que eu faria mal a ela em alguma circunstância? Caramba...
Voltei a prestar atenção nas celas, fui olhando elas, vagarosamente, cheguei até uma parede que terminava todos os setores, olhei para a cela do lado, ela era a única naquela parte do setor, eu vi Tessa lá, ela dormia.
- Bloodwell?- Chamei, ela não abriu os olhos.- Bloodwell!- Chamei em tom mais alto, ela acordou e olhou para mim confusa.
- Maximus?- Ela sussurrou.
Digitei o código no dispositivo ao lado da porta e ela se abriu.
- Oi Bloodwell.- Eu sorri, a reação dela foi inesperada, ela correu e me abraçou com força, eu jurava que ela ia me bater ou coisa do tipo.
- Seu idiota!!! Está louco?! Sabe o risco que você correu vindo aqui?! Isso é Iron Empire!!! Meu Deus!!! O que você fez?!- Ela falava sem parar.
- Nenhum agradecimento? Por que me surpreendo.- Eu ironizei.
- Maximus!! Você...é maníaco?!- Ela perguntou.
- Não, são lentes, relaxa.- Ela revirou os olhos.
- Você está completamente louco, sabia?! E se as Geminis ferissem você?! E o Fearless?!- Ela continuou falando, apenas dei um sorriso.
- E por que se importa?- Perguntei.
- Será que você não consegue ver que eu tô completamente apaixonada por você?!- Ela perguntou arqueando as sobrancelhas, meu sorriso ficou maior, agora sim, as coisas estão melhorando, coloquei minha mão no rosto dela e fui me aproximando do rosto dela, ela virou o rosto para o lado.
- Não, ainda não.- Ela disse.
- Ok.- Eu disse sorrindo.
Peguei as duas mãos dela levemente e coloquei algemas nela.
- Tem que vir comigo ok? Só assim conseguiremos disfarçar e passar pelos outros setores sem chamar atenção.- Eu disse.
- Odiei a idéia, mas ok.- Ela sorriu de modo sarcástico peguei uma arma e apontei para a cabeça dela.
- Calma, está sem balas ok? Só anda.- Ela assentiu e foi andando, era horrível apontar uma arma para a cabeça dela, mesmo que estivesse sem balas.
Fomos andando rapidamente, e passamos por todos os treze setores, Jaydan nos viu, a praça na frente da torre estava vazia, saímos pelos portões do Iron Empire rapidamente.
- Até que foi fácil.- Jaydan disse vitoriosamente.
- Peguem!!!- Senti algo queimar minhas costas.
- Maximus!!!- Tessa arrancou uma flecha em chamas das minhas costas.
- Corram!!- Jaydan disse, eu corri mesmo com minhas costas ardendo, um bando de soldados das Geminis vinham atrás de nós, nós corríamos rapidamente, logo ouvimos disparos, Tessa deu um gemido de dor mas continuou correndo.
- Maximus.- Olhei para o lado e vi Coy em uma casa.- Por aqui.- Ela disse.
Peguei a mão de Tessa e corri para dentro da casa, Jay veio atrás de nós, Coy jogou uma estante na frente da porta.
Ela correu e disse: "Camuflagem".
O chão se abriu revelando uma passagem.
- Entrem!- Ela ordenou, eu ouvia a multidão se aproximando do lado de fora, pulamos lá dentro e Coy pulou também, ela repetiu a palavra e o chão se fechou.
- Você está bem?- Perguntei para Tessa, ela me mostrou o tiro que havia levado na perna.
- Droga.- Eu disse.
- Eu cuido dela ok?- Jaydan disse.
- Ok.
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Descendentes_Livro 3
Science FictionMeu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade. Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos. Mas há alguns meses atrás, houve uma...