- Maximus?- Coy chamou.
- Como encontrou esse lugar?- Perguntei.
- A casa era dos meus avós.- Ela disse.- Meu avô era agente do governo, ele sempre dizia que proteção era essencial.- Ela disse.
- Como vamos sair?- Tessa perguntou, olhei para a perna dela, Jaydan retirou a bala e tratou do ferimento dela, mesmo sabendo que se tornaria maníaco, dei o casaco do antigo uniforme do Iron Empire para ela, ajudou a estancar o sangue, tenho medo da fase que Jaydan terá, ele não demonstrava reação, então provavelmente seria "Imune" ou "Hemorrágico".- Quer dizer, os soldados das Geminis vão nos procurar em qualquer lugar.- Ela disse.
- Concordo, seria estupidez se saíssemos dessa casa.- Jaydan disse, Coy sorriu.
- Eu sei.- Ela disse, ela foi até uma parede do cômodo e deslizou a mão rapidamente pela parede em linha reta, a parede se abriu revelando um corredor enorme com paredes de metal.
- Aonde esse corredor termina?- Perguntei.
- Pra começar, é uma passagem secreta, e termina em Naperville.- Ela respondeu.
- Naperville?!?! Seline, não podemos ir pra Naperville!!- Jaydan disse.
- Primeiramente, já disse pra me chamar de "Coy, segundamente, Naperville é pra onde você tem que ir.
- Por que?- Perguntei.
- Porque Naperville é aonde vocês deveriam estar.- Ela insistiu, dei de ombros.
- Certo, mas e se for uma emboscada?- Jaydan perguntou.
- Tenho nove anos, além disso, eu tenho cara de quem planeja emboscadas?- Ela perguntou confusa, eu olhei para Jaydan.
- Não Coy, Jaydan só está com medo.- Menti, Jay revirou os olhos.
- Não precisa ter vergonha J. eu também sinto medo às vezes.- Ela sorriu.
- Vai me chamar de J.?- Ele perguntou rindo.
- Sim, agora vamos, não temos muito tempo!- Ela disse correndo, Jaydan foi logo atrás dela, Tessa tentou se levantar, eu sabia que ela não conseguiria andar, a perna dela ainda estava ferida.
- Vem cá.- Eu disse, peguei ela no colo e fui carregando ela, ela se segurou em mim com força e me encarou de modo confuso.
- Não acha que é inútil?- Ela perguntou em voz baixa.
- O que?- Perguntei sussurrando.
- Max, não precisa fazer isso eu...eu não sou daquelas por quem vale a pena fazer coisas como essas.
- Tessa, não fala besteira, você vale a pena, pra mim.
- Normalmente eu não me importaria com isso.- Ela disse em tom sarcástico.
- E agora, você se importa?- Perguntei.
- O que você acha?- Ela perguntou.
- Não?- Perguntei em tom irônico.
- Errou.- Ela sorriu.
- É estranho te ver assim, você normalmente daria um soco na minha cara e eu riria, mas te vendo assim eu só quero te beijar.- Eu sorri.
- Até que não é uma idéia ruim socar sua cara.- Ela riu.
- Quanta ingratidão.- Eu disse em tom sarcástico e girei ela, ela começou a rir e bater de leve no meu peito, eu ri.
- Vocês dois querem parar de graçinha aí atrás?- Coy perguntou, levantando a mão para que fizéssemos silêncio.
Ouvimos um ruído, olhei para trás.- Nos descobriram.- Ela disse.
- E você fala isso com essa calma?- Jaydan perguntou.
- Relaxa aí J.- Ela disse, vi uma pulseira na mão dela, ela apertou um botão na mesma.- Ok, hora de ver se isso funciona mesmo.- Ela disse dando um suspiro, ela começou a mexer as duas mãos como se estivesse fechando duas portas, logo as paredes de metal foram se fechando e com isso obstruindo completamente o corredor.
- Como fez isso?!- Tessa perguntou.
- Essa pulseira me dá influência sob qualquer coisa de metal, é como um imã só que dá pra controlar.- Ela disse dando um sorrisinho.
- Gostei.- Eu disse.
- Sei disso.- Ela riu.
- É melhor a gente ir, estão perto não?- Jaydan disse.
- Ele é muito estressadinho.- Coy sussurrou.
- Eu escutei.- Ele disse, ela arqueou as sobrancelhas e jogou a cabeça para o lado e ficou nos encarando.
- E também é muito chato.- Ela sussurrou, ele revirou os olhos.
Nós continuamos andando, vi que haviam outros corredores.
- Aonde os outros param?- Tessa perguntou.
- Vocês não podem ficar em Nova Chicago.- Ela disse.- Naperville é para onde precisamos ir.
- Por que precisamos ir pra Naperville?!- Tessa perguntou se irritando um pouco.
- Espera, Tessa, consegue ficar em pé um pouco?- Perguntei.
- Sim.- Ela afirmou.
- Ok.- Assenti e fui até Coy.- O Fearless é em Naperville?- Perguntei.
- Shhhhhh, quietinho, precisam ir pra lá.- Ela disse.
- Mas Coy, tem outros em Nova Chicago.
- É admirável que não esteja mesmo disposto a deixar ninguém aqui...ok, mudança de planos, vamos sair em...aonde mais ou menos os outros estão?- Ela perguntou, me dei conta de que não sabia.
- Droga...eu...
- Não sabe? Novidade, use isto.- Ela me deu um fone.- Talvez ela tenha algum aparelho que dê pra conversar com você.
- Obrigado.
- Disponha Maximus.- Ela sorriu, coloquei o fone no ouvido e tentei rastrear o GPS dela, consegui ver aonde ela estava.
- Universidade de medicina de Nova Illinois.- Eu disse.
- Por que ela iria para lá?- Coy perguntou.
- Eu não sei e é pra lá que nós vamos, tem alguma dessas "passagens secretas" que leva para algum lugar perto da Universidade?
- Vertiport, é bem perto de lá.
- E qual das passagens é?
- Passagem V, com certeza.- Ela disse confiante.
- Tem certeza?
- Provavelmente, não preciso ter certeza de tudo, vamos.- Eu peguei Tessa no colo novamente.
- E aonde essa "passagem V" fica, exatamente?- Jaydan perguntou.
- Estamos no N...fica depois do O, P, Q, R...
- Entendi garota, no final.- Jaydan interrompeu Tessa riu dos dois.
- Cada passagem é uma letra do alfabeto?- Tessa perguntou.
- Respectivamente, todas tem a inicial de um lugar de Nova Chicago ou uma cidade próxima.- Ela respondeu.
- Interessante, e inteligente também, seu avô fez tudo isso?- Tessa perguntou.
- E alguns outros colegas de trabalho dele.- Ela sorriu de um jeito amigável, foi a primeira vez que vi Tessa sorrir daquele jeito.
- Por que será que a Tessa parece mais comunicativa com a Coy?- Jaydan perguntou, eu ri.
- "Esquizofrênicos" entendem uns aos outros melhor do que os humanos entendem uns aos outros, acho que não tem nada a ver com ciência, talvez seja só...pura empatia.- Tessa disse encostando a cabeça no meu ombro.
- Tessa diz a verdade, ela é muito amável mesmo que não pareça.- Coy sorriu.- Minha avó dizia que todos tem um dom, eu consigo olhar as pessoas por dentro mesmo sem conhecer e consigo descobrir quase tudo.- Ela disse.
- Foi assim que nos encontrou?- Perguntei.
- Eu só sei de muita coisa, mas isso não é um assunto pra agora, por enquanto nós só precisamos voltar pro seu grupo em missão.- Coy voltou a andar.
- Como sabe que está em missão?- Eu perguntei desconfiadamente.
- Já disse, eu sei de muita coisa, se estiver pensando na possibilidade de eu estar passando a perna em vocês precisa se lembrar, "Palavra de uma Coy".- Ela disse.
- Seline...
- Já dei minha "Palavra de Coy", é porque não quero que vocês se machuquem, porque sei que são os adequados para saberem a informação que eu tenho, obviamente só direi na hora certa, enfim, Maximus, eu te dei minha "Palavra de Coy" agora quero que me dê sua "Palavra de Sparks", para eu saber que você confia em mim do jeito que eu confio em vocês.- Respirei fundo, ela levantou as sobrancelhas, levantei minhas mãos.
- "Palavra de Sparks".- Eu disse.
- Agora me dá um abraço.- Ela sorriu, eu dei risada.
- Sério isso?- Perguntei.
- Maximus!- Tessa riu, soltei ela com cuidado para que não caísse.
- Se não vou ficar triste.- Coy ameaçou, eu ri de novo.
- Tá bom baixinha.- Eu dei um abraço nela ela deu um tapinha no meu rosto, estranhei e ela mostrou a mão suja de graxa.
- Isso foi por ser babaca.- Ela riu.
- Tá me zoando né?- Ela pegou um espelhinho e vi meu rosto sujo de preto, Jaydan caiu na risada.
- Trouxa!- Ele exclamou.
- Fala sério.- Resmunguei.
- Agora nós podemos ir.- Coy sorriu vitoriosamente.
Peguei Tessa no colo de novo e saí andando pelo corredor, até chegar na passagem V...
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Descendentes_Livro 3
Science FictionMeu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade. Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos. Mas há alguns meses atrás, houve uma...