A charada

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- Max!!!- A primeira pessoa que vi quando desci da nave foi Coy, ela abraçou a minha perna e começou a rir.
- Oi baixinha.- Eu sorri.
- Eu sabia que estava bem! Você acabou com as Geminis, Era transmitiu para o mundo inteiro!- Ela parecia empolgada, soltou a minha perna e olhou para mim.
- Não é totalmente verdade baixinha, Tessa matou Cassie, Era matou Jessie.- Eu disse.
- Por que?- Ela perguntou.
- Porque ela se tornou inútil, é o que Era faz com aqueles que se unem a ela.
- Sempre?
- É Coy, sempre.- Ela suspirou.
- Era é muito má.- Ela disse.- Que nem a madrasta da Cinderela.- Ela disse.
- Não Coy, Era é pior do que a madrasta da Cinderela, Era só pode ser comparada a uma coisa que não seria muito adequado dizer para você.
- Um demônio?- Coy perguntou, não adianta ver 100% de inocência nela, claro que ela é uma criança de nove anos e ela brinca mas ela parece conhecer as coisas até mais que uma pessoa de quinze anos de idade.
- Tipo isso.- Eu dei de ombros, Yuri veio em nossa direção junto com Tech.
- Seline, vou precisar que nos acompanhe, por favor.- Yuri disse, ela estranhou.
- Por que me chamou de Seline? Me chamam de Seline quando eu fiz alguma coisa feia.- Ela disse, Tech sorriu.
- Não é nada disso Coy, Yu só é excessivamente educado, mas nós realmente precisamos que nos acompanhe e que prometa que vai se comportar.- Tech a tranquilizou, Coy parecia assustada, eu segurei a mão dela.
- Coy, está tudo bem ok? Vamos lá, vou com você.- Encorajei, ela pensou mais um pouco.
- Só vou se a Tessa for também.- Ela disse, vi Yuri suspirar, eu olhei em volta e vi Tessa conversando com Zella, fui até ela e falei sobre Coy, a mãe dela sorria o tempo todo ao olhar para nós, mas não era importante naquele momento, eu tinha que focar na coleta do sangue da Coy, nas pesquisas que Yuri faria e no resultado delas, iria demorar no máximo quatro ou cinco dias.
- Por que me trouxeram para o laboratório?- Coy perguntou, Dux já estava lá.
- Sem querer te assustar, mas nós todos sabemos que você é diferente dos outros "Esquizofrênico", não significa que seja perigosa, nós só queremos saber mais sobre as futuras evoluções da morbo, e só uma coleta do seu sangue pode nos ajudar.- Dux disse.
- Mas por que eu?- Ela perguntou.
- Por que você é descendente de Era, ela teve um filho e você é a descendente dele.- Ironizei, Coy se assustou e começou a olhar para todos os outros eu começei a rir, Tessa deu um soco na minha orelha.- Era brincadeira Tessa, mas que...
- Cale a boca se não da próxima vez vai ser o seu nariz.- Ela ameaçou, Coy riu da minha cara e eu só cruzei os braços.
- Porque você é uma mutação.- Dux disse, Coy pareceu um pouco mais pensativa.
- Seria inútil...mas que seja, precisam de ajuda.- Ela estendeu os braços, Yuri pegou uma seringa para coletar o sangue dela
- Por que acha que seria inútil?- Perguntei, ela sorriu.
- A salvação não está em mim, está em você.- Ela disse, no mesmo instante começei a refletir sobre a frase, Tessa levantou as sobrancelhas.
- Como assim?- Estranhei.
- Vai ter que descobrir por sua conta.- Ela disse, quando Yuri terminou a coleta ela veio até mim.
- "S.L."- Ela sussurrou e saiu correndo, eu não entendi nada.
Afinal o que "S.L." significa? Por que ela resolveu fazer essa charada? O que ela quis dizer com: "A salvação está em você"? Parece que ser "Imune" realmente não ajuda nem para descobrir o que uma criança de nove anos quer me dizer, aliás, uma criança mutante.
Eu corri atrás dela, sem falar com ninguém, sabia que ela podia sumir nas ruas, mas consegui ver ela.
- Coy!- Chamei, ela olhou para mim e deu um sorrisinho.- O que significa "S.L."?- Perguntei.
- É uma pessoa.- Ela deu de ombros como se fosse a coisa mais fácil do mundo.
- As iniciais?- Perguntei.
- Basicamente.- Ela disse.
- E o que essa pessoa tem a ver com a charada?- Perguntei.
- Ela vai saber te dizer o que eu quis dizer.
- Está dizendo que eu vou ter que descobrir quem é "S.L." sozinho?- Levantei as sobrancelhas.
- Sozinhozinho mesmo? Claro que não! Tessa iria tentar te ajudar de qualquer jeito, ou até outra pessoa.- Ela disse.
- De onde você tira essas coisas?- Perguntei, ela só deu uma risada.
- A culpa não é minha se o meu cérebro funciona melhor que o seu.- Ela respondeu e saiu correndo, e dessa vez ela sumiu.
- O que foi que ela te disse?- Tess me perguntou, eu nem percebi que ela estava atrás de mim.
- "S.L.", são iniciais mas não tenho idéia de quem é o dono ou a dona delas, não podia ser "T.L.B."? Jesus.- Ironizei, Tessa deu risada.
- E o que tem o tal de "S.L."?- Tessa parou de rir.
- Ele sabe a resposta para a charada que Coy fez, eu sei que isso é meio que trapaça mas ela mesma me ajudou a trapacear, então não vejo problema nenhum em tentar descobrir quem é essa pessoa.- Eu disse.
- Max, deve ter muita gente com as iniciais "S.L." no Force Field ou até fora dele, como vamos descobrir?
- Eu dou meu jeito Tess, conhece alguém com essas iniciais?
- Na verdade...conheço, mas não somos muito próximos, é um amigo de Droddy e Clia, eles se conheceram depois que os dois mudaram de escola.- Ela respondeu.
- Como sabe que eles mudaram de escola alguma vez?
- Droddy e Clia eram inseparáveis, estudamos juntos quando eu era pequena, éramos muito amigos, mas Clia teve que mudar de escola e Droddy sempre teve uma quedinha por ela, então ele foi junto.- Ela explicou.
- Caramba, por isso vocês conversam bastante?
- Estou tentando reatar uma amizade antiga, só isso.- Ela sorriu.
- Você está mudando, não está tão fria quanto aquela Tessa pra quem apontei a flecha.- Sorri, ela corou.
- Bom...acho que não tem motivo para frieza e desconfiança quando já se sentiu muitas dores na vida, uma hora você acaba se acostumando com elas e nem sente mais nada.- Ela disse.
- Nada?- Pressionei com um sorriso sarcástico, ela ficou sem graça.
- Eu quis dizer dor emocional, talvez física, sei lá .- Ela disse recuperando a expressão séria no rosto.
- Então quer dizer que pode sentir algo por outras pessoas?- Perguntei.
- Claro que posso, sou um ser humano.- Ela deu de ombros.
- Inclusive por mim?- Provoquei.
- Principalmente por você, Hyers.- Ela deu um sorrisinho irônico.
- Posso te beijar?- Perguntei.
- Não.- Ela disse e saiu andando.
- Por que não?- Insisti rindo, eu sabia que ela sabia que era brincadeira.
- Por que agora temos uma coisinha para resolver...

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