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- Maximus, você está louco?! Pirou de vez?!- Meu pai perguntou, e eu com a maior cara de "Foda-se" pra ele, mas não falei nada por questão de respeito.- Ouviu o que Era disse?! Aquela garota é uma maníaca! Ela pode surtar e te matar a qualquer hora!- Ele disse, eu respirei fundo.
- Como se sentiu quando se apaixonou pela mamãe?- Perguntei.
- Não mude de assunto Maximus! Não é a mesma coisa!- Ele disse, pareceu ficar mais irritado.
- O senhor não sentiu que faria qualquer loucura para ficar com ela? Se eu me lembro bem o pai dela também não gostava do fato de vocês dois ficarem juntos e se casarem.- Eu disse, ele parou de falar, deu um suspiro.
- Maximus, o que digo agora é para o seu bem, eu amava Miryam, mas ela não era como Tessa.- Ele disse.
- Eu faria qualquer loucura para ficar com ela.- Eu disse.
- E eu faria qualquer loucura para te proteger.- Ele rebateu, assim saiu andando, o que ele quis dizer com isso? Como assim? Dane-se, não interessa, ele não faria nada que fosse me prejudicar, ele é meu pai...
Nós andamos até um bosque, deitamos para descansar, eu sabia que alguns soldados das Geminis poderiam vir ou simplesmente maníacos que habitavam a cidade, mas estávamos preparados.
Eu estava bebendo uma garrafa de água que consegui pegar de um supermercado abandonado.
Provavelmente estávamos em uma espécie de parque ou coisa do tipo, não dava pra saber porque os maníacos fizeram uma "reforma" na cidade, tudo estava quebrado e irreconhecível, não parecia a Nova Chicago em que cresci. O grupo compartilhava comida em uma roda, todos estavam lá, menos eu, porque eu já havia comido (comida que também peguei do supermercado abandonado, afinal um prazo de validade longo pode salvar sua vida em uma epidemia como a morbo).
Eu estava olhando para uma árvore, ela estava morrendo, às vezes, morrer parece ser fácil, talvez seja, mas a parte mais dolorosa não é como você vai morrer, são as pessoas a sua volta.
Escutei um barulho familiar, era como o som de uma nave se aproximando, peguei uma metralhadora, se fosse qualquer maníaco, eu estaria preparado, afinal, eu era o único que estava a frente do grupo.
Vi uma nave vindo em nossa direção, reconheci imediatamente, mas não podia ser, a nave era do Fearless, ela desceu bem na minha frente e Yuri desceu de lá, ele deu um sorriso.
- Sentiram minha falta?- Ele perguntou.
- Seu grande filho da mãe.- Eu começei a rir e demos um toque de mãos, ele riu.
- Yuri!- Scara foi correndo até ele e o abraçou.
- Olá senhorita chatice.- Ele disse com uma voz estranha, ela deu um soco na cara dele e riu.
- Também morri de saudades seu retardado.- Ela disse.
- Yuri?- Meu pai veio até nós.
- Oi senhor Sparks.- Ele disse.
- Como nos encontrou aqui garoto?- Meu pai perguntou.
- Simples, foi só rastrear o GPS de vocês que vocês deixam ligado, o que é burrice.- Ele disse.
- Notou alguma diferença no Fearless?- Perguntei.
- Tirando a tentativa de hackear os computadores? Ah, resolvi em um instante, passei todas as nossas informações para esse nano pen drive...- Ele mostrou o pen drive, era minúsculo.-...E quebrar os computadores, aliás, presumi que o hacker deve ser maníaco, e por sinal é muito bom e vocês já estão longe faz um tempo, alguma idéia de quem seja?
- Sim, e não é "o" hacker, é "a" hacker.
- Ah, pode me explicar?
- As Geminis, elas criaram o projeto C360 para implantar a Ditadura em Nova Chicago e assim criar a Nova Era.- Eu disse, ele franziu a testa.
- Só isso?- Ele perguntou.
- Na verdade não, elas criaram algo chamado "dispositivo matriz", há mais ou menos duzentos anos atrás, na primeira epidemia, existiu uma líder dos maníacos, eles a odiavam mas ela era poderosa, esse era o problema, Erika Sanderson, ou Era, através desse dispositivo elas conseguiram criar um clone perfeito de Era, com células gêmeas às dela,  com as mesmas emoções e idéias da antiga, elas praticamente ressuscitaram Era.- Eu disse, Yuri arregalou os olhos.
- Esse dispositivo...ele poderia salvar vidas.- Ele disse, Yuri era um Worker, era um médico, tinha uma piração por tecnologia e ciência, não sou muito fã disso (só de tecnologia) mas não tenho opção.
- Eu sei mas se não destruímos o dispositivo, Era vai continuar "viva".- Eu disse.
- Tá, vamos logo, pelo menos encontramos vocês e espera aí...cadê o Conrad? E a Vicky e o Tony?- Ele perguntou, eu apenas abaixei a cabeça, ele entendeu.
- Ah...- Ele disse, Coy abraçou a perna dele.
- Você é bonzinho.- Ela disse com um sorrisinho.
- Sua filha?- Yuri ironizou, eu ri.
- Não essa é...- Fui interrompido.
- Seline Howard Coy, muito prazer.- Ela estendeu a mão e ele apertou a mão dela, eu sorri.
- Sou Yuri Fujishima Wellisburg, o prazer é todo meu.- Ele disse.
- Pelo visto já se deu bem com a "baixinha".- Scara disse sorrindo.
- Todos se dão bem com ela.- Tessa brincou.
- Nem todos, só os bonzinhos.- Ela disse.- Isso é uma nave? Não vejo uma dessas desde que a epidemia começou.- Coy disse.
- Quem são eles?- Faith perguntou.
- São amigos.- Malasya disse.
- Quer que eu ajude?- Yuri perguntou, Malasya assentiu.
- Mas vá devagar, ela não gosta muito de pessoas.- Malasya disse.
- Antropofobia?- Ele perguntou.
- Exato.- Ela sorriu.
- Malasya, vamos logo.- Everestt disse, ela e German entraram na nave, Yuri ajudou Faith a entrar, Whitney entrou também, e Scara, logo depois Raphael e Maryne, ambos ainda abalados com a morte de Roy.
- Quem são os novos?- Yuri perguntou.
- "Gallant", um grupo como o "Fearless".- Eu disse, ele assentiu como se tivesse entendido, ele olhou para Tessa e sorriu maliciosamente para mim.
- E as coisas com ela?- Ele perguntou.
- Não te interessa.- Eu disse rindo.
- Tudo bem, só uma dica, tenta não levar mais socos nessa sua cara de lesado.- Ele disse, eu apenas olhei de canto para ele e ri.
Nós entramos na nave, quando todos entraram a nave finalmente partiu, em direção ao Fearless, finalmente voltaríamos para lá, eu iria ter que falar com alguns amigos, Workers, eu tinha alguns amigos que não eram Fighters, e eu precisava vê-los.
Quando chegamos eu quase nem acreditei, paramos em um lugar meio escondido para que ninguém visse a nave, logo depois descemos para a estação de metrô e nós chegamos ao Fearless, quando chegamos lá todos estavam nos esperando, achei meio desnecessário mas comemoravam como se não fosse.
- Max!- Eu ouvi alguém me chamar, eu já sabia quem era, Kevin Arth Cobbain, ele é um ano mais novo, conheço esse cara desde que eu tinha um ano de idade, ele era um veterinário, absurdamente louco por animais.- Seu bosta, aonde você tava cara?!- Ele perguntou rindo enquanto socava meus ombros sem parar eu ri.
- Nova Chicago.
- Foi para a capital? As Geminis devem ter feito merda com vocês, tipo, vocês tão acabados.- Ele disse.
- Nem tente imaginar.- Eu disse.
- E o Conrad? Não vi ele até agora e pelo visto conheceu muita gente.
- Conrad está morto, diretamente falando e aqueles são de um grupo humano chamado "Gallant".- Eu disse.
- Hum, Conrad era um líder legal, e o pessoal do "Gallant" também parece ser.- Ele disse.
- Maximus!!!- Mal me virei e vi Brynne, ela só me beijou do nada, ela beija bem, daqueles que você pode até viciar, mas ela também é uma tremenda vagabunda, eu me afastei dela, ela sorria.- Senti sua falta Max!
- Mas que coisa Brynne, quantas vezes vou ter que dizer que acabou?!- Perguntei, ela ficou séria.
- Maximus como assim? Não, você sabe que eu sou perfeita pra você e eu já te falei que eu não vou desistir!- Ela exclamou, olhei para Tessa, ela apenas desviou o olhar e saiu andando em passos rápidos, ela viu, droga.
- A fila anda Brynne, eu me apaixonei pela Tessa.- Eu disse, ela franziu as sobrancelhas e eu saí correndo atrás de Tessa.
- Tess!- Exclamei, ela parou de andar e ficou me olhando.
- Oi Maximus.- Ela disse.
- Tess, me escuta, não foi o que você entendeu.- Eu segurei as mãos dela, ela se afastou.
- Eu não entendi, eu vi.- Ela disse.- Ou vai tentar me convencer de que foi uma visão?- Ela perguntou.
- Tessa, ela me beijou, eu não queria.- Eu disse.
- Ela é bonita...qual é o nome dela?- Ela me perguntou.
- Brynne.- Eu respondi.- Tess, só me escuta.
- Brynne...é um nome bonito.- Ela sorriu.
- Não, Tessa, por favor...
- Você vai ser feliz com ela, ela é humana, pode te oferecer tudo o que eu não posso.- Ela me interrompeu e saiu andando, segurei a mão dela.
- Eu, amo você Tessa Lacey Bloodwell.- Eu disse em voz alta, ela desviou o olhar.- Preciso repetir?- Perguntei, ela apenas fechou os olhos e saiu andando, respirei fundo e chutei a parede, eu não posso perder a Tessa assim, e tenho medo de já ter perdido...droga.

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora