A chacina: Parte três

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Os olhos ardendo nem importavam mais, eu cheguei mais perto dela, ela estava muito pálida, parecia estar morta e aquilo me desesperou até mais do que ver Trinity morrer, a cabeça dela também estava um pouco ferida.
"Droga." Pensei, eu começei a fazer respiração boca a boca para ter certeza de que ela estava respirando e para o meu alívio,  ela estava, pelo que eu consegui entender ela se afogou com aquelas ondas, eu começei a fazer massagem cardíaca para tentar acordar ela, não perdi muito tempo fazendo isso, ela se sentou no chão e cuspiu muita água e começou a respirar desesperadamente, ela se deitou e eu segurei ela, ela sorriu e voltou a respirar normalmente.
- Não vai agradecer?- Perguntei, ela fechou os olhos e riu.
- Seu grande idio...- Ela parou de falar quando escutei um barulho alto e senti algo no meu ombro direito latejar e começar a doer um pouco.- Maximus!!!- Ela exclamou, eu coloquei impulsivamente a mão no ombro e percebi que estava sangrando, Tessa, puxou meu braço, me ajudou a levantar e começou a correr.

O gás não fazia muito efeito por causa da concentração de prédios no local, eu olhei para trás e percebi que havia um soldado armado nos perseguindo, corremos tanto que conseguimos despistar o cara e ela me empurrou para dentro de um prédio

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O gás não fazia muito efeito por causa da concentração de prédios no local, eu olhei para trás e percebi que havia um soldado armado nos perseguindo, corremos tanto que conseguimos despistar o cara e ela me empurrou para dentro de um prédio.
Ela começou a olhar para o meu ombro, e escutamos um barulho, ela bufou e desviou o olhar para o chão para procurar alguma coisa no chão, não entendi o que ela queria, e por mais preocupada que ela estivesse, eu nem sentia tanta dor, eu sabia que tinha sido um tiro de raspão porque não parecia que uma bala tinha realmente acertado meu ombro, eu só sabia que a minha camisa estava ficando encharcada de sangue, Tessa pegou um pedaço de madeira e eu ouvi tiros, ela olhou para o lado de fora do prédio.
- O que você vai fazer Tess?!- Perguntei.
- Quieto!- Ela disse e saiu do prédio, ouvi um tiro, me levantei correndo e saí para ver o que aconteceu, Tessa conseguiu cravar o pedaço de madeira nele e colocar esse pedaço no chão que nem uma bandeira, o tiro que eu ouvi foi disparado para uma parede.
Ela olhou para mim e eu começei a rir, não sei bem porque raios mas eu ri.
- Não mandei você sair, mandei?- Ela perguntou em tom sarcástico.
- Eu não podia ouvir um tiro e ficar parado que nem um retardado e se essa parede fosse você?- Perguntei.
- Isso é machista, é porque eu sou mulher é?- Ela brincou.
- Claro Tessa, sou um babaca que maltrata mulheres.- Ironizei, ela sorriu e suspirou ao olhar para o meu ombro.
- Vamos cuidar disso.- Ela disse, entramos no prédio de novo.- Posso tirar sua camisa?- Ela perguntou, dei um sorrisinho malicioso.
- Quanta ousadia.- Ironizei, ela deu um soco no meu peito.
- Sem segundas intenções Hyers! É para o seu bem.- Ela disse, tirei a camisa, ela tirou alguns pedaços de tecido que grudaram com o meu sangue, ela começou a limpar minhas costas com a camisa e a tentar estancar o sangue, ardia um pouco mas não chegava a doer.

- Ela disse, tirei a camisa, ela tirou alguns pedaços de tecido que grudaram com o meu sangue, ela começou a limpar minhas costas com a camisa e a tentar estancar o sangue, ardia um pouco mas não chegava a doer

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- Cadê a Coy?- Perguntei assim que me lembrei dela.
- Está segura.- Ela afirmou.
- Tem certeza?- Insisti na pergunta.
- Antes que eu apagasse eu consegui fazer com que ela entrasse em um prédio, se ela estivesse no chão estaria segura, eu tive certeza, foi assim que eu me destraí e acabei batendo a cabeça em alguma coisa.- Ela explicou.
- Sendo assim eu só posso te agradecer.- Eu disse.
- Pelo que?- Ela perguntou confusa.
- Por manter a Coy segura, prometi que cuidaria dela e quando não consegui você me ajudou. Valeu Tess.- Eu disse sorrindo.
- É o mínimo que eu posso fazer.- Ela disse, senti ela passando as mãos pelas minhas costas e me virei, ela corou.- Eu sei que...é meio inconveniente perguntar mas, que cicatriz era aquela nas suas costas?- Ela me perguntou, eu respirei fundo.
- Não queria que tivesse visto ela.- Eu disse.
- Por que não?- Ela perguntou.
- Porque não queria ter que contar isso para você.- Eu disse.
- Poderia ter simplesmente mentido.- Ela deu de ombros.
- Não para você.- Eu retruquei.- Acontece que teve uma vez que meu pai chegou tão bêbado em casa que estava agressivo e violento e minha mãe ficou brava, ele não sabia o que estava fazendo, então ele bateu em todos nós.- Eu disse.
- Todos?- Ela perguntou surpresa.
- Inclusive a minha mãe, eu tentei defender ela mas acabei ficando com essa marca estúpida.- Eu disse.
- E ainda consegue ser frio quanto a isso?- Ela perguntou.
- Depois de um tempo as coisas que te machucam perdem a importância, só existe dor se você achar que existe.- Respondi.
- Eu não achei que você fosse assim, achei que fosse só aquele babaca que mirou uma flecha para uma garota quando a conheceu.- Ela disse olhando para o chão, só para não ter que olhar para mim.
- Você tem o costume de errar sobre as pessoas, e de ver os defeitos delas mas Tessa, a vida não é só defeitos e pessoas ruins.- Garanti, ela deu um sorriso e levantou o olhar para mim.
- Já vi que preciso aprender muito com você.- Ela disse.
- Que honra, a grande Tessa Lacey Bloodwell dizendo que precisa aprender muito comigo? Eu sempre soube que eu era tão bom a esse ponto.- Ironizei, ela revirou os olhos.
- Deixa de ser convencido Hyers.- Ela disse, eu não sei bem porque, por impulso mesmo, eu beijei a boca dela, ela pareceu confusa quando olhou para mim.
- Só quando você deixar de ser chata.- Eu disse.
- Caramba.- Um garoto um pouco mais baixo que nós dois estava parado, ele tinha olhos castanhos, cabelo preto e era mais pálido do que sei lá o que, parecia papel era estranho.
- Conseguiu se salvar do incêndio e das ondas sozinho?- Tessa perguntou, ficando mais séria.
- Tive ajuda de uma garota, ela tinha o cabelo meio claro, quase ruivo e tinha quase a minha idade, ela disse que se chamava Whitney.
- Whitney?!- Perguntei.- E onde ela está?- Questionei nervoso, como é que um cara se esquece de uma garota que é de uma linhagem quase irmã da sua por anos? É Tessa, às vezes eu tenho que concordar, eu sou um babaca.
- Eu vim buscar ajuda para ela...

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