Meu nome é Maximus Sparks Hyers, eu tenho dezenove anos de idade.
Durante duzentos anos, maníacos (infectados quase 100% curados) e humanos viveram em paz, como se fossem um só, sem preconceitos ou julgamentos.
Mas há alguns meses atrás, houve uma...
Consegui chegar ao acampamento antes dos outros, Maximus corria um risco enorme e eu me sentia culpada por ter ficado parada que nem uma idiota, Luna estava cuidando dele em uma barraca, Kahlberg mandou equipamentos médicos caso precisássemos. Eu só fiquei sentada perto da barraca olhando para o rio, arremessando pedras pequenas e observando quantas vezes elas quicavam na água, eu tentava me manter calma mas era muito difícil, Brynne se sacrificou por mim, nem sei se Eternity voltaria mesmo como o filho da puta do Igor disse que voltaria...ela confiou nele, eu avisei mas ela não me escutou...Maximus corria risco de vida e eu não sabia mais aonde guardar tanto peso e dor. - Esse lugar é tão bonito.- Trinity riu e se sentou ao meu lado, eu dei um sorrisinho mesmo com a tormenta que eu sentia. - É sim Trin.- Eu disse. - Aonde está meu irmão? Você o trouxe aqui por que?- Ela perguntou como se não entendesse nada mesmo, e eu sabia que não entendia. - Ele está ferido Trinity, muito.- Eu expliquei, ela pareceu angustiada no mesmo instante, tentei sorrir. - Já conhece o seu pai?- Perguntei. - Não.- Ela disse. - Quer conhecer?- Sorri. - Faria isso para me ajudar?- Ela perguntou. - Claro, só precisamos achá-lo, vai ser uma surpresa.- Eu respondi. - Muito obrigada, Tessa.- Ela disse. - É melhor irmos logo, Aldous é meio ocupado.- Eu me levantei e começei a andar pelo acampamento à procura dele. - Tessa?- Ela me chamou. - Sim?- Olhei para Trinity, ela parecia muito curiosa com relação à tudo, eu confesso que também ficaria se estivesse na situação dela, a idéia de acordar depois de tanto tempo desintegrada e só se lembrar do próprio nome deve ser frustrante. - Como era a minha mãe? Chegou a conhecê-la?- Ela me perguntou. - Não a conheci, mas pelo que Maximus me disse vocês eram bem parecidas, seu pai te amava muito por isso.- Respondi, ela pareceu confusa. - Amava?- Ela arqueou as sobrancelhas. - Na verdade ainda ama é que...é complicado Trinity, ele acha que você morreu e quando as pessoas morrem tentamos seguir em frente, mas sem esquecer essas pessoas, entende?- Argumentei. - Saquei...você já perdeu alguém Tessa?- Ela perguntou, respirei fundo e um aperto no coração repentino me dominou. - Muita gente Trin, e não posso perder mais ninguém.- Eu respondi. - Tipo o meu irmão?- Eu fiquei em silêncio, ela percebeu que eu havia ficado sem jeito.- Desculpe, só quero que saiba que sua atitude foi muito nobre...você é corajosa Tessa.- Ela elogiou. - Obrigada.- Eu disse, por que será que eu me senti como se estivesse conversando com um fantasma? Vi Aldous conversando com Evangeline, ela provavelmente estava relatando algum problema, não parecia indignada ou furiosa ou nada do gênero, só estava muito calma, como sempre. - Aquele homem de roupas pretas conversando com a garota loira é o meu pai?- Ela perguntou, eu sorri e assenti. - Vá lá com ele, eu fico aqui te olhando.- Eu disse, ela deu uma risada. - Desculpa, é que eu estou nervosa.- Ela se explicou, eu ri junto e ela respirou fundo. - Você consegue Trinity, ele é o seu pai.- Eu disse. - Tudo bem, vamos lá.- Ela disse e finalmente caminhou até ele, eu fiquei encostada em uma árvore observando, algumas formigas começaram a picar a minha mão mas nem me importei, eu só queria assistir. Ela foi até ele e hesitou antes de pousar a mão sob o ombro dele, ele se virou e foi como se tudo o que eu via estivesse em câmera lenta, ele ficou parado olhando para ela e ela só sorria sem parar, ele começou a chorar do nada, sem fazer nenhuma pergunta,. - Trinity?- Foi só o que eu ouvi ele falar. - Olá pai.- Ela riu, ele a abraçou e mais nada foi dito, eu sabia que ambos deixariam as perguntas para depois.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu saí de perto, eu sabia que precisava espairecer mas eu não conseguia parar de pensar em Maximus, era simplesmente a primeira coisa que me vinha à cabeça e nem o começo da epidemia me afligiu tanto assim. Raphael e Brynne morreram, eu já estava fraca emocionalmente com a ida deles, principalmente a de Brynne, apesar de tudo com o Maximus ela foi sincera quando Aldous tentou nos separar, foi minha amiga e mesmo que por pouco tempo, eu já tinha me apegado muito à ela; Esse é de fato um grande problema das pessoas: Se apegar muito aos outros, os riscos são grandes e você é destruído no final de tudo, nem sempre mas quase toda a vez. - Tessa?- Ouvi uma voz falha perguntar, me virei e me surpreendi da pior das maneiras ao ver que ela estava chorando. - Luna? O que foi?- Perguntei arqueando as sobrancelhas. - Eu dei o meu melhor mas eu não pude fazer nada...me perdoa.- Ela disse, segurei as mãos dela. - Do que você está falando?!- Insisti. - Max.- Ela respondeu, sabe aquela sensação de quando parece que seu coração e seu estômago afundam juntos? Foi exatamente isso que eu senti, eu até ri. - É brincadeira né?- Perguntei, ela balançou a cabeça negativamente, por impulso eu saí correndo em disparada até a barraca em que ele estava, eu o vi, estava pálido, inerte, de olhos fechados. - Maximus?- Eu me sentei ao lado dele.- Anda, eu sei que você está aí, por favor levanta!- Exclamei, ele não se mexia, eu começei a me desesperar e a lagrimar.- Maximus Sparks Hyers, levanta agora! Você não tem o direito de me deixar assim!- Eu bati na maca improvisada, mais uma vez ele não se moveu, nenhum riso, nenhuma palavra, nada, coloquei a minha mão no peito dele e seu coração não batia, chequei seu pulso e não havia pulsação, eu simplesmente não acreditava...Courage conseguiu... - Por que você não me responde?!- Minha voz falhou e mais uma vez desabei em lágrimas, eu não aguentava mais chorar tanto mas também sabia que não aguentaria conter aquela dor, eu me deitei ao lado dele na maca, por algum motivo trouxa eu tinha a esperança de que ele acordasse, mesmo que lá no fundo eu soubesse que não iria acontecer. Eu não conseguia mais fazer nada, uma parte de mim parecia ter sido arrancada e eu não sabia o que fazer, eu só podia chorar...