Livres

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- Olá Cassidy.- Tessa disse ajeitando a postura, o nome dela é mesmo "Cassidy"? Cassie sorriu de um jeito detestável.
- Olá, priminha querida do meu coração.- Cassie disse.- E olá Maximus.
- Oi Cassie.- Eu disse de modo indiferente.
- Podem continuar a brincadeira, vocês são lindos juntos, é como ver dois carrapatos brincando, dois vermes miseráveis em uma cela só, quanta coincidência não?- Cassie riu.
- Por que está aqui?- Tessa perguntou.
- Só vim fazer uma pequena visita aos meus prisioneiros prediletos, achei tão educado da minha parte.- Cassie riu.
- Quando vai deixar de ser cínica?- Eu perguntei.
- Quando você deixar de ser idiota.- Ela rebateu.
- Nossa, além de cínica, egocêntrica, mesquinha e assassina ainda é grossa?- Perguntei.
- Não vou discutir com você, sou superior.- Ela se gabou, revirei os olhos, mas logo voltei a olhar para ela, porque eu vi as chaves presas no braço dela, como se fosse uma pulseira, peguei o meu canivete sem que ela percebesse enquanto ela e Tessa discutiam, se eu atacasse Cassie direto sabia que ela usaria algum truque, mesmo que eu estivesse armado eu poderia me ferir ou até morrer, ela sabe que os instintos de um "Imune" quando ele sente alguma emoção forte, como a raiva, eram impulsivos (pelo menos na terceira epidemia) mas ela não esperaria se Tessa estivesse armada, embora os "Esquizofrênicos" sejam meio loucos, costumam manter a cabeça no lugar quando não estão ouvindo coisas ou vendo coisas, o plano foi bem calculado, agora eu só preciso fingir mais raiva para que a minha atitude fique óbvia.
- Você é uma terrorista Cassidy, se lembra quando era pequena e dizia que tinha medo de monstros? Pois agora você se tornou um.- Tessa disse, Cassie fez uma cara de tédio.
- Eu era ingênua, sabe Tessa, demora muito para perceber que os piores monstros não são aqueles que costumamos conhecer em histórias, os piores monstros são os que conhecemos no dia-a-dia.
- Isso não muda o fato de você ser um monstro.- Eu disse, ela olhou para mim.- Quer dizer, o que há de errado em matar bilhões de humanos na Terra? Vemos isso no dia-a-dia, né?- Ironizei aumentando o tom de voz, ela deu uma volta enquanto ria, passei o canivete para Tessa sem que Cassie percebesse, ela estranhou, e fiz um sinal para que ela não dissesse nada.
- Eu matei menos da metade deles.- Cassie disse ignorante.
- Só a minha irmã já me custou muita coisa, foi como perder bilhões de uma vez só, na minha frente!!- Esbravejei, ela só sorria.- Por que diabos você fez isso?! Por que matou ela quando podia me matar?! Ela não teve culpa do que eu fiz!!- Eu já estava quase gritando, o que eu sentia era real, dor e muito ódio, mas o que eu dizia em tom alterado era só uma espécie de "desabafo imaginário".
- Você mereceu, espero que a sua irmãzinha esteja sorrindo para você do inferno agora.- Cassie disse, avançei nela, agarrei o pescoço dela e a levantei.
- Eu não bato em mulheres Cassie, mas você não é mulher, você é um demônio, ela se soltou e me empurrou contra uma das paredes, eu sabia que ela tinha força por causa do chip, mas eu sabia que Tess era páreo para Cassie, porque ela já foi uma prisioneira das Geminis e era prima delas, além disso, Tessa parecia ter entendido o plano bem melhor do que imaginei, Cassie veio em minha direção e chegou bem perto de mim, me levantei do chão rapidamente.
- Ah Maximus, você até que é legalzinho.- Ela disse, do nada ela me beijou, eu correspondi para destraí-la, mas eu estava de olhos abertos olhando para Tessa, ela pegou o canivete, e de repente eu senti uma dor forte no meu estômago, Tessa olhou para o local e levou a mão a boca, era como se todo o meu sangue estivesse apodrecendo, senti o gosto horrível de sangue na minha boca, como se eu tivessem cortado ela, só que pior, quando Cassie se afastou meu sangue começou a escorrer da minha boca, a dor estava acabando comigo, a minha respiração ficou pesada, eu olhei para baixo lentamente e vi uma faca cravada em meu estômago.- É uma pena que nós não seremos mais do mesmo mundo logo logo.- Cassie riu, eu caí no chão, tentava resistir de todas as maneiras possíveis, parecia que eu podia sentir o ar dos meus pulmões indo embora e meu coração desacelerando, Tessa deu uma voadora em Cassie, que caiu no chão, eu riria se não estivesse tão ferido, as duas começaram a brigar, Cassie empurrou Tessa contra uma das grades, Tess pegou Cassie pelos pés e cravou o canivete no tornozelo dela, Cassie deu um grito e se debateu, meus olhos começaram a pesar, eu sabia que não podia fechá-los ou dormir, mas eu sentia muito sono, eu não consegui conter, fechei os olhos, eu sabia que ainda estava vivo e consciente porque eu escutava o barulho das duas.
- Maximus?- Ouvi uma voz familiar, que eu não ouvia a muito tempo mas eu reconheceria em qualquer lugar, fiz força e olhei para o lado, de onde o som veio, eu vi minha mãe, eu não tinha forças nem para dizer o nome dela, o som da briga entre as duas pareceu ficar abafado, minha mãe sorriu, ela estava exatamente como da última vez que a vi, roupas amarelas, olhos azuis que eu herdei e cabelos longos e pretos.- Não desista, você vai conseguir.- Ela disse, eu fechei os olhos novamente, senti minhas forças para resistir se esgotarem, mas do nada eu senti um incômodo leve no pulso e as dores sumiram, senti tudo voltando ao normal em um nível incontrolável, como se tivessem me dado um choque, eu abri os olhos, respirando profundamente para repor o ar que eu perdi, vi Tessa sorrir, Cassie estava no chão, ela gemia de dor, eu percebi que o chip que Cassie usava estava no meu pulso, Tessa tirou a faca e o ferimento foi sumindo aos poucos, e uma luz azul foi repondo a minha pele, logo só havia um rasgo ensanguentado na minha camisa.
- Matou Cassie?- Perguntei, Tessa balançou a cabeça negativamente.
- Ainda não.- Ela girou a faca que Cassie usou para me ferir nas mãos, eu percebi que Cassie havia começado a chorar.
- Tessa, por favor, nós somos primas, ainda podemos voltar a ser amigas.- Cassie tentou convencê-la, mas Tessa demonstrava um ódio que parecia transbordar dela.
- Nós éramos amigas, éramos uma família.- Tessa rangeu os dentes e cravou a faca no coração de Cassie, ela ficou inerte no mesmo momento, eu tirei o chip de mim, pisei em cima dele e o quebrei.
Tessa pegou as chaves, e uma caixa de fósforos.
- Para que os fósforos?- Perguntei.
- Se acharem o corpo, podem revivê-la, mas acho que é impossível  extrair alguma célula ou criar células gêmeas de cinzas, não acha?- Ela perguntou, concordei.
- E como vamos sair daqui?- Perguntei.
- Relaxa, tenho um plano...

Descendentes_Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora