Concorrência ampliada

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Lauren POV.

Levei a mão direita aos cabelos e os puxei para trás num gesto costumeiro. Sorri fracamente, ainda com os fios entre os dedos, e deixei que uma curta risada abafada escapasse entre meus lábios.

Eu ainda podia sentir o gosto do beijo de Camila em minha boca; a maciez de sua língua, a precisão de seu toque, a sensibilidade de sua pele reagindo a mim, arrepiada, tão quente...

Apoiei-me de costas contra a parede atrás de mim e inalei fortemente. Seu cheiro inebriante também continuava ali; a lembrança de apenas alguns minutos atrás ainda viva, nítida, diante de meus olhos fechados.

Chegava a ser desesperador pensar no quanto um simples beijo de Camila podia me afetar. E digo mais: se a própria não tivesse separado os lábios dos meus e se afastado de mim naquele momento, eu não teria parado. Com toda a certeza, teria continuado até que aquilo acabasse deixando de ser somente um beijo, pouco me importando com o fato de estarmos em meio a um corredor do internato, sob a enorme possibilidade de sermos flagradas por alguém.

Suspirei, deixando que a adrenalina de meu corpo se esvaísse conforme eu me acalmava, e sorri mais uma vez ao lembrar as últimas palavras da garota. Agora tínhamos um acordo, certo? Um dos bons...

Neguei involuntariamente com a cabeça, ainda sorrindo, e me arrastei com certa resistência para o meio do corredor, traçando meu caminho lentamente de volta à biblioteca enquanto ainda me esforçava para recuperar a estrutura que Camila, com sua sugestão e um único beijo, havia abalado.

Entrando novamente no lugar, o encontrei vazio. O grupo de alunos que estudava ali provavelmente já havia ido embora. A noite chegava ao internato e eu me aproximava da hora de deixar a biblioteca. Por um momento, lembrar que estávamos ainda na segunda-feira me fez brevemente infeliz. Mas, rapidamente, recordei da conversa com Camila e, agora, já possuía um motivo para voltar a me animar.

Quanto à garota dizer que poderia continuar saindo com Kim ou Austin? Eu realmente não poderia me importar menos. Não quando o corpo de Camila reagia a mim daquela maneira mesmo na presença de qualquer um dos dois; não quando isso me possibilitava de tê-la quando eu quisesse...

Um frio gostoso me percorreu a espinha ao pensar nisso e uma ideia me ocorreu instantaneamente.

- Monitora Jauregui? – o tom sugestivo expulsou-me de meus próprios pensamentos e me fez sorrir. Virei para encontrar Joanna parada à porta.

- Enfermeira Hammes? – a ruiva riu com a formalidade de seu sobrenome e caminhou até mim.

- Fora de expediente?

- Tecnicamente não. – respondi, encostando-me à mesa e vendo-a postar-se à minha frente. – Mas duvido muito que mais algum aluno venha pra cá ainda hoje. Você?

- Fora de expediente. – a garota repetiu, assentindo sorridente. – Sabe no que eu estive pensando?

- Sei. – respondi prontamente, fazendo-a me olhar com surpresa. – Em vir até aqui com uma sugestão barata e sacana pra me levar ao seu dormitório.

- Desde quando você virou uma droga de uma adivinha?! – eu gargalhei alto vendo-a me fitar incrédula.

- Você é previsível assim. – dei de ombros e a garota sorriu.

- Pelo menos isso me poupa esforços. Vamos? – eu ri mais uma vez e agora Joanna quem deu de ombros. – Eu falo sério, ora!

- O pior é que eu sei disso! – disse em meio ao riso. – Você é impossível...

Joanna suspirou e sentou-se sobre a mesa ao meu lado. Ficamos num silêncio cômodo por alguns segundos até que a própria sorriu maliciosamente e virou o rosto em minha direção para fitar-me nos olhos.

O InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora