Que comecem os jogos

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Camila POV.

Petulante. Presunçosa. Besta. Idiota. Estúpida. Metida. E infernalmente gostosa. Era isso o que Lauren Jauregui era. Uma bela de uma gostosa filha da mãe.

Neste exato momento, é evidente que a infeliz deve estar rindo da minha cara e se deliciando com o fato de eu ter sido uma fraca, tão imbecil, por ter cedido facilmente às suas investidas há poucos minutos, dentro de seu carro.

Eu tinha feito um bom trabalho a noite inteira. Fiz um esforço descomunal para não agarrar aquela idiota ali mesmo, no segundo em que ela me pegou pela cintura dentro daquele quartinho? Sim, fiz. Mas o que importa é que tinha dado certo e que eu tinha a provocado com sucesso – até que eu arruinasse tudo naquela droga de momento no carro.

Arrastei os pés com cuidado ao atravessar a entrada de casa e bufei entretida em meus próprios pensamentos. Mal percebi a chegada da figura atrás de mim e me sobressaltei assim que fechei a porta e me virei.

- Mãe do céu! – exclamei nervosa, contendo um grito assustado ao vê-la parada atrás de mim. Sinu me sorriu e negou com a cabeça.

- Não queria te assustar, me desculpe. – seu tom de voz foi quase um sussurro.

- Todos dormindo? – questionei, imitando-a na fala.

- Sim, venha. – ela me puxou por uma das mãos e me guiou até a cozinha, onde poderíamos conversar com menos receio.

- Insônia? – eu perguntei assim que adentramos o cômodo e eu me livrei com alívio de minhas sandálias.

- Um pouco. Sabe que quando seu pai dorme antes de mim, eu custo um pouco para pegar no sono com seu ronco. – ela riu baixinho ao terminar de falar e eu sorri. – Mas me diga. Como foi seu encontro?

- Mãe. – eu a olhei descrente, ainda sorrindo. – Eu saí com Austin. Logo, não pode ser considerado um encontro.

- Mas é claro que pode! – ela exclamou, cruzando os braços sobre o peito. – Austin é um ótimo rapaz, bonito, educado e simpático. Por que não poderia sair em um encontro com ele?

- Porque antes disso tudo, Austin é meu amigo e a senhora sabe muito bem disso. – disse com firmeza, vendo-a suspirar em negação.

- Seu pai o adora. Você sabe, não é?

- Sim. – disse, igualmente suspirando. – Mas papai precisa entender que a nossa relação não passa de uma amizade.

- Que pode se tornar algo mais, ou não? – eu tentei negar, mas a mulher me interrompeu com o olhar cálido. – Você não pode prever o futuro, querida.

- Tudo bem, mamãe. Tudo bem... – disse, preferindo não discutir. Fui até a geladeira e a abri para me servir de um copo de água, quando me lembrei de tudo o que havia acontecido. – Se quer saber, Austin passou bastante mal hoje.

- Passou mal? – ela questionou, levando uma das mãos à boca. – Como assim, minha filha?

- Ah, mãe. Ele provavelmente comeu algo estragado por lá. Por "sorte", não aconteceu o mesmo comigo. – disse quase que ironicamente, recordando de Lauren e de seu cínico tom quando questionada por mim sobre o acontecido.

- Oh, pobrezinho. – a vi dizer genuinamente preocupada. – Espero que ele fique bem logo.

- Ele vai ficar. – lhe disse sorrindo, tomando em seguida todo o copo de água em um só grande gole e largando-o sobre a pia. – Enfim, mamãe. Estou cansada. Vou subir, tudo bem?

- É claro, filha. Fique à vontade. Daqui a pouco também vou.

- Certo. – eu me aproximei dela e a beijei carinhosamente no rosto, recebendo um largo e terno sorriso em troca. – Boa noite, mãe.

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