O Internato

Ninguém, a não ser você

Camila POV.

A exaustão era completa.

Após exatamente – espere. Não. Eu não fazia a mínima ideia de que horas eram. Muito menos há quantas nós estávamos ali "exatamente". Eu só podia notar que através das grossas cortinas do dormitório ainda era noite – o que, para ser sincera, me impressionava, já que a quantidade de tempo que eu havia tido a impressão de passar ali com Lauren era longa o bastante para que já estivesse amanhecendo.

Seja lá que horas o relógio marcava neste momento, o importante é que eu havia aproveitado as últimas como nunca antes em toda a minha vida; meu corpo estirado sobre o lençol amarrotado, completamente inválido, era prova disso. O sorriso bobo preso em meus lábios era prova disso.

Lauren havia tomado de mim tudo o que eu tinha. Eu havia a dado tudo o que eu tinha e, por isso, a noite fora nada menos do que perfeita.

Cada gemido arrastado que a garota procurara abafar contra meu pescoço e ombros, enquanto eu a preenchia com meus dedos, fazendo-a amolecer mais uma vez sob mim num dos inúmeros orgasmos que eu a havia proporcionado sobre aquela cama; cada beijo e cada mordida que me marcaram, enquanto seus lábios macios e experientes traçavam linhas e caminhos ferventes sobre a minha pele, murmurando meu nome com devoção entre um suspiro e outro; cada fôlego que eu retomara, mesmo segundos depois de deixar que minhas costas despencassem contra o colchão, extasiada por ter sido levada ao meu limite mais uma vez, ao sentir seus dedos escorregarem pelo meio de minhas pernas e buscarem a região sensível novamente; cada arfar surpreso e impressionado ao me dar conta de que, de novo, ela me fizera gozar, mesmo quando eu achava que isso seria impossível, logo após o enésimo orgasmo insanamente prazeroso...

Com Lauren, eu simplesmente nunca teria o bastante. Tê-la seria sempre como um vício, ou uma fome insaciável.

- Você está bem? – ela questionou baixinho; o cuidado e a preocupação evidentes em sua voz rouca, com seu queixo apoiado sobre minha barriga e o restante de seu corpo nu aninhado de bruços entre as minhas pernas.

- Hm-hum. – murmurei em concordância, simplesmente sentindo a urgência em colocar para trás de sua orelha uma mecha dos cabelos negros que insistiam em cobrir o par de esmeraldas que me fitavam atentos. – E você?

- Excelente. – soltou num suspiro, curvando os lábios num pequeno sorriso, antes de buscar minhas mãos com as suas e entrelaçar nossos dedos; a visão me fazendo lhe sorrir de volta.

- Tem certeza? Você está parecendo meio... Não sei. Cansada. – a provoquei, fazendo-me de desentendida.

- Oh, é mesmo? – devolveu com sarcasmo, erguendo uma das sobrancelhas e iniciando uma carícia leve com os polegares sobre as costas das minhas mãos. – Pensei que não desse pra notar.

- Dá sim. – continuei, contendo meu sorriso. – O que fizeram com você, pra te deixar tãoexausta assim?

- Quer mesmo saber? – ela sussurrou seriamente, de repente adotando um tom sedutor, antes de trazer seu corpo para cima e parar com seu rosto agora a centímetros do meu. – Eu fui praticamente atacada. – continuou, aproximando os lábios dos meus e desviando toda a minha atenção para eles. – Apertada. Mordida. Arranhada. – soltou num fio de voz conta a minha boca, levando-me instantaneamente a fechar os olhos e a aumentar o aperto de minhas mãos nas suas. A facilidade com que Lauren podia me excitar de um segundo ao outro chegava a ser ridícula. – Acho até que mereço uma massagem depois de tudo isso. – tornou a falar abruptamente num tom acima, fazendo-me escancarar os olhos para encontrá-la saindo de cima de mim. – Pode começar. – completou com a voz abafada contra o colchão, após deitar-se de bruços ao meu lado.