(Não tão) Simples assim

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Lauren POV.

- Wow. – solto involuntariamente, ao pisar no escritório mal iluminado dos fundos do Kordei. – Isso é sério? – questiono em descrença, apontando para o quadro iluminado à minha frente.

- O que você acha? – a morena devolve a pergunta, virando a cadeira giratória em minha direção. – Eu pareço estar brincando? – continua, cruzando uma das pernas sobre a outra, fitando-me do outro lado da mesa larga com uma das mãos sob o queixo e os olhos semicerrados.

Nem um pouco, penso com sinceridade, ao me dar conta de que estou ali com Normani Kordei, o tipo de pessoa que se não for pra fazer direito, definitivamente nem faz.

- Ok, me explique tudo isso. – peço, sentando-me numa das cadeiras à sua frente e apontando mais uma vez para o quadro, onde uma infinidade de informações aparentemente confusas está anotada.

- "Isso" sou eu especulando de que maneira você fará esse pedido. – ela responde de forma quase profissional, levantando-se do lugar e caminhando até o quadro. – Se vamos planejar isso direito, precisamos definir três pontos: onde será, quando será e, o mais importante, como será.

- Ahm. Certo. – concordo rapidamente, vendo-a caminhar na frente do quadro com uma das mãos ainda sob o queixo e a expressão concentrada. – O que você sugere, então?

- Começarmos pelo "onde". – diz, sacando uma caneta e acrescentando anotações ao quadro, antes de voltar o olhar para mim. – Que lugares você considera especiais para Camila?

- Ah. – a questão me pega de surpresa e eu tenho de parar por alguns segundos para pensar antes de respondê-la. – Eu não sei. A sua casa, talvez?

- Especial para Camila em relação a vocês duas, Lauren. Que lugares são especiais para ela por conta da relação de vocês? – Normani esclarece, fazendo-me assentir.

- Certo. Ahm. A biblioteca do internato? – tento, vendo a morena assentir em silêncio e anotar a sugestão no quadro.

- O que mais?

- Acho que... – começo, racionando ainda mais. – Qualquer outro lugar dentro do internato...? – termino com insegurança, fazendo Normani bufar com impaciência.

- Ok, esqueça o internato. Seria praticamente impossível fazer um pedido ali sem que ninguém notasse nada.

- É o único lugar que eu consigo me lembrar de ter vivido algo importante com Camila. – dou de ombros, vendo-a hesitar alguns instantes, até sentar-se novamente em seu lugar.

- Tudo bem. Que lugar dentro do internato você considera "privado" o bastante pra fazer o pedido? – ela pergunta, sinalizando as aspas com os dedos.

- Eu poderia levá-la a um lugar... – penso em voz alta, lembrando-me de nosso último "encontro" e no mesmo momento arrependendo-me. – Mas não daria certo. Ela saberia que seria por causa disso.

- Então a leve para outro lugar ali dentro. – Normani sugere, apoiando os cotovelos sobre a mesa. – Um ao que ela nunca tenha ido, mas que ainda assim a recorde do internato. Consegue pensar em algum?

Eu a analiso por alguns instantes com os olhos semicerrados, internamente buscando por alternativas na minha memória, até finalmente encontrar uma decente.

- Existe esse... Galpão? – digo em tom de pergunta, incerta de como exatamente nomear o local. – Fica do lado de fora do internato, mas ainda dentro do terreno do colégio. A entrada dos alunos não é permitida porque meu pai costuma deixar vários materiais de obra lá. Eu me lembro do lugar ser bem sujo e desarrumado, mas... – dou de ombros, fitando Normani com um olhar esperançoso. – É o mais "privado" que consigo imaginar. Acho que com ajuda, daria pra deixá-lo-

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