Lauren POV.
- Dinah e Allyson me garantiram que não sabem de nada.
- Elas podem estar mentindo pro senhor!
- Não fale besteiras, garota! Nenhuma das duas conseguiria mentir para mim numa situaçãodessas!
- Pois eu não me surpreenderia nem um pouco caso Hansen estivesse acobertando Camila nisso.
- Escute aqui, eu não sei qual é a sua ideia de amizade, menina, mas tenho certeza de que Dinah não colocaria a minha filha em risco dessa forma! Ela foi bastante convincente ao me dizer que não fazia ideia do seu paradeiro. E se quer saber, eu nunca vi aquela garota tão preocupada quanto hoje.
- Merda... – sussurrei frustrada, esfregando o rosto com a palma das mãos geladas e andando de um lado para o outro sobre o carpete da sala de estar dos Cabello.
Alejandro parecia ainda mais atordoado de pé ao centro do cômodo, balançando as pernas numa espécie de "tique-nervoso" e enxugando a testa suada com as costas das mãos de cinco em cinco segundos.
Apesar de discutirmos, nós não nos olhávamos. Eu, na verdade, não tinha coragem o suficiente pra isso. Algo no meu íntimo gritava culpa. Gritava responsabilidade, pelo fato de Camila estar completamente sumida agora. E, por isso, eu simplesmente não podia encontrar o olhar amedrontado do homem.
- Ah-ahm. – Normani pigarreou timidamente, fazendo-se notada. – O-o senhor tem certezamesmo de que Camila não levou o celular com ela, antes de... Sumir?
- Absoluta... – Alejandro respondeu num suspiro cansado, fechando os olhos e esfregando as pálpebras com a ponta dos dedos. – O aparelho ficou comigo... – completou num sussurro, mantendo os olhos cerrados e apoiando as costas contra a parede da sala. – Eu nunca deveria ter tirado esse maldito celular das mãos dela... – murmurou por fim frustrado e eu me segurei para não concordar.
Mas, ah, como eu queria! A vontade de gritar sobre quão idiota o homem havia sido ao fazer isso espalhou feito fogo dentro de mim no mesmo instante. Se Camila estivesse com seu celular agora, tudo seria diferente. Rastreá-la, por exemplo, seria uma opção e achá-la agora ficaria mil vezes mais fácil. No entanto, eu nunca seria capaz de tal covardia. Não vendo quão arrependido por isso ele estava agora.
- A delegacia disse que vai iniciar a busca por... – Sinu irrompeu na sala com o telefone em mãos e o semblante literalmente branco. A frase pareceu morrer em sua garganta assim que nos viu, enquanto sua boca moveu-se incerta, procurando formalizar as palavras que viriam a seguir. – Por hospitais... Casas de saúde e... No IML... – terminou num sussurro, com a voz trêmula.
Um enorme nó formou-se em minha garganta ao escutá-la e todos na sala ficaram em silêncio.
- A senhora... – Normani tornou a falar após alguns segundos com cautela, dando passos lentos na direção de Sinu. – A senhora quer um copo de água com açúcar...? Pode ajudar... – a mulher assentiu quieta e Normani correu para a cozinha.
Em seguida, Alejandro bufou audivelmente e, como se saísse de um transe, afastou-se da parede em direção à porta.
- Eu mesmo vou até esses hospitais. – avisou com a voz grave, retirando as chaves do carro do bolso.
- Alejandro, a polícia já vai cuidar disso! – Sinu retrucou assustada, caminhando até o marido.
- Eu não vou ficar parado dentro dessa casa esperando até que a polícia resolva algo. Eu mesmo vou achar minha filha!
- Alejandro, pelo amor Deus! – a mulher bradou em pânico, segurando no braço do homem que já abria a porta. – Você está nervoso demais! Vai acabar fazendo alguma besteira!
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O Internato
RomanceNão havia no país um colégio interno melhor conceituado do que o Internato Jauregui. As famílias, evidentemente poderosas, que, por uma velha tradição, faziam questão de matricularem seus herdeiros lá, dispunham de uma parcela bastante considerável...