Pedidos

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Camila POV.

Tocar os lábios quentes e macios com os meus, após tanto tempo, fora como despertar de um coma; como acordar para a verdadeira realidade, onde viver sem beijá-la era exatamente como não respirar, como não ter onde buscar por ar, como não se manter plenamente sã, como voltar a se dar conta de que, sem aquele contato, eu simplesmente não funcionava.

- Meu Deus... – Lauren soltou num suspiro pesado contra a minha boca, como se pensasse exatamente a mesma coisa que eu naquele momento.

Nós sequer havíamos nos beijado direito. Tudo não passara de um simples tocar de lábios, que, ainda assim, fora o suficiente para fazer com que todo o meu corpo reagisse, sedento pelo dela.

- Meu Deus, Camila... – ela repetiu num sussurro, levando suas mãos às laterais do meu rosto e me tocando sobre ele com a ponta dos dedos; sua testa agora colada à minha, enquanto eu apenas a sentia por perto, com meus olhos fortemente fechados e minha boca entreaberta roçando na sua. – Que saudade horrível de você...

Meu peito imediatamente se aqueceu às suas palavras e eu simplesmente não pude me identificar mais com elas.

- Se algum dia eu pedir pra você se afastar de mim de novo... – comecei num murmúrio, subindo minhas mãos por seus braços e parando-as sobre as suas. – Ou qualquer outra coisa tão ridícula quanto essa... – continuei, entrelaçando os dedos nos seus e apertando-os contra meu rosto. – Só me ignora. Tudo bem? – pedi por fim, ouvindo-a soltar um riso abafado. – Eu estou falando sério, Lauren...

- Eu acredito. – ela respondeu em seguida, desvencilhando as mãos das minhas para envolver minha cintura com seus braços. – Só espero não te dar motivos pra que você pense em me pedir isso de novo...

- Não foi você quem me deu motivos dessa vez. – rebati prontamente, abrindo meus olhos e encontrando os seus ainda fechados a milímetros de distância. – Na verdade, foi um pedido idiota, porque eu fui covarde demais pra...

- Ei, eu entendi... – ela me interrompeu, puxando meu corpo para mais perto do seu e imediatamente me fazendo perder a noção do que dizia. – Eu sei que dessa vez não dei motivos... Só estou dizendo que também não pretendo dar... – continuou no tom de voz rouco e baixo, levando-me a fechar os olhos novamente. – Não pretendo, nem vou... – terminou num sussurro, tornando a encostar a boca à minha e cobrindo meu lábio inferior com os seus.

Em resposta, o suspiro prazeroso escapou da minha garganta e morreu ainda ali; minhas mãos automaticamente encontraram sua nuca e a trouxeram para mais perto, impedindo-a de se afastar. Sua cabeça, então, inclinou-se levemente para o lado e seus lábios entreabriram-se contra os meus, embriagando-me com o hálito quente que mais uma vez saiu por eles. Sentindo meu pulso acelerar violentamente, minha língua deslizou sem pressa para dentro de sua boca e, enfim, encontrou a sua.

Pela segunda vez ali, eu me senti despertar. A necessidade absurda de tê-la cresceu em mim novamente e logo meus braços a envolviam pelo pescoço de forma possessiva, explorando sua boca com minha língua como se desejasse me recordar de cada centímetro dela.

Seus braços, então, deixaram minha cintura para que suas mãos passeassem livres sobre meu corpo, subindo e descendo pelas laterais e parando em meu quadril. Eu não achei que nós estivéssemos nos movendo, até as costas da mais velha encontrarem novamente a porta de madeira do auditório atrás de si e um suspiro surpreso fazê-la descolar a boca da minha.

Sem perder tempo, livrei seu pescoço do meu aperto e desci minhas mãos por seu corpo, deslizando-as propositalmente sobre seus seios. Em resposta, seus lábios atacaram meu ponto de pulso e um gemido inesperado escapou pela minha garganta. A ponta de sua língua, então, deslizou por minha pele e eu gemi ainda mais alto, mantendo os olhos cerrados e apertando os seios sobre o tecido entre meus dedos.

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