Herdeira Mestiça (Duologia Sekret - Livro I)

Capítulo 17 - Metade Proibida

— Isto é verdade, Anala? O Guardião de Esmeralda é um Dark? — o rei indagou com uma calma sombria enquanto seu olhar encarava a minha mãe com firmeza.

Minha mãe encarou ao rei com frieza, sem pronunciar ou balbuciar nenhuma palavra.

— Isto está mais que claro majestade. Não desperdice seu tempo tentando ter certeza de uma traição. — Kéffera intrometeu-se cuspindo suas palavras envenenadas em minha face.

Encarei tudo aquilo sem o mínimo de sentimento positivo presente. Eu apenas sentia repulsa de mim, mas ao mesmo tempo um pequeno conforto surgia ao fundo do meu peito.

— O que vai ser feito? — o mago olhou para mim rapidamente e logo em seguida para o rei, suspirando profundamente pela tensão que estava ali.

— O que deve ser feito! — Kéffera mais uma vez se exaltou.

Apertei o tecido sedoso do vestido com o máximo de força em meu colo. Se aquela mulher não calasse a boca, eu teria um ataque logo em seguida.

— Devemos primeiro contornar a situação, Kéffera. Já tivemos casos de Herdeiros Mestiços em nosso reino, porém nenhum deles pertencia ao trono de Sekret. Eram nobres e outras classes. — o rei passou a mão em seu rosto, revelando que estava tão preocupado quanto o mago.

— Não interessa se ela faz parte do trono do reino, as penalidades devem ser iguais! — Kéffera se exaltou novamente.

Engulo a seco e aperto novamente o tecido do meu vestido vermelho, meu coração batia rapidamente, minha raiva estava muito grande, minhas mãos suavam frio enquanto tremia meus pés compulsivamente.

— Não é assim que funciona, Kéffera. Existe outra maneira de ser feita. — Escarlate se manifesta finalmente nessa confusão.

Kéffera encara a todos, um por um, analisando o perfil de cada um e logo e seguida um sorriso desdenhoso se forma em seus lábios finos.

— Não existe outra opção, Escarlate! É do sangue dela que estamos falando! Ela tem de ser morta!

Levanto rapidamente e bato sobre a mesa fazendo tudo que havia de pé sobre a mesma ser derrubado, enquanto um rachado trincava a mesa. Todos olharam para mim assustados. Haviam sido pegos de surpresa, incluindo Kéffera.

— Se quer me matar, vai ter de morrer junto comigo.

Retiro-me da mesa, deixando todos pasmos. Uma mecha negra de meu cabelo bateu em meu rosto com delicadeza ao fechar a porta do salão.

Eu estava novamente no corredor onde Hobby havia me chamado. Olho para o alto e lágrimas de raiva vem escorrendo pelo meu rosto devagar, mas enxuguei as mesmas, suspirei profundamente e segui pelo corredor.

A minha realidade era outra, e querendo ou não, teria de me acostumar.

~ ~ ~ ~

Estava quase chegando à porta do quarto onde Renan estava, até que escuto uma voz masculina me gritar.

Uma sensação enorme de alegria veio em mim ao escutar os seus gritos desesperados. Viro para trás rapidamente e abro os braços.

— Esmeralda! — Renan gritava sem parar com alegria enquanto se jogava com tudo em meus braços. O abracei com força e com carinho, acariciando seu pelo azul macio e bem cuidado.

– Nossa, que saudade! — digo enquanto o apertava em meus braços, Renan apoiou sua cabeça em meu ombro em gesto de aconchego.

— Pensei que tinha me abandonado. — ele sussurrou enquanto se aninhava em meu corpo, como um filhote sozinho.