Capítulo 28 - A Sentença de Donnovan

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Um casamento?! Eu por acaso sou alguma mercadoria para ser "prometida" em casamento para alguém que eu mal conheço? — que não conheço, na verdade. Sekret está se tornando cada vez mais um lugar que eu gostaria de estar a quilômetros de distância, embora não fosse mais possível pelo tamanho do envolvimento que estou tendo nessa confusa história daqui.

Minha cabeça trabalha como uma máquina de carros programada para cumprir uma meta urgente para ser vendido, coisa que fazia a mesma doer de tantas coisas que estou pensando. Eu não sei o que vou fazer, não sei o que vai ser daqui pra frente... Enfim, não sei o que é necessário para conseguir resolver essa confusão.

— Não devia pensar tanto assim. — uma voz masculina alertou em minha mente fazendo-me parar de andar e olhar ao meu redor a procura de alguém próximo.

— O quê? Quem está aí? — de novo não.

— Alguém que eu tenho certeza que sente falta. — uma risada ecoou assim que sua fala foi terminada —, não se preocupe Esme. Não irei lhe fazer mal algum.

Vasculhei todo aquele imenso corredor que eu caminhei por vários minutos a procura de quem estava conseguindo entrar em minha mente e manter contato, mas nada encontrei a não ser o silencioso vazio que preenchia meu caminho de ida e volta.

— Não estou de brincadeiras, seja lá quem seja! — alertei com receio.

Uma risada novamente ecoou em meus ouvidos, mas dessa vez estava tão próxima e tão real que eu podia jurar que senti o hálito fresco de alguém em minha orelha.

Dei um sobressalto e virei rapidamente para trás, desferindo uma tapa no enorme homem que havia em minha direção. O encarei com desdém enquanto fixava meu olhar nos seus olhos dourados como ouro que me olhavam com surpresa e talvez um pouco de raiva.

— Como se atreve a ter essa ousadia?! — indaguei sentindo meu rosto esquentar pela raiva que crescia dentro de mim. — controle-se Esmeralda. — alertei para mim mesma.

— Eu que o diga! Como você se atreve a me dar uma tapa dessa forma, Esmeralda?! — esse tom de voz irritado...

— Foi merecido! Não te conheço para lhe dar tanta intimidade assim!

— Não tenho costume de ser visto dessa forma! Antes isso era comum! — seu tom de voz me dava calafrios, embora fosse bastante familiar.

— Não me lembro de ter lhe visto alguma vez nessa vida!

— Ah, mas já viu! Até demais! — ele revirou os olhos passando a palma de sua mão em sua bochecha marcada pelos meus dedos.

— Deve estar me confundindo com alguém, imbecil. Não seria tão próxima de alguém tão desprezível.

Seu olhar irritado se desfaz ao escutar cada letra do que eu havia pronunciado, seus olhos correram pelo meu rosto como se procurassem algum vestígio de algo que desse alguma resposta que buscava, mas ele apenas suspirou profundamente e me encarou com um olhar de tristeza que me trouxe uma saudade enorme.

— Tudo bem. Desculpe pela... Brincadeira, Esmeralda.

O rapaz passa ao meu lado abaixando a cabeça e andando rapidamente, observei de relance o seu breve momento até um pequeno susto invadir meu peito, me trazendo um misto de sensações.

Aquilo que havia no lugar de suas mãos era uma... Pata azul?

Uma sensação de arrependimento esmaga o meu peito, apertando-o como um espremedor de laranjas para fazer suco. Mordi os meus lábios tentando acreditar que não havia feito tamanha besteira, mas infelizmente... Eu fiz.

Herdeira Mestiça (Duologia Sekret - Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora