— Onde ela está, Lia? — acaricio seus cabelos indomáveis com cuidado. Lia abre um sorriso enorme e doce, fazendo seus olhos se fecharem pelas suas bochechas subirem.
Ela corre para longe de nós, e logo vira para trás, nos chamando com sua mão pequena.
— Venham! — chamou com alegria.
Olho para Ethan que para minha surpresa estava com um sorriso em seu rosto enquanto olhava a garotinha.
– Vamos? – O chamei dando alguns passos à frente.
Ethan assentiu e começamos a caminhar. O lugar era esplêndido. Os cogumelos eram enormes, e seus caules lembravam mais aos troncos de uma árvore antiga.
As árvores possuíam galhos levemente encurvados, como alguém escreve em cartões de festas formais. As curvas eram delicadas, e não havia nenhuma folha seca se quer. As ninfas tinham belezas estonteantes, suas orelhas variavam de vários tamanhos, das mais finas e compridas até as menores e menos pontudas.
Um som suave era escutado ao longe, lembrava muito a músicas celtas. Aquele som me trazia uma tranquilidade sem igual, aquele lugar parecia o único que me sentia totalmente segura. Por um segundo esqueci tudo que havia acontecido, desde Donnovan até a ameaça desconhecida.
O caminho era feito de trilhas bem feitas e lapidadas de paralelepípedos, a grama nos lados da mesma parecia ser macia como as plumas de um travesseiro. Uma jovem se aproxima de nós, seus olhos eram castanhos e seu cabelo estava preso ao lado de sua cabeça em um penteado elegante e desarrumado, preso ao seu cabelo estava um arranjo com uma flor branca.
Seu vestido era solto, preso somente em sua cintura. As mangas eram soltas e caíam suavemente pelos seus braços, sua silhueta era bem feita, e em sua cintura havia um cinto de ouro com uma flor dourada que parecia se encaixar perfeitamente em sua curva. Uma das suas pernas estava um pouco à mostra um pouco acima do joelho para baixo, mas nada extravagante.
– Sejam bem vindos em Hándara. – Nos cumprimentou com alegria e um sorriso, porém seus olhos revelavam algo incompreensível. Algo que se fosse revelado, não seria uma das melhores coisas. Eu sentia isso.
– Obrigada, vossa majes...
– Jennifer. Não gosto de muitas formalidades. – Ela sorriu olhando em minha direção.
– Desculpe. – Lamento envergonhada.
– Não se preocupe. – Seu tom era sereno, como o de Lia. – Venham. Devem estar cansados e precisando de um banho. – Ela tentou disfarçar uma careta, mas infelizmente não conseguiu.
– Estamos tão imundos assim? – Indaguei surpresa. Jennifer soltou uma risada suave e me encarou com carinho, mas mesmo assim não me sentia confortável.
– Não, Esmeralda. O cheiro das pessoas da Terra tem um aroma diferente para nós que não pertencemos a ela. E admito que não seja nada agradável.
– Entendo.
– Me sigam. Seus amigos já estão hospedados. – Ela vira-se e começa a caminhar suavemente. Realmente as ninfas tinham a serenidade que as lendas diziam ter.
– Por quanto tempo iremos ficar aqui? – Olho para Ethan, falando em um tom baixo.
– O tempo necessário. – Novamente sua frieza era visível e sua mente estava distante. Respirei fundo e me concentrei no caminho.
Caminhamos ainda pelo caminho de paralelepípedos "diferentes", até chegarmos a uma espécie de penhasco. Não havia mais chão à frente, o castelo era com uma estrutura belíssima parecido com o de Sekret, mas no lugar do chão, havia pontas finas, como se as torres graciosas do palácio fossem taças.
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Herdeira Mestiça (Duologia Sekret - Livro I)
Fantasy(Revisado. Continuação disponível/Coração Selvagem.) Em Sekret, uma história está escondida e um segredo ronda até os cantos mais sombrios e encantados de suas florestas místicas. O trono precisa de uma herdeira, mas diante de sua necessidade, uma l...