— Muito bem, Esmeralda!
Viro rapidamente e dou de cara com o mago que me encarava com alegria com um enorme sorriso escondido em sua barba branca.
Abri um sorriso receoso com medo de que pudesse ter visto Ethan e Donnovan, mas resolvi me acalmar. Mesmo que estivesse visto, o que ele poderia fazer? Matá-los? Era impossível.
Eles já não eram bem vindos, então não seria fácil adentrar em território inimigo para tirar suas vidas.
— Achei que demoraria em conhecer suas novas habilidades, mas devo dizer com todo o respeito que foi esplêndida! — exclamou com alegria.
— Mais alguns treinamentos e se tornará cada vez mais habilidosa! — exclamou novamente enquanto me chacoalhava freneticamente pelos ombros.
Sua animação estava estampada no brilho dos seus olhos. O que me fez sorrir ao pensar que ele parecia muito com um avô radical que alguns pensam em ter. Ou que pretendem se livrar.
— É uma pena que ela não irá evoluir tanto assim. — uma voz desdenhosa e mansa falou ao longe.
Procurei pela voz por todos os lados até meus olhos se fixarem na entrada do palácio, onde uma figura extremamente elegante de aparência angelical me encarava com o mais forte nojo que alguém pode sentir.
— O que você quer Kéffera? — indaguei em um tom considerável alto para que ela pudesse ouvir com clareza.
— Primeiro. Quero mais respeito ao falar comigo, bastarda.
Seus sapatos faziam barulho a cada degrau que a guardiã-bruxa descia, seu nariz estava levemente erguido fazendo-a que tivesse um ar um pouco majestoso por onde passava. Seus cabelos negros e compridos balançavam com o vento enquanto sua pele pálida a deixava com uma aparência séria em contraste com o sol.
— Segundo. Eu a ajudo a treinar daqui para frente, mago. — falou em um tom rude.
— Me desculpe senhora. Mas as ordens da vossa Majestade Escarlate não foram essas. - o mago respondeu a encarando com reprovação.
— Quais foram as ordens de Escarlate, velho? — o desdém era visível na fala da bruxa.
— Com certeza elas não envolviam cobras aquáticas. — me intrometi com os nervos à flor da pele.
O mago me olhou assustado, e logo me puxou pelo braço fazendo-me ficar um pouco atrás de si. Pelo visto não sou a única que zela pela vida, mas ainda coloca a corda no pescoço inevitavelmente.
— O que disse Esmeralda? — indagou Kéffera com frieza em sua voz musical extremamente irritante.
— Perdoe-a, senhora. Ela não sabe o que diz. Ainda é nova e não sabe de todas as regras.
— Cale-se velho! Volte para sua sala de feitiços e encontre um que o faça calar a boca eternamente! — Kéffera cortou as palavras do mago.
Pude sentir aquelas palavras atravessarem meu peito deixando-me magoada pelo mago. Sua expressão se entristeceu e logo percebi que aquilo o abalou bastante.
— Com licença, senhora. Princesa... — ele fez uma breve reverência para mim e saiu rapidamente sem ao menos olhar para os meus olhos.
— Agora somos só nós duas. — ela sorriu maleficamente.
— Eu não tenho nada para falar com você, e espero que o feitiço que o mago encontre sirva para fechar sua boca e desaparecer sua voz. — respondi friamente.
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Herdeira Mestiça (Duologia Sekret - Livro I)
Fantasía(Revisado. Continuação disponível/Coração Selvagem.) Em Sekret, uma história está escondida e um segredo ronda até os cantos mais sombrios e encantados de suas florestas místicas. O trono precisa de uma herdeira, mas diante de sua necessidade, uma l...