Capítulo Um

1.5K 49 2
                                    

         Belinda olhou a foto ao lado da cama e respirou fundo, os olhos cinza de Draco fitavam a garota baixinha a seu lado, os cabelos longos batiam até a cintura, muito negros e lisos, a pele da garota era tão clara que chegava a ser pálida, era magra e de aparência frágil, os olhos eram frios como um céu negro sem estrelas.
          Belinda pegou a foto e jogou contra a parede, as mãos trêmulas por conta da raiva e os olhos lacrimejantes. Ela se jogou na cama e respirou fundo, tentando não deixar as lágrimas transbordarem.
         Draco e Belinda cresceram juntos, Bell fora criada pelos Malfoy, embora sua verdadeira tutora fosse Bellatrix Rosier Black Lestrange e seu marido, entretanto ambos estavam presos em Azkaban desde seus 01 ano de idade, então a garota mal lembrava-se dos tutores, o máximo que sabia era sobre Bellatrix, o que Ciça falava ou as fotos que mostrava.
          Draco era o melhor amigo da garota, mas há um ano as coisas começaram a mudar e sair do controle, eles mal conseguiam ficar no mesmo espaço sem começarem os xingamentos e Belinda querer lhe jogar de uma das torres do castelo Malfoy.
         A garota dormiu em meio a recordações quase felizes, pra ser honesta, Bell nunca fora realmente feliz, sempre foi bem tratada por Narcisa Malfoy e amiga de Draco, entretanto com Lucius era diferente, ele a tratava como bastarda, como Draco hoje em dia dizia que ela merecia.

          Bell acordou com a cabeça a ponto de explodir, tomou um banho e vestiu sua amada calça jeans e uma camisa mangas compridas preta, calçou botas de esquiador preta, enfiou a carta no bolso da jaqueta pesada e escura e desceu para o primeiro andar, onde encontrou Narcisa e Draco a mesa de café-da-manhã.
-Bom dia. —Disse Narcisa sorridente.
-Bom dia. —Belinda respondeu e sentou-se, encheu seu copo de suco de abóbora e pegou um bolinho de creme.
-Não se cumprimentarão? -Ela perguntou para os dois jovens que se entreolharam de cenhos franzidos e de expressões fechadas.
-Acho melhor não Ciça, meu dia não começou muito bom e eu não quero piora-lo.
-Olha aqui bastardinha...
-É melhor abaixar o tom de voz Draco, pois você é um idiota e eu já cansei disso.
-Acalmem-se os dois. —Mandou Narcisa.
-Eu estou calma, Ciça.
-Tudo bem, já estão prontos para irmos comprar os materiais?
-Sim. —Draco e Belinda falaram juntos, como faziam muitas vezes quando eram amigos, Bell mordeu o lábio inferior.
-Estão com as listas?
-Sim. —Draco disse e a garota assentiu, sem querer falar mais nada.
-Ótimo, acabem o café e vamos. Está empolgada para começar a estudar Bell?
-Um pouco. —A menina sorriu minimamente para Ciça.
-Desde quando? Belinda não tem expectativa alguma mamãe, nem sei porque ainda pensam em manda-la para a escola.
-Qual é Draco? Sou mais inteligente que você, mais divertida e muito mais sagaz, então tenho mais chances de está em Hogwarts que você.
-Sua bastardinha, sangue...
-Draco. —Repreendeu Narcisa. —Chega.
-Licença Ciça, vou pegar minhas luvas e já volto.
-Vá. —Mesmo sendo verão a manhã irlandesa estava fria.
         Belinda correu para seu quarto, quando trancou a porta deu um soco na parede e respirou fundo, sua mão ficou vermelha e machucada, mas não deu importância, a garota colocou suas luvas e desceu as escadas, Narcisa e Draco a aguardavam na sala, ela e o rapaz se encararam por uma fração de um segundo e logo desviaram o olhar, cada um para um lado diferente.
        Belinda não dissera nada mais que o necessário durante todo o dia, quando ela e Draco foram comprar as vestes, Bell fez as suas primeiro e saiu de lá antes, com a desculpa que iria escolher seu mascote na loja ali perto, Narcisa se preocupou, mas por fim a deixou ir.
        A garota entrou na loja de mascotes e ficou abobada, eram tantas corujas e gatos lindos, ela observou alguns sapos, mas os descartou, eles eram fora de moda e sem utilidade, havia aranhas, mas Bell não era grande fã daquelas coisas peludas e com várias patas.
         Belinda ergueu a cabeça e em uma jaula não muito alta havia um gato persa cinza, os olhos verdes tão chamativos, a cauda peluda estava inquieta, como se ele estivesse aguardando-a por muito tempo e finalmente ela fosse leva-lo daquela prisão. Bell foi até o vendedor e comprou o animal. Faltava somente a varinha e ela perguntava-se se seria boa em feitiços.
         Belinda encontrou os Malfoy em frente a loja de varinhas, a Olivaras, os três entraram tranquilamente, Bell acariciava os pelos do gato que adormecera em seus braços, calmo, quente e preguiçoso. Draco foi escolhido por sua varinha e finalmente fora a vez de Belinda, ela sentiu o estômago dar um nó, estava tão ansiosa que mal conseguia esconder o sorriso. Bell deixou o gato nos braços de Ciça.
         Sr. Olivaras deu-lhe muitas varinhas, já tendo um monte de caixinhas encima da cadeira.
-Teste essa, é excelente, muito boa em tudo, principalmente para feitiços, mas muito perigosa se nas mãos erradas. —Bell estremeceu levemente e assentiu. —Aqui, pegue. Corda de Coração de Dragão, 27 cm, Salgueiro, meio grossa. —Informou.
         Quando Belinda tocou a varinha, sentiu um formigamento diferente na ponta dos dedos e uma luz forte iluminou a ponta da varinha e faíscas douradas começaram a soltar de sua ponta, um show de luzes, pensou Bell sorrindo.
-Muito bem, muito bem. —Disse Sr. Olivaras pegando a varinha da mão de Belinda e embrulhando-a. —Muito cuidado com o que fará minha jovem, quem conquista uma varinha com tal poder precisa de uma grande responsabilidade. —Ela assentiu e ele entregou o embrulho.
-Está me parecendo feliz, Bell?
-É diferente, quer dizer... Nunca imaginei que eu sentiria aquilo quando minha Varinha me escolhesse, mas é... —Ela acariciou os pelos do gato.
-Único. —Ciça disse sorrindo-lhe.
-É, é incrível. —Bell falou, passou o gato para Narcisa e tirou a jaqueta, amarrando-a na cintura e logo tirou as luvas também. O dia estava quente agora.
-O que foi isso? —Narcisa perguntou encarando a mão da garota quando ela a ergueu para pegar o gato novamente, Belinda seguiu seu olhar e viu o machucado por conta do soco na parede.
-Devo ter batido em algum lugar. —Disse dando de ombros. Belinda era conhecida por ser um tanto atrapalhada, mas ainda assim Ciça não comprou sua mentira por completo.
-Querem comer algo?
-Sorvete. —Disse Belinda.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora