Capítulo Quarenta e Quatro

178 8 0
                                    

        Belinda bufou e seguiu para o jardim. O sábado estava frio e ela se encolheu dentro da capa da Grifinória, nem mesmo a blusa de frio e a calça jeans conseguiam aquece-la, a menina se afastou do castelo e encontrou Cedrico encolhido dentro da capa da Lufa-Lufa, encostado em uma árvore.
-O que você quer, Diggory? —Questionou ao parar em frente ao menino, que sorriu abertamente. —É bom ter um excelente motivo pra me fazer vir até aqui nesse frio.
-Você reclamou que eu havia te abandonado. —Recordou e apontou o indicador pra ela. —Então decidi que vamos dar uma volta. —Sorriu e ela bufou.
-Nesse frio?
-Vamos Lestrange, o trem já deve estar partindo pra Hogsmeade.
 

      Belinda rolou os olhos e uma nuvem de fumaça se formou em sua frente, mas ela sorriu em seguida e logo caminhava lado a lado com o rapaz.
         Ao chegarem a Hogsmeade partiram direto para a Dedos de Mel, Cedrico sabia que a amiga tinha um amor particular pela doceteria. Alguns minutos depois de chegarem, Lestrange já estava com uma imensa barra de chocolate e a comia despreocupadamente.
-E então, o que te levou a me procurar? Brigou com a namoradinha? —Zombou a menina e ele riu.
-Não, meu namoro está muito bem, se você quer saber. —Ele a encarava e ela rolou os olhos.
-Na verdade não, não quero saber. —Ele ergueu uma sobrancelha, mas riu.
-Qual é o seu problema com a Cho?
-Argh! —Belinda soltou e se dirigiu para a prateleira cheia de Diabinhos de Pimenta. —Você quer realmente falar sobre isso? —O tom era debochado, enquanto ela pegava três dos doces.
-Só to curioso, pra falar a verdade.
Belinda resmungou sobre meninos serem idiotas e depois encarou seriamente o amigo.
-Ela é sem graça, muito meiguinha, se faz de doce pra todo mundo. —Bufou. —Ela me irrita! —Disse o óbvio.
-Não é a...
-E o fato de você não notar que ela não é tão ingênua quanto parece, me irrita mais ainda. —O interrompeu e ele suspirou.
-Tudo bem, tudo bem. —Se deu por vencido e bagunçou o cabelo da menina. —Você é minha amiga e não gosta da minha namorada, entendi.
-Então espero que pare de falar dela. —Alertou tirando a franja de frente dos olhos e ele riu.
-Mulheres são confusas. —Falou rindo e a acompanhando até o balcão de pagamento.
-Não somos confusas, vocês homens que são idiotas. —Falou rolando os olhos.
-Você é insuportável. —Falou rindo.
-Tão insuportável que você foi atrás de mim. —Lembrou com um sorriso, enquanto pagava os doces que pegara. —Eu estava feliz no meu quarto, jogada na cama com meu lindo e quente cobertor, com um excelente livro sobre seres mitológicos e sua coruja chegou.
-Você é insuportável, só que minha amiga. —Disse rindo e ela bateu de leve no braço do rapaz.
-Calado, idiota. —Mas ela ria.
       Os dois riam enquanto passavam em frente as vitrines das lojas, os jovens passavam em frente a uma pequena rua, que ficava na lateral da principal, Belinda fora completamente atraída pelo cheiro gostoso do café.
-Eu preciso de uma xícara de chocolate quente. —Diggory falou, parecendo ouvir seus pensamentos.
-E eu de um café bem forte.
       O Café Madame Pudiffot, era uma loja pequena, de decoração aconchegante e convidativa, com várias mesas circulares. Os dois se aconchegaram a uma mesa no fim da loja e sentaram de frente um para o outro, logo faziam seus pedidos. Um café forte, um chocolate quente e rosquinhas de chocolate.
-Fiquei sabendo que você tá saindo com um cara da Corvinal. —Diggory comentou, atraindo a atenção da menina, que estava voltada para o porta toalhas da mesa.
        Belinda ergueu os olhos para o amigo e ficou confusa com a pergunta por um instante, depois sorriu fracamente.
-Sim, estou. —Falou sem graça, o que não era habitual dela.
-Um dos nerds estranhos?
-Ele não é estranho. —Bufou. —E você não pode me julgar, sai com a irritante da Cho.
-Ela não é irritante, ela é legal. —Rebateu ele.
-Legal quer dizer mimada e chorona? —Provocou. —Minha concepção de legal era outra.
-E você, por que não me fala sobre o nerd que tá saindo? —Ele havia se debruçado sobre a mesa e a encarava severamente.
-Não tenho que dar satisfação pra você, Diggory. —Bufou e virou para o lado, a tempo de ver que se aproximavam com seus pedidos.
-Qual é? —Ele ainda a encarava, assim que se viram sozinhos novamente, ela o encarou.
-Por que eu contaria pra você?
-Porque somos próximos, talvez? —Ele parecia zangado e ela também se sentia irritada.
-Você me contou quando começou a ficar com a Cho-Sem-Graça? —Questionou e tomou um gole do café fumegante. —Não! Você não contou. —O encarava com a mesma seriedade dele. —E havíamos combinado de não falar mais dela.
-Eu não tô falando dela, to querendo saber do cara com quem você tá saindo e você tá colocando ela na conversa.
-Vamos mudar de assunto, Diggory.
-Então me fala dele. —Ele rangeu os dentes.
-Eu não vou falar dele.
       Cedrico ergueu uma sobrancelha, se reencostou na cadeira e cruzou os braços.
-Por que não?
-Porque eu não quero, porque não precisa... —Ela olhou para o café, de repente perdendo a vontade que a trouxera até ali. —Quer saber? Chega. —Se colocou de pé. —Não vou ficar aqui falando dele com você.
       Belinda pegou a sacola de doces e saiu da loja, antes de Cedrico conseguir falar qualquer coisa. Voltou para a rua principal e de repente ficou confusa, parando imediatamente e se apoiou uma parede.

O que diabos foi aquilo?

       Belinda nunca brigara com Cedrico e não entendeu o que os levou aquela discussão estúpida, ela vinha querendo falar sobre Taylor há dias com o amigo.
-O que diabos aconteceu lá dentro? —Cedrico quis saber, aparecendo ao seu lado e a assustando.
       Belinda arregalou os olhos e o encarou.
-Merlin! —Soltou ela e ele deu um pequeno sorriso.
-Desculpa.
-Tudo bem. —Franziu o cenho. —Não sei, to tentando entender também.
-Foi estranho.
-Absurdamente estranho. —Concordou e eles riram.
-Vem, vamos voltar pra Hogwarts.
-Me promete uma coisa? —Pediu ela, enquanto caminhavam para pegar o trem de volta.
-Que?
-Nuca mais vamos brigar por besteira.
       Cedrico gargalhou e passou o braço pelos ombros da amiga.
-Feito.
       No aconchego de uma das cabines do trem, Belinda contou tudo sobre Taylor para o amigo, como começaram a se falar, como ele a convidou para o baile, como estava o relacionamento dos dois e de como ele era louco e não um nerd como a maioria dos Corvinais.
-Você achou alguém tão doido quanto você. —Disse ele, quando já entravam no castelo.
-Talvez por isso me dê bem com ele. —Cedrico riu e ela o encarou.
-Por isso você gosta dele. —Belinda abriu e fechou a boca duas vezes, sem emitir som algum, o que fez o rapaz gargalhar.
-Talvez. —Disse por fim, rindo. —Ele me diverte.
-Fico feliz por isso, mas se ele te machucar...
-Sei em defender. —Bufou.
-Não disse que não sabe, mas ele vai se ver comigo.
        Belinda riu e balançou negativamente a cabeça.
-Tem tanta gente pra bater nesse cara.
-Ótimo, assim ele nunca vai esquecer.
       Belinda gargalhou e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.
-Adoro a sutileza de vocês. —Ele riu.
-Você vai me apresentar. —Decidiu e ela franziu o cenho.
-Isso não deveria ser uma opção minha? —Ele bufou e abanou a mão, ignorando a pergunta.
-Até parece e não, não é opcional.
-Mas...
-Mas nada. —Disse dando um beijo no topo da cabeça da menina e começando a caminhar pra longe. —Você fará isso e amanhã.
-Que maravilha. —Murmurou para si mesma e começou a caminhar para as escadas vai-e-vem.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora