Belinda saiu do Grande Salão, sem ter comido nada, estava distraída, mas ainda viu Cedrico e Cho próximos as escadas, ela iria ignora-los e seguir para o quarto, mas Diggory lhe sorriu.
-Oi.
-Hey, Diggory. —Ela sorriu, mas Cedrico notou que havia algo errado, ele ergueu uma sobrancelha e a viu olhar discretamente pra Cho Chang.
-Cho, a gente pode se falar depois?
-É claro. —Ela sorriu, mas não saíra dali nada contente.
Belinda sentou no segundo degrau da escada e ele sentou ao seu lado.
-O que foi?
-Você já sentiu como se não houvesse um lugar realmente seu no mundo? Que por onde você passa, mesmo se dando bem com as pessoas e o ambiente, ainda a resistência do universo pra que dê certo?
Cedrico absorvia as palavras da menina enquanto ela mexia em sua faixa.
-Já parou pra pensar que talvez seja resistência sua em aceitar o mundo?
O silêncio perdurou por bons cinco minutos e ela sentiu náuseas.
-É, talvez.
Belinda notou tarde demais que fizera a pergunta para a pessoa errada, é claro que Diggory não tinha como saber realmente o que ela perguntara, pois ele sempre tivera tudo. Família, bons amigos, o carinho e aceitação das pessoas e sempre conseguia alcançar seus objetivos.
-Mas o que houve pra fazer essa pergunta?
-Acho que só estou pensando e repensando algumas crenças. —Sorriu. —Nada demais.
-Bell.
-É sério. —Riu. —Eu to cansada, a gente se fala amanhã.
-Certo. Precisando conversar.
-Eu vou até a entrada do Salão Comunal da Lufa-Lufa e começo a berrar, pode deixar. —Ele riu.
Belinda fingiu empolgação e saiu correndo, deixando o menino rindo. Assim que estava fora do alcance de sua visão, retirou o sorriso do rosto e seguiu direto para o dormitório. Indo para o banheiro de seu quarto, estava tão distraída que até esquecera de trancar a porta, ela retirou a blusa e desenfaixou o braço, deu um longo suspiro ao ver o que ali tinha e logo se despiu para tomar banho.
Lestrange vestira um shortinho e uma camisa bem maior que ela, para dormir, notando tarde demais que sua faixa estava fora do banheiro.
-Merda. —Xingou e suspirou pesadamente.
Belinda decidira arriscar, sabia não haver ninguém no quarto aquela hora, todos ainda estavam conversando e aproveitando a noite. Sabendo que os riscos eram baixos, ela se aventurou para sua pequena cômoda ao lado da cama, onde estavam as faixas.
As faixas enfeitiçadas que Belinda usava, sempre perdiam a magia ao serem retiradas, porém sempre havia reservas, já com o encantamento correto para não haver riscos. A menina sentou na cama e se preparou para começar o trabalho de esconder aquilo.
-Belinda?!
-Granger? —Belinda a encarava de olhos arregalados.
Lestrange notou o olhar assustado da amiga, que não desviou atenção do antebraço desenfaixado. Os olhos castanhos de Hermione pareciam querer saltar de órbita e se Belinda não estivesse tão desesperada, poderia achar a expressão cômica, mas ela estava completamente entregue ao choque e pânico do momento.
Lestrange sabia que poderia ocorrer qualquer coisa, menos deixar alguém ver seu braço tão clara e abertamente. Mas Belinda viu não somente o medo nos olhos geralmente quentes e inteligentes da menina, viu o medo, surpresa e pior de tudo, nojo, assim como tudo estava expresso na linha que entortava o canto da boca da castanha.
-O que é isso no seu braço?
Belinda se imaginou explicando o que aquela maldita marca representava em sua vida, como a ganhara e quando. Lestrange segurou a Varinha tão forte que parecia ser a salvação de sua vida, o que não era exatamente exagero.
-Sinto muito. —Murmurou com uma dor real na voz e nos olhos.
Lestrange esperava que um dia pudesse ser perdoada pela atitude que tomaria, quando Hermione notou os olhos escuros da menina, fora tarde demais e ela já efetuava o feitiço tão difícil em sua opinião, nunca quisera usa-lo, mas fora obrigada a aprende-lo caso houvesse necessidade. Belinda viu os olhos se perderem no nada e aproveitou para usar a coberta como disfarce, não daria tempo de colocar a faixa.
Hermione a encarou em dúvida, assim como dirigira um olhar estranho para tudo no quarto.
-Como eu cheguei aqui? —Questionou.
Belinda segurou toda a raiva de si e angústia, colocou um sorriso calmo, brincalhão e estudado nos lábios.
-Você pergunta pra mim? Eu acordei com a porta rangindo, como sempre.
-Você não parecia estar dormindo.
-Bem, estava quase, então considero como se você tivesse me acordado. —Forçou um bocejo. —E o barulho dessa porta parece estar mais alta do que antes.
Belinda se sentiu nauseada ao ver Hermione olhar para a porta de cenho franzido e suspirar.
-Eu não lembro como cheguei aqui.
-Você está estudando muito, deve ser cansaço, deveria estudar menos, pra variar. —Zombou. —Mas e ai, já sabe o que tá fazendo aqui?
-Acho que fiquei preocupada em como você saiu do Salão Comunal.
-Relaxa, eu to bem, só tenho que dormir.
-Tá bom. —Sorriu a castanha e voltou-se novamente para a porta aberta. —Não entendo, por mais que eu tente efetuar um feitiço pra silenciar essa porta, não funciona e quando funciona é por pouco tempo.
-É. —Concordou e a viu dar de ombros.
-Boa noite, então.
-Boa noite.
Belinda se colocou de pé e pegou a faixa assim que Hermione estava fora do quarto, caminhou até o banheiro e o trancou, quando voltou para a cama com o braço enfaixado, ainda estava sozinha no quarto. Lestrange pegou a varinha e efetuou o feitiço na porta, deixando o rangido mais alto e irritante. Ainda chocada por ter sido pega de surpresa por Granger e ser obrigada a fazer o que fez.
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A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)
Fanfiction"Sem piedade você aprende a ter coragem que nem sabe existir dentro de você." Belinda Lestrange e Draco Malfoy, dois jovens criados para um propósito maior do que podem imaginar e talvez suportar, mas o que será feito no final? Para qual lado irão c...