Capítulo Cinco

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   Draco acordou atrasado, nem mesmo Blaise lhe chamara, obviamente porque antes de dormir o loiro não estava com um bom humor e mal conversou com o amigo, que o deixou sozinho como pedira.
   Malfoy tomou um rápido banho e se vestiu, logo caminhava para o Grande Salão, quando estava passando pelo corredor não notou os gêmeos ruivos escondidos e sem se dar conta do que lhe fizeram apressou ainda mais os passos. Assim que entrou no Salão Principal viu todos olharem e começarem a rir.

   Belinda estava ansiosa para ver o que aconteceria, então fora uma das primeiras a descer para o Grande Salão, logo as mesas começaram a encher, mas Draco não chegava e a menina ficava imaginando se ele havia percebido o que ocorria enquanto ele saia de seu Salão Comunal e não viria mais, daria uma desculpa e faltaria as aulas do dia, mas Freddie logo chegou ofegando e sentou-se ao seu lado, George fez o mesmo e lhe sorriu.
-Preparada?
-Pra morrer? Nunca. –Disse ela e os gêmeos riram. –Mas e ai, ele não viu?
-Não. –George riu. –Pegamos ele quando ele saia do Salão Comunal da Sonserina.
-Deve chegar em uns cinco segundos. –Freddie disse e olhou para a porta.
   Belinda seguiu seu olhar e logo Malfoy surgira, fora inevitável, Lestrange caíra na gargalhada e logo todos faziam o mesmo.
   Draco Black Malfoy sendo motivos de chacota era o melhor que Belinda poderia fazer, ele sempre presara a imagem acima de tudo e o que melhor do que acabar com isso? Draco estava com os cabelos laranja como fogo, a pele em um tom laranja mais apagado e com pintas azuis.
-Belo visual! –Alguém debochou. Belinda não viu quem, mas aquilo a fez rir mais ainda.
   Draco começara a ficar com os olhos escuros, as mãos fecharam-se em punho e Belinda tinha certeza que ele estava vermelho por baixo da tinta. Ele estava furioso e não era pra menos.
   Malfoy olhou para seus braços e viu as pintinhas azuis e a pele alaranjada, imediatamente soube de quem havia sido a pegadinha. Ele ergueu os olhos em direção a mesa da Grifinória e caçou a garota com os olhos, ela estava entre os gêmeos pobretões e gargalhava loucamente, ela percebeu seu olhar e o encarou de volta, dando um aceno pequeno.
-Adorei a cor. –Disse ela mal mexendo a boca, mas ele entendeu muito bem.
   Draco saiu do Grande Salão a passos largos e voltou para seu dormitório, o ódio lhe preenchendo, Belinda lhe pagaria e se arrependeria pela brincadeira. Draco bateu a porta do quarto com força e foi até o espelho, assim que se viu por completo, ficou mais irritado que já estava.
-Eu vou acabar com ela. –Disse furioso.
   Draco tentara esfregar com água, mas quanto mais esfregava, mais intensa a cor se tornava. Por fim desistiu e colocou sua capa, logo puxou o capuz e foi até a Ala Hospitalar, Madame Ponfrey o recebeu e resmungava algo sobre brincadeiras infantis enquanto pesquisava o que fazer. Faltava pouco menos de uma hora para o almoço e Madame Ponfrey finalmente conseguira que sua cor voltasse ao normal e seus cabelos também.
   Malfoy aguardou em um canto, Belinda estava caminhando sozinha pelo corredor, mas o que o loiro não vira era que alguns metros depois dela, vinha toda a turma do Segundo Ano da Grifinória. Draco segurou a menina pelo pulso, ela virou-se e o encarou de olhos arregalados de surpresa.
-Se acha muito engraçada né Lestrange?
-Eu? Quem apareceu no Grande Salão pintado de azul e laranja foi você.
   O gêmeos e Belinda decidiram as cores azul e laranja porque foram as mesmas que Malfoy usou na menina durante as férias e assim seria muito mais fácil Draco saber quem havia armado a brincadeira.
-Sua...
-Draco. –Ela prendia o sorriso. –Eu não suporto palhaços, deveria saber que a última coisa que eu lhe transformaria seria em um.
-Como ousa...
-Bem, dizem que palhaços servem para fazer as pessoas rirem, rir mais do que você fez todo mundo rir, impossível. –E começou a gargalhar.
   Draco puxou a varinha do bolço e apontou para o rosto da menina, que ainda continuou com um sorriso presunçoso.
-Vai, faz o que quer Malfoy. –Os olhos escuros perderam o brilho e a pupila sumiu na negritude. –Mas não corra para o papaizinho depois. –Sussurrou debochada.
-Furun...
-Expelliarmus. –Belinda viu a varinha de Draco voar para os pés de um loiro mais alto e forte. –Algum problema aqui?
-Nem um meu Anjo. –Belinda disse sorrindo abertamente para Tayner. –Só uma conversa amigável, não é Draco? –Os olhos cinza estavam tempestuosos. –Só parabenizando pelo show de mais cedo.
   O aperto de Draco aumento no pulso da menina, mas ela segurou a expressão, não demonstraria dor, por mais que estivesse.
-Que bom, mas acho que já pode largar ela Malfoy. –Tayner indicou com o queixo.
   Draco podia ser muita coisa, menos burro, ele largou o pulso de Belinda e a encarou novamente.
-É bom ter cuidado Lestrange. –Murmurou.
-Isso é uma ameaça?
-Entenda como quiser.
-Entenderei, pode deixar. –Então o empurrou para longe e correu até Douglas.
-Vamos comer. –Disse o Sonserino.
-Como quiser.
   Draco podia azarar os dois ali mesmo já que estavam de costas, mas teria que se entender com Tayner e o loiro estava um ano a frente, seria mais complicado enfrenta-lo. Malfoy respirou fundo e voltou para seu dormitório, não estava com paciência para ser alvo de deboches naquele momento.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora