Capítulo Trinta e Dois

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   Belinda dobrou em um dos corredores que dava acesso a Torre de Astronomia e viu quem menos imagina encontrar ali.
-Dobby? –Chamou ela, se aproximando rapidamente.
-Senhorita Belinda. –Ele sorriu entusiasmado ao vê-la.
-O que você tá fazendo aqui? –Questionou se agachando próximo a ele.
   Lestrange sabia que não devia estar fora da cama aquela hora, mas Dobby jamais diria para alguém que a encontrara antes do horário, vagando pelos corredores.
-Dobby trabalha em Hogwarts agora, senhorita e recebe por isso. –Disse todo orgulhoso e ela sorriu abertamente.
-Meus parabéns. Professor Dumbledore não poderia ter contratado ninguém melhor.  –Ela sorriu. –Por que não foi me procurar?
-Dobby pensou em ir falar com a senhorita, mas ficou com medo de ser repreendido.
-Porque seria repreendido, Dobby?
-Porque quando senhor Malfoy viu Dobby mais cedo, ele brigou.
-Draco é um idiota, não sou como ele. –Bufou a menina e viu os olhos do Elfo brilharem mais. –Fico muito feliz de ter você aqui. –Acariciou a cabeça dele ao se colocar de pé.
-Dobby fica grato.
-Tenho que ir agora, mas se alguém perguntar você não me viu aqui hoje, certo?
-Sim senhorita. Dobby não a viu.

   Draco encarava o horizonte quando recebeu um grande tapa no braço, o loiro virou surpreso, mas já sabendo quem era antes mesmo de encara-la.
-Tá doida?
-Você repreendeu o Dobby por quê?
-Oi?
-Encontrei com ele e fiquei sabendo que o senhor Malfoy não ficou nada contente em vê-lo.
-Por que eu ficaria feliz em ver o Elfo que traiu minha família? –Ela rolou os olhos.
-Você é tão idiota, Malfoy. –Ele abriu a boca. –Calado.
-O que você quer?
-Saber como a Parkinson está. –Disse sorrindo abertamente e Draco bufou.
-Segundo a Tris, ela tá com bolhas em lugares que não devem ser citados. –Informou e a menina gargalhou.
-A qual é? Essa é única informação que tem? –Draco a observou e viu o quão contente ela estava com aquilo.
-Sei que a bolhas em todo lugar que o sol não pega. –Falou brincalhão e os olhos negros brilharam.
-Todo? –Draco sorriu.
-Foi o que disseram.
-Oh Merlin! –Ela gargalhou. –Tem coisas demais passando em minha mente com essa frase.
-Você não é a única. –Ele riu. –Onde você conseguiu aquilo?
   Draco a viu parar de gargalhar e dar um sorriso de canto, se colocando ao seu lado na murada de proteção e olhando o horizonte, depois o olhou de canto.
-Isso importa?
-Só estou curioso.
-Me surpreenda, é inteligente pra ter uma ideia.
-Os gêmeos ruivos. –Disse ele e ela riu contente.
-Tá vendo? Você não me decepcionou.
-Como eles conseguiram aquilo?
-A intenção não era aquela, como eu disse mais cedo, era só aumentar a temperatura corporal. –Deu de ombros. –Mas ainda tá em fase de teste. –Sorriu. –Os gêmeos têm ideias excepcionais e eu os ajudo sempre que posso... Sou uma espécie de intermediária.
-Intermediária do diabo. –Implicou e ela gargalhou.
-Por ai. –Ele riu. –To morrendo de fome. –Falou ela.
-E eu com isso?
-Dá seu jeito de conseguir comida pra mim.
-Eu não.
-Argh. –Resmungou. –Você é um inútil, Malfoy.
   O loiro riu, acabaram por ficar conversando até a hora do café da manhã, porém Belinda não deixou de resmungar de fome até o momento em que se separaram no Salão Principal.

   Draco jogou os pergaminhos cheios de dever de casa para as férias dentro de uma gaveta, passara bem pelo teste sobre venenos e antídotos do professor Snape, o qual Belinda xingara durante o tempo todo até perceber que fizera um excelente teste, agora só tinha que se manter longe de doces que os amigos ofereciam, pois desde o inicio das férias as pessoas viviam explodindo em penas amarelas pelos corredores e mesmo os mais sérios dos Sonserinos acabaram adotando a brincadeira que começara com os Grifinórios.

   Belinda saiu da biblioteca e deu de encontro com um rapaz, que a segurou pelos ombros, evitando que ela fosse de encontro ao chão, mas infelizmente seus livros não puderam ser salvos.
-Desculpa. –Disse ele se agachando para pegar os livros. Sua voz era grave e levemente rouca.
-Imagina. –Sorriu quando ele devolveu um dos livros.
   Lestrange o encarou e ficou surpresa com a beleza do rapaz, ela sabia que ele era da Corvinal, já o vira antes, era do quinto ano, mas nunca deu importância em saber mais sobre ele. Os olhos verdes em contraste com a pele levemente morena era inacreditável. Ele sorriu ao notar estar sendo analisado.
-Sou Taylor. –Estendeu a mão em apresentação.
-Prazer, sou Belinda. –Segurou a mão do rapaz.
-Eu sei. –Falou rindo e ela ergueu a sobrancelha enquanto pegava os outros livros de volta.
-Sabe é?
-A Grifinória que vive se metendo em confusão com a Sonserina, que tem notas excelentes e que anda na companhia dos gêmeos Weasley? –Brincou. –Eu realmente sei.
-E isso deveria ser motivo pra saber quem sou? –Ela sorriu.
-Bem, Creme de Canário é bem perigoso e quando a gente está atrás de um produto desses e não acha os gêmeos, sei que é só falar com você. –Belinda gargalhou.
-Ô céus. Assim me sinto quase fazendo contrabando. –Ele riu gostosamente.
-Contrabando não, digamos que sejam vendas ilegais. –Zombou ele.
-Merlin, minha reputação está péssima. –Ele riu novamente.
-Ainda não está tão ruim, vai. –Ela sorriu. –Será que você topa ir ao baile comigo? –Perguntou de supetão.
   Belinda ergueu uma sobrancelha e o encarou.
-Você não esbarrou sem querer em mim, não é? –Ele sorriu de canto e passou a mão no cabelo liso escuro e despenteado.
-Tão na cara assim?
-Depois desse convite. –Ela falou calmamente ele sorriu.
-Um convite que eu espero ser aceito.
   Belinda não esperava um convite para o baile, não daquela forma. Nem sabia se iria de fato, mas aquele sorriso aberto e divertido na junção com o olhar penetrante e brincalhão a fizeram mudar de ideia.
-Por que não? –Ele sorriu.
   Belinda e Taylor conversaram por um longo tempo antes de se despedirem e cada um seguir seu caminho, ele para a biblioteca e ela para encontrar os amigos, que já deviam estar uma fera por sua demora.
-Lestrange! –Gina, Hermione e os gêmeos berraram quando ela se aproximou.
-Oi. –Ela sorriu tranquilamente.
-Onde você estava? –George exigiu e ela sorriu.
-Não é da sua conta.
-É sim.
-Eu tava na biblioteca. –Deu de ombros.
-E ai, alguma novidade com a nova remessa de Febrecolate de teste? –Freddie quis saber.
-Creio que está quase chegando no ponto certo. –Comentou. –As bolhas não ficam mais cheias de secreção, mas ainda ficam avermelhadas e coçando. –Ponderou e depois riu. –Meu Merlin, ele tava certo, eu sou uma contrabandista.
-Que? –Marcos fez careta e ela riu.
-Deixa quieto.
-Porra nenhuma, fala logo. –Murilo exigiu.
-Eu fui chamada de contrabandista ainda há pouco.
-Por quem? –Coren ergueu a sobrancelha.
-Pelo cara que vai me levar para o baile.
-Espera ai. –George ergueu um dedo. –O cara que vai te levar pro baile te chamou de contrabandista?
-Talvez por isso eu tenha aceito o convite. –Deu de ombros.
-Sua loucura me comove. –Ela sorriu abertamente.
-Quem é ele? –Hermione questionou e ela riu.
-É da Corvinal.
-Você vai com um dos gênios esquisitos? –George encrencou.
-Olha, de esquisito ele não tem nada. –O sorriso torto da menina fez os amigos rirem.
-Ele deve ser bem estranho, pra chamar a Lestrange pro baile. –Murilo implicou.
-Dan e Doug que vão fazer um interrogatório pra saber quem é o cara. –Gina disse rindo.
-Problema é deles.
   Belinda estava na companhia de Gina e Hermione, caminhando tranquilamente para o jantar no Salão Principal, quando Douglas, Marcos, Daniel e Murilo surgiram.
-Que merda vocês tão fazendo aqui? –Belinda quis saber.
-Viemos buscar vocês pra jantar. –Daniel sorriu.
-Eu não vou dizer quem é o cara, pode esquecer. –Disse ela decididamente.
-Que cara? –Douglas fez cara de inocência e ela bufou.
-Nem se sua vida dependesse dessa mentira eu iria acreditar em você, Tayner. –O grupo riu.
-Porra, eu to tão desacreditado assim?
-Bem por ai.
   Os rapazes perturbaram e ela só riu, até que Hermione os arrastou para o Grande Salão, alegando estar faminta.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora