Capítulo Trinta e Quatro

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   Belinda acordou tarde naquela manhã e não estava com a mínima pretensão de se levantar e sair da cama quente e confortável, as cortinas de sua cama ainda estavam fechadas e mantinha a claridade afastada de seus olhos, o que era extremamente aconchegante e cômodo.
-Lestrange? –Katia chamou de algum ponto do quarto e Belinda decidiu ignorar.
-Ela ainda tá dormindo? –Ginny questionou.
-Provavelmente, todo mundo sabe que se fosse possível ela passaria o dia inteiro na cama. –Hermione disse rindo. –Bell é um poço de preguiça.
-Vai à merda, Granger! –Soltou a menina e a ouviu a gargalhada da castanha e das outras.
-Sabia que você tava acordada. –Disse ela e as cortinas de sua cama foram puxadas e a claridade invadiu seu espaço.
   Belinda fechou os olhos imediatamente e puxou o cobertor pra cobrir o rosto.
-Você sabe que horas são? –Ginny perguntou tentando retirar as cobertas de cima da amiga.
-Não faço ideia e não tenho a menor vontade de descobrir.
-Vamos Belinda. –Disse a ruiva, finalmente conseguindo puxar o cobertor.
-Mas que porra! –Disse ela cobrindo os olhos.
-Você perdeu até mesmo o almoço. –Katia comentou.
-To nem ai. –Resmungou e ouviu Ginny suspirar.
-Qual é? Tá na hora de levantar Bell. Lá fora tá nevando e estão fazendo guerra de neve. –Comemorou.
-Se você não me deixar em paz, eu vou te enterrar na neve. –Ameaçou.
-Essa preguiça sempre a deixa agressiva. –Katia brincou.
-A Bell é agressiva, o caso é que finge ser legal. –Brincou Hermione.
-Vai tomar no seu...
-Você tá convivendo muito com os meninos. –A castanha implicou e Belinda finalmente retirou as mãos dos olhos e a encarou.
-Foda-se. –Disse rindo.
-Se vocês não vão, eu vou. –Disse Katia, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.
-Vão também, xô. –Disse Belinda pras duas que ainda estavam ali. –Me deixem em paz. –Hermione e Gina riram.
-Finge que é disposta e levanta, vamos brincar um pouco.
-Não quero, agora saiam da minha frente. –Pediu rindo.
-Belinda. –Disseram as duas e ela bufou.
-Se existe um inferno, no meu vocês estarão pra me acordar todos os dias.
-E os meninos? –Gina implicou.
-Eles vão estar, com toda a certeza do mundo. –Falou sentando na cama. –Mas eu odeio mais quem me acorda. –Elas riram.
-Assume que já estava acordada, Lestrange. –Hermione disse.
-Talvez.
-Talvez? –Perguntou a ruiva.
-Sim, talvez. –Sorriu e se colocou de pé. –Agora sai da minha frente.
-Você é insuportável.
-Não mesmo, foi você quem me acordou. –Deu de ombros enquanto caminhava para o banheiro.
-Bem. –A ruiva sorriu. –Agora que você está acordada, posso descer e dizer pros meninos que logo você vai.
-Foram eles que pediram pra me acordar? –Perguntou, parando na porta do banheiro e encarando a ruiva.
-Os gêmeos e as Serpentes. –Disse ela.
-Quais Serpentes? –Sorriu.
-As únicas que falamos sem problema algum. –Hermione assegurou.
-Ah! Os dois idiotas.
-Idiotas que você adora.
-Os amo de paixão. –Sorriu abertamente.

   Lestrange descia distraidamente as escadas vai-e-vem quando encontrou Tayner, Marcos e Daniel em uma conversa animada com os gêmeos.
-Oi. –Cumprimentou ela agarrando Freddie.
-Isso tudo é amor? –Zombou ele.
-Claro... –Sorriu docemente. –Que não, né? –Ele sorriu.
-Assim magoa meus sentimentos.
-O dia que se magoar por eu falar assim com você, sei que não é o Freddie Weasley, okay? –Ele riu.
-Ela te conhece tão bem. –George riu.
-Nem vem que você é a mesma coisa. –Alertou a menina e ele riu.
-Ela desceu despejando veneno hoje. –Dan zombou.
-A Serpentina aqui é você e o loiro, não eu Olivier. –Esclareceu e eles riram.
-É tão bom quando você acorda de bom humor, querida. –Tayner ironizou e ela rolou os olhos, mas sorriu.
-Cadê o Mu?
-Adivinha. –Disse o loiro com um sorriso safado o qual ela conhecia bem.
-Quem é a pobre vitima?
-Quer horror! O que a faz pensar isso, Lestrange? –Marcos brincou.
-Bem. Primeiro porque são vocês. Segundo porque vocês estão esperando ele aqui. E terceiro... –Ela fingiu pensar. –Porque são vocês.
   O grupo de rapazes gargalhou. Belinda riu, era engraçado ser uma das únicas meninas que vivia entre eles e mais divertido ainda o fato deles falaram o que bem entediam sem reserva porque ela estava ali.
-Nós também a amamos. –Disseram todos em sinfonia e ela riu.
-Estou com fome. –Informou ela.
-Puta merda. –Douglas xingou.
-Caralho. –Daniel bufou.
-Puta que pariu. –Marcos falou a encarando seriamente.
-Grande novidade! –Disseram os gêmeos em tom divertido.
-Se quiser temos uns doces aqui, Lestrange. –George brincou.
-Nem fodendo. –Advertiu ela e os rapazes riram.
-Vamos até a cozinha. –Freddie chamou.
   Belinda e os rapazes entraram na cozinha, imediatamente Dobby os viu e correu para atende-los, a menina sorriu para o Elfo.
-Senhorita Belinda. –Cumprimentou alegremente.
-Hey Dobby, como você está?
-Dobby está bem e a senhorita?
-Estou muito bem e com fome. –Disse sorrindo.
-Ah! –Os grandes olhos do Elfo brilharam. –O que gostaria de comer senhorita?
   Belinda e os rapazes sentaram-se na mesa correspondente a Lufa-Lufa e logo eram mimados pelos Elfos. Lestrange viu uma Elfo Doméstico muito suja e que parecia muito distraída enquanto lavava alguns pratos.
-De onde você conhece o Elfo que nos recebeu? –Daniel quis saber,
-Dobby era o Elfo dos Malfoy. –Deu de ombros. –O conheço desde que consigo lembrar.
-Aqui está senhorita Belinda. –Disse Dobby voltando e servindo a todos.
-Obrigada. –Sorriu a menina. –Dobby, quem é aquela Elfo ali? –Ela indicou a Elfo triste que lavava as louças.
-Aquela é Winky.
-Winky? –Belinda ponderou. –Ela era Elfo do...?
-Do Senhor Crouch, senhorita. –Informou habilmente.
-E o que ela faz aqui? –Douglas perguntou e Belinda encarou a Elfo de cenho franzido.
-Depois da Copa Mundial de Quadribol, onde a Marca do Lorde das Trevas... –Dobby parou de falar.
-A Marca Negra? –Marcos questionou e a atenção de Belinda se voltou pra Dobby.
-Sim meu senhor. –Assentiu pesaroso. –Depois daquilo Winky foi libertada.
-E ela ainda não se acostumou, não é? –Belinda perguntou de forma gentil.
-Não, Winky acha que seu antigo senhor precisa dela e não gosta da liberdade. –Suspirou com pesar.
-E você Dobby, aproveitando a liberdade? –Quis saber a menina e viu o Elfo ficar sem jeito. –Eu imagino que deva ser divertido poder fazer o que quiser sem ter alguém gritado o tempo todo.
-Dobby gosta muito de ser livre, senhorita Belinda.
-Eu fico feliz por você. –Sorriu.
   O grupo estava saindo da cozinha quando viu dois Lufanos do segundo ano pararem em frente a entrada da Lufa-Lufa. Lestrange viu Freddie e George puxarem as Varinhas simultaneamente e acelerou os passos, rapidamente estava no fim do corredor e ainda se virou a tempo de ver um dos Lufanos erguer a mão pra tentar se defender dos conteúdos dos barris que estouravam sobre eles e logo sentiu o cheiro de azeite e óleo de peixe preencher o ar.
-Que nojo! –Berrou um deles.
   Belinda começou a gargalhar e Freddie agarrou sua mão e puxou pra longe dali, o grupo correu pra distante do corredor e só pararam quando saíram do castelo, onde todos se escoraram pra tomar ar e riam.
-Por Merlin! –Disse a menina. –Aqueles garotos vão feder a peixe por bons dias.
-O que vocês aprontaram? –Murilo quis saber se aproximando.
   Belinda o encarou e viu que seu cabelo estava mais bagunçado que o normal e os lábios inchados.
-Nós não aprontamos nada, mas você tenho certeza que sim. –Implicou ela quando parou de rir.
-Por que acha isso, meu amor? –Perguntou cinicamente.
-Porque vocês são tão cínicos?
-Ele faz a merda e sobra pra todos nós, é? –Daniel a encarava.
-Porque todos vocês tem essa mania de tentar se fazer de inocente.
-Impossível! –Soltaram os gêmeos. –Eles são umas pestes.
-Olha quem fala! –Douglas disse rindo.
-Nenhum de vocês presta. –Belinda interveio. –Nem sei por que vivo com vocês.
-Porque nos ama e porque é parecida com a gente. –Marcos esclareceu e ela lhe mostrou o dedo do meio.
-Tomar no cu, Coren,
-Meu cu é área restrita, Lestrange.
-Sei lá, você vive com o Tayner, vai que...
-Te foder! –Disseram os dois.
-Bem...
-Nem começa! –Murilo mandou.
-Você é nova demais pra pensar nessas coisas Lestrange, para de palhaçada. –Daniel decretou e a menina sorriu.
-Se vocês não querem que eu pense nisso, parem de me mandar fazer, beleza?
-Vocês lembram quando isso era xingamento? –Douglas quis saber e os amigos riram.
-Deixa de ser quando a gente passa tanto tempo com vocês. –Disse a garota.
-Hey, o que acham de uma aposta? –George questionou de repente.
-Temos que invadir a sala de quem? –Douglas perguntou sorrindo.
-Cara, eu já disse que gosto de você? –Freddie sorria para o amigo.
-Vocês são da mesma raça. –Bell fingiu incredulidade.
-Por isso se dá bem com todos nós? –Marcos quis saber.
-Provavelmente. –Sorriu abertamente. –Mas sim, qual a aposta?
-Cada um vai ter uma missão. –Freddie propôs. –Todas relacionadas a professores.
-Teremos que roubar um objeto de algum professor. –George adicionou. –Iremos escolher pra cada um o que pegar e de quem.
-Com exceção do professor Snape porque se não todos nos ferramos de vez e Moody porque ele me assusta. –Belinda decidiu.
-A Belinda vai ter que pegar aquele pergaminho com os nomes das estrelas que a professora Sinistra deixa na sala dela. –Freddie sorriu.
-Porra, por que merda eu tenho que invadir a Sala da Professora Sinistra?
-Porque você tem pé atrás com ela. –Disse o ruivo.
-George vai saquear aquele livro que a professora Vector sempre anda e guarda no armário da sala dela. –Disse a menina.
-Sendo assim o Douglas vai ter que sequestrar uma Losna da coleção da Sprout. –Murilo decidiu.
-Beleza, então o troféu do Marcos vai ser um chifre de unicórnio que está em uma caixa no gabinete da professora Grubbly-Plank. –Belinda gargalhou, todos tinham receio da professora substituta do Hagrid.
-A caralho. Dan meu velho, você sabe aquela bola de cristal que a Trelawney mostrou pra gente uma vez e que fica no gabinete dela?
-Você quer me foder? –Disse o menino.
-Não, só quero que se foda mesmo. –Sorriu. –Mano eu vou roubar a Grubbly-Plank, você pode fazer com a Sibila, ela é fácil de enrolar.
-Filho da puta. –Bufou e encarou Pucci. –Murilo, quero aquele pergaminho de runas francesas que tá no armário da Bathsheda, vou ter uma prova dela e não sei porra nenhuma. –Deu de ombros.
-Ótimo, eu sou o fodido que pega o livro que tá a matéria que precisamos pra passar nela. –Bufou. –Quero o walkman que tá na sala de Estudos Trouxas, acho que tá no armário da Burbage e trancado com magia. –Explicou. –E ficou pro Freddie.
-Ah! –Sorriu o ruivo. –Como gosto de ter gente doida pra apostar.
   O grupo riu.
-Se alguém for descoberto no meio do jogo, paga um galeão pra cada um. –Avisou George.
-Feito. –Concordaram todos.
-Vocês sabem que a gente vai se foder muito, né? –Belinda quis saber e eles riram.
Lestrange e todos sabiam que ia dar confusão, mas  o que seria da vida em Hogwarts sem uma boa confusão junto dos amigos?

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora