Capítulo Seis

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   Na manhã seguinte Belinda acordou passando mal, ela levantou-se e correu para o banheiro, o quarto já estava vazio, como era de praxe Lestrange era a última a acordar no dormitório. Depois de um banho demorado a menina saiu do banheiro dentro de seu uniforme, se olhou no espelho e notou o quão pálida estava, mais que o normal.
   Belinda puxou a mochila para o ombro e começou a descer as escadas, entretanto tudo começou a girar e ela se segurou no corrimão, nada estava em seu devido lugar.

   Draco viu Belinda entrar no Grande Salão, que já estava quase vazio porque a maioria dos alunos já haviam ido para suas aulas, ela não parecia nada bem, mas Malfoy a ignorou e saiu do lugar, indo para sua aula, Belinda provavelmente pegaria um bolinho e logo iria atrás.
   Draco foi para a sala, não muito tempo depois o professor entrou e começou a aula, mas Belinda não aparecera, entretanto Malfoy imaginou que ela simplesmente estivesse matando aula em algum canto de Hogwarts.
-Com licença professora McGonagall. –Um menino mais velho da Lufa-Lufa aparecera na sala e a mulher mais velha fora até ele.
   Minerva conversou com o rapaz por cerca de um minuto, logo entrou na sala e chamou Draco, todos imaginaram que ele estivesse envolvido em alguma confusão, inicialmente até ele mesmo achou isso.
-Pois não professora? –Perguntou ele sem vontade.
-Belinda está na Ala Hospitalar e eu gostaria que você avisasse sua família. –Draco absorveu por um instante o que lhe foi dito e assentiu lentamente.
-O que ela tem?
-Desmaiou no meio do Grande Salão e foi levada até a Ala Hospitalar, não sei lhe informar ao certo o que aconteceu a sua prima, mas se quiser pode ir vê-la...
-Eu vou avisar a minha mãe antes, se a senhora não se importa.
-Tudo bem, vá.
   Draco pegou sua mochila e saiu da sala, todos ficaram encarando-o, mas Minerva voltou a aula como se nada tivesse acontecido.

   Belinda acordou e sentiu um gosto amargo na boca, ela olhou para o teto claro e depois para as camas com lençóis brancos ao lado de onde estava, ela olhou para o outro lado e encarou um menino alto, de rosto pálido e cinzento, mas muito bonito, os cabelos escuros e lisos e os olhos acinzentados, não como os de Draco, mas um cinza acalentador e convidativo, quentes.
-Oi. –Ele sorriu para a menina, que o encarou de cenho franzido.
-Quem é você?
-Eu te trouxe pra cá quando você desmaiou no Grande Salão.
-Então você é o meu salvador? –Zombou ela e ele riu.
-Você tá com uma aparência péssima. –Ela riu um pouco, mas logo parou e respirou fundo.
-Obrigada.
-Precisando. –Ela sorriu para o menino.
-Quem é você?
-Já disse, sou seu salvador. –Ela riu.
-É serio.
-Sou Cedrico Diggory e você é?
-Belinda Lestrange.
-Muito prazer. –Ele lhe estendeu a mão e ela riu, mas ainda assim a segurou.
-Obrigada pela ajuda.
-Não foi nada. –Ela bufou.
-Claro, não foi nada me arrastar e me jogar na cama da Ala Hospitalar e provavelmente me ajudar a ficar bem. –Ela debochou. –Realmente, não foi nada.
-Tanto drama. –Disse ele.
-Por que ficou aqui?
-Eu não fiquei. –Disse ele dando de ombros e ela bufou. –É sério, eu assisti todas minhas aulas e voltei ainda a pouco, pra ver se estava melhor, ai você acordou.
-Então eu to aqui há quanto tempo?
-Bastante, já está quase na hora do jantar.
-Como é? –Disse ela tentando se levantar rapidamente, mas tudo girou e ela se jogou novamente.
-Acho melhor não tentar se levantar assim de novo.
-Jura? –Ele riu, era uma risada tranquila e divertida.
-Srtª. Lestrange, sente-se melhor? –Belinda olhou para Madame Ponfrey e sorriu.
-Um pouco.
-Que bom. –Disse a mulher lhe dando um copo. –Agora beba isto. –Belinda olhou para o liquido esverdeado e fez careta pelo odor.
-O que é isso?
-Uma poção para seu enjoou. –Belinda fez careta e virou o liquido de uma vez, quase botando-o para fora em seguida.
   Belinda fez uma careta engraçada pelo gosto e percebeu que Cedrico segurava o riso, ela o encarou e ele riu descaradamente.
-O que faz aqui senhor Diggory? –Perguntou Madame Ponfrey.
-Vim ver como Belinda está Madame Ponfrey.
-Vocês são amigos?
-Sim senhora. –Respondeu ele descaradamente.
-Madame Ponfrey, quando serei liberada?
-Assim que a poção fizer efeito.
-E quanto tempo isso leva?
-Alguns minutos, agora fique quieta, tenho outros alunos para atender, qualquer emergência me chame. –Disse ela se retirando.
-Acho que o dia está sendo difícil. –Bell comentou rindo e Cedrico concordou. –E eu sou sua amiga desde quando Diggory?
-Eu te ajudei.
-E? –Ele riu.
-Ingrata.
-Não, não, não. Já te agradeci.
   Cedrico realmente esperou Belinda ser liberada, eles foram caminhando para o Grande Salão juntos, conversando tranquilamente, mas ele andava ao seu lado como se esperasse que ela fosse cair a qualquer momento.
-Eu to bem Cedrico, não vou desmaiar novamente.
-Não tenho certeza disso. –Ela riu e bufou.
-Fala sério.
-Eu to falando.
-Que seja.
-A gente se fala por ai Lestrange.
-Até mais Diggory. –Disse ela rindo e seguindo para seu lugar.
   Todos seus amigos a trataram com um cuidado exagerado quando ela chegou, querendo saber o que tinha acontecido, dizendo que foram até a Ala Hospitalar, mas não puderam ficar muito porque Madame Ponfrey os mandou ir embora que ela precisava descansar.  Após o jantar o grupo foi para o jardim, Belinda sentou-se no meio de Marcos e Murilo, mas logo Daniel se aproximou e ela ficou deitada na perna do Sonserino.
-Tá melhor? –Ele quis saber.
-Estou. –Sorriu ela.
-Está mesmo ou só fingindo? –Tayner quis saber e ela bufou.
-Cala a boca.
   O grupo ficou conversando no jardim por um bom tempo e Belinda viu Diggory ali perto, ele a encarou e sorriu, recebendo um sorriso de volta.
-Você conhece aquele cara de onde? –Daniel quis saber.
-Não é da sua conta Henri.
-Se não me falar, vou lá agora e pergunto pra ele.
-Ele que me levou para a Ala Hospitalar. –Respondeu ela. –Cedrico Diggory, é da Lufa-Lufa, é dois anos mais velho que eu, é do time de Quadribol e é engraçado pra caramba.
-Apaixonou foi? –Douglas zombou.
-Não, mas você parece ter ficado enciumado. –Retrucou ela rindo.
-Vai sonhando baixinha.
   Belinda estava caminhando entre os amigos em direção das escadas Vai-e-vem, Draco estava no pé da escada e a encarou.
-Que foi Malfoy? –Perguntou ela.
   Malfoy a encarou e viu que ela estava bem melhor, a pele estava no tom pálido normal e não naquele tom cinza que ele vira quando foi até a Ala Hospitalar mais cedo, os lábios estavam rosados e não pálidos.
-Mamãe mandou isso pra você. –Disse ele entregando um envelope verde pra ela.
-O que é isso? –Perguntou ela confusa.
-McGonagall mandou avisar que você tinha passado mal e mamãe mandou essa carta.
-Sabe o que tem aqui?
-Olha Lestrange, já fiz minha parte, agora te vira. –Disse ele seco e se virou, indo embora, Belinda prendeu o riso e assentiu.
   Lestrange notara o olhar de Draco, era o mesmo olhar que ele lhe lançava quando ela se machucava quando ainda eram amigos, preocupado e avaliando cada dano que a queda lhe causara, Malfoy podia até não ter notado, mas havia acabado de fazer aquilo, era tão natural dele que a fez sorrir.
-Nos falamos mais tarde, tenho que ver o que Narcisa quer comigo, tá bom?
-Vai lá. –Disse Tayner sorrindo e a menina começou a correr escada a cima.
   Belinda deitou na cama e abriu o envelope, Narcisa só estava preocupada e querendo saber o que tinha ocorrido, também dizia que era para ela mandar logo uma coruja dizendo como estava.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora