Capítulo Quarenta e Seis

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        O dia estava inesperadamente frio, a neve já não caia mais, porém o ar gélido rondava o castelo.
-Lestrange, amor da minha vida. —Freddie chamou quando a menina apareceu no Salão Comunal.
         Poucas pessoas estavam no Salão naquele momento, um grupo de quatro meninas em um canto estudando e os gêmeos, que se encontravam próximos a janela, com uma maleta entre eles, ambos encarando a menina.
-Céus! O que vocês querem? —George riu e lhe deu uma piscadela, enquanto a garota se aproximava.
-Por que acha que queremos algo?
-Porque vocês não valem nada. —Falou se juntando a eles no chão.
-Calúnia! —Disseram em uníssono e ela riu.
-Vou fingir acreditar.
-Estávamos pensando... —Freddie iniciou.
-Quando vocês começam a pensar, dá merda.
-Calada. —George mandou rindo e passando o braço pelos ombros da menina. —Mas como Freddie falava, estávamos pensando se você nos faria um favor.
-Qual o nome do produto? Em que fase está? Quanto custa? E o que querem descobrir? —Os dois riram.
-É por isso que te amamos. —George sorria.
-E por isso é nossa garota favorita do mundo. —Freddie completou.
-Como vocês são falsos. —Fingiu ultraje.
         O trio conversou por alguns minutos, até ela se despedir e sair do Salão Comunal da Grifinória, indo em direção a biblioteca, porém encontrou Diggory no meio do caminho, ele estava com Cho e com mais dois casais, ela suspirou e interceptou seu caminho, o fazendo sorrir abertamente.
-Bell. —Ele cumprimentou e ela bufou.
-Se você soubesse a vontade que eu estou de te matar, não sorriria desse jeito, Diggory. —Ameaçou e ele riu.
-Oi Belinda. —Cho cumprimentou também e Bell a encarou rapidamente.
-Oi. —Desviou para Cedrico novamente. —Precisamos conversar.
-Agora? —Ele franziu o cenho.
-Você tá me devendo uma, então não reclama. —Ele riu e assentiu.
        Cedrico se despediu dos amigos e da namorada, logo agarrando Bell pelos ombros e a arrastando para a Torre do Relógio.
-O que você quer? —Ele quis saber assim que chegaram a Torre.
        Belinda o encarou e sorriu.
-Absolutamente nada. —Cedrico estreitou os olhos e ela riu.
-Como se atreve, Lestrange? —Mas ele sorriu também.
-A presença da sua namoradinha me tira do sério. —Deu de ombros.
-Depois que eu começar a atrapalhar seus encontros com o Nerd...
-Lembra que a Cho Sem-Graça também é da Corvinal.
-Mas ela não...
-Todo Corvino é Nerd. —Interrompeu e ele riu.
-Até seu namoradinho? —Zombou.
-Ele não é meu namoradinho. —Bufou.
-Até parece. —Ele riu. —Só porque vocês não intitularam, não quer dizer que não sejam. —Ela rolou os olhos.
-É exatamente o que quer dizer. —Disse ela. —Não intitulamos, então não somos.
-E se ele te pedisse em namoro, o que você faria?
        Belinda abriu e fechou a boca repetidamente, depois mordeu o lábio inferior, encarou o amigo e riu.
-Provavelmente sairia correndo e me esconderia na Torre da Grifinória pelo resto do período.
        Os dois gargalharam.
-Você já foi mais corajosa, Lestrange.
-Qualquer menção a relacionamento sério me transforma em uma garotinha assustada.
        Os dois permaneceram ali até a hora do jantar e foram para o Grande Salão juntos, quando atravessaram a porta do Salão Principal, riam despreocupadamente e Belinda sentiu o olhar de Cho sobre ela, encarou a menina de volta e bufou, olhando de novamente para o amigo.
-Sua Nerd-Chorona parece querer me azarar.
-Para de implicância. —Rebateu ele, mas ainda assim olhou para Cho.
-Não é implicância e você sabe disso.
-Você vive perturbando a vida dela.
-Não mesmo, vivo perturbando a sua vida, se isso a irrita, o problema é dela e seu. —Ele riu e bagunçou o cabelo da amiga.
-Cala a boca e vai jantar.
-Você também, amanhã é o grande dia e você precisa estar forte.
         Cedrico sorriu para o nervosismo da menina e a segurou pelos ombros.
-Não precisa ficar nervosa, é só um labirinto com alguns bichinhos.
-Bichinhos escolhidos pelo Hagrid. —Retrucou e ele riu novamente.
-Nos falamos amanhã, Bell.
-Tá. —Bufou e ele sorriu.
        Belinda se jogou em sua mesa, ao lado de Freddie.
-Oi. —Cumprimentou, já se servindo de ervilhas, carne, suco e purê de abóbora.
-Você sumiu o dia todo. —Murilo acusou e ela sorriu.
-Estava infernizando a vida do Diggory.
-Pobre Cedrico. —Marcos sorria. —Não basta ter passado por duas tarefas extremamente difíceis, estar na véspera da última prova do Torneio Tribruxo, ainda tem que te suportar.
-Vai tomar no cu, Coren. —Disse ela e ele riu. —E não me faz lembrar que amanhã é a última Tarefa. —Suspirou.
        Os amigos riram e ela encarou Harry, que mantinha um sorriso controlado.
-Que foi? —Arregalou os olhos por trás das lentes, ao notar que ela o observava.
-Nervoso pra amanhã? —Quis saber e ele deu de ombros.
-Um pouco. —Ela riu.
-Pelo menos alguém tem juízo e fica, mesmo que pouco, nervoso pra amanhã.
-Por que? —Hermione questionou.
-Cedrico parece relaxado demais. —Bufou. —E isso me enlouquece.
        O grupo riu e depois entrou em uma conversa mais leve, logo o Trio de Ouro abandonou a mesa, dizendo que Harry iria estudar um pouco mais.
-Você parece mais nervosa que os dois. —Marcos acusou.
-Provavelmente estou. —Disse ela.
-Fica calma, eles vão se sair bem. —Murilo a tranquilizou e ela assentiu.
-Espero que sim.
-Vamos falar com as Serpentes, você vem? —Marcos chamou e ela sorriu.
-Claro.
        Tayner e Daniel estavam no corredor, com três garotas da Sonserina, Belinda rolou os olhos e riu, parando a alguns metros dos Sonserinos.
-Céus, eles não valem o chão que pisam. —Os dois riram. —Não riam não, vocês são igualzinhos.
-Se foder. —Mandaram parando de rir e ela sorriu.
-Para de graça. —Murilo cortou.
-Merlin! Vocês mandam e depois se arrependem é? —Riu. —É melhor ter cuidado com o que mandam as pessoas fazerem, elas podem estar suscetíveis a obedecer.
-Você nunca está suscetível a obedecer. —Marcos disse indignado. —Você é a garotinha do grupo, não pode fazer isso.
-Mascotes não devem fazer isso. —Murilo implicou.
-Mascote é o seu cu.
-O teu. —Rebateu ele e ela riu.
-Lestrange, meu amor. —Daniel a agarrou e ela riu.
-Tinha alguma droga no seu suco de abóbora? —Questionou quando ele a soltou.
-Muito engraçado.
-Ela só pensa mal da gente. —Douglas disse ao abraçar a amiga.
-Vocês não são exatamente os tipos de caras que se pode pensar bem. —Deu de ombros, enquanto os quatro xingavam.
-Olha quem fala! —Doug ria. —A contrabandista dos gêmeos ruivos.
-Não sou contrabandista. —Disse ela rindo.
-É sim. —Disseram os rapazes em uníssono.
-Que absurdo. —Se fez de ofendida.
-Esse papel não serve pra você. —Daniel comentou. —Isso de garota inocente, sabe? Pode servir pra qualquer um, menos você, Lestrange.
        Belinda fez beicinho e depois deu de ombros, abrindo um largo sorriso.
-Realmente não. —Eles riram.
        Taylor caminhava pelo corredor, acompanhado por Jonathan e Flavinha, os três riam divertidos.
-Você bem que podia chama-los. —Marcos comentou enquanto encarava Flavinha.
-Você sabe que ela não vai cair facilmente na sua conversa, né? —Disse rindo.
-Você acha que ela não ficaria comigo? —Ele a encarava seriamente.
-Não disse isso, mas ela não é fácil e boba como as outras que você costuma pegar.
-Eu...
-Hey, Nerds! —Bell chamou quando eles estavam próximos e os três riram.
-Que você quer, encrenqueira? —Flavinha lhe sorriu.
-Não sou encrenqueira. —Colocou a mão direita sobre o peito e fez cara de inocente.
-Já conversamos sobre isso, essa coisa de inocência não cola pra você. —Marcos comentou rindo.
-Vai a merda. —Disse ela, enquanto se apoiava no peito de Ty, que passou os braços por sua cintura.
-Tá cada dia mais folgada. —Comentou ele.
-Eu ainda acho que ela te trata bem. —Daniel disse.
-Claro, ele não enche o saco que nem vocês.
-Que absurdo, Lestrange! —Murilo e Dan disseram.
-Somos as pessoas que te tratam melhor. —Marcos e Douglas falaram e ela fez um muxoxo.
-Desde quando?
-Belinda é um caso a ser estudado pelo Ministério da Magia. —Jonathan brincou.
-Falo isso todos os dias. —Marcos sorria.
-Vão a merda, todos vocês.
         O grupo conversou por um longo tempo, até Bell ver os gêmeos, que pararam nas escadas vai-e-vem, a aguardando.
-Falo com vocês amanhã, tenho alguns assuntos a resolver. —Sorriu para os amigos.
-Ficarei longe de você pelo menos pela próxima semana. —Ty zombou.
-Só uma semana? —Doug brincou. —Tá aí um cara confiante.
-Eu não volto a ficar tranquilo perto dessa coisa pelo menos até o fim do período. —Daniel informou.
-Vai tomar no cu.
-Eu mesmo não, Lestrange. —Ele sorriu. —Não no meu, pelo menos.
-Sei lá, vocês quatro só andam juntos.
-Vai dormir, vai. —Murilo mandou.
-Já começou a falar muita besteira. —Marcos concluiu.
-Pensem bem, seria fofo. —Flavinha gargalhou da piada de Belinda e os rapazes a ameaçaram, fazendo Bell usar Ty como escudo.
        Taylor se afastou com ela, para se despedirem.
-Nos falamos amanhã. —Disse ela sorrindo e ele a puxou pela cintura. —É melhor ter cuidado, da última vez deixamos alguém meio perturbado.
-Madame Pince precisa arrumar um namorado e deixar os jovens em paz. —Brincou a beijando.
-Boa noite. —Disse ela quando se separaram.
-Pra você também.
        Belinda sorriu enquanto ia até os gêmeos, Freddie lhe estendeu a mão, que ela agarrou e eles começaram a andar.
-Esse Taylor parece gostar de viver. —George comentou levemente.
-Creio que goste. —Disse ela, rindo.
-Que bom. —Freddie sorriu também. —Fica mais fácil quando a gente for ameaçar.
-Que?! —Ela o encarou de olhos arregalados e ele sorriu abertamente.
-Ele pensa que pode ficar assim com nossa garota?
-Justo com a nossa garota? —George concordou com o irmão.
-Pelas cuecas furadas de Merlin. —Ela suspirou. —Parece que é até complô.

A Filha Das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora