A Trilha - Em Busca De Mim.

Reviravolta

"Quantas vezes serão necessárias provar o amor? Para que todas as reviravoltas da vida se desfaçam dentro de nós. Quantas vezes precisaremos sorrir para o desespero, para que ele de meia volta e nos abandone? A vida é mágica para quem aprendeu seus truques, as mudanças que a vida nos traz, nunca serão para regredir. Por pior que seja nosso sofrimento um dia entenderemos: Que a hora não era a hora, que o momento certo é no momento certo e que o caminho é feito por vários caminhos. Que chorar as vezes pode ser melhor para poder sorrir mais alto daqui a algum tempo, que a dificuldade nos torna mais fortes.

Enfim as crises da vida sempre serão nosso complemento e nossa evolução, nada é por acaso, nem um momento, tudo é reação da sua ação e tudo o que vai, também volta. A vida é assim, caindo e levantando, sorrindo e chorando, perto e longe, alto e baixo, forte e fraco, grande e pequeno.

Somos feitos de pedaços , como um quebra cabeça, que vive a procura de suas peças, para formar uma imagem, de nós mesmos."

—Dani Kratz.

Segunda/Terça-feira

Já era noite quando Theo pulou na cama e me disse que teria mais uma festa dos mesmos organizadores da ultima em que fomos, eu estava deitado na cama pronto para embarcar em sonhos quando ele me chamou.

—Jonh vamos em uma festa? —Perguntou.

—Vai você, não estou bem. —Eu disse.

—É por causa do Lucas? —Perguntou.

—Algumas coisas que ele me disse. —Respondi. —Vai la, se diverte, vou ficar aqui dormindo mesmo.

—Não quero deixar você sozinho. —Ele disse.

—Não se preocupe comigo, você tem uma vida para viver. —Eu disse.

Passei a tarde toda pensando sobre o que Lucas, Clara e Anna me revelaram no intervalo, devo dizer que eu não esperava que George pudesse ir tão fundo em algo do tipo, armar para separar duas pessoas por pura inveja deve ser algo que te reserva um lugar bem quentinho no colo do demônio.

—Eu vou então. —Ele disse. —Mas só se você me prometer que não vai ficar sofrendo por ele.

—Prometo. —Menti cruzando os dedos.

Vi Theo se preparando todo para ir na tal festa, não seria uma má idéia ir e beber até cair, mas ainda é muito cedo para passar essa vergonha novamente, melhor continuar aqui no calor das cobertas do Theo, na cama do Theo e sozinho em segurança, sem correr o risco de ter que ser ajudado para tomar banho novamente por mal conseguir ficar em pé.

—Toma cuidado. —Eu disse.

—Pode deixar mãe. —Theo respondeu rindo da minha preocupação.

—Idiota. —Respondi rindo também.

Theo se sentou na cama e me deu um selinho de despedida, então se levantou e saiu do quarto, me deixando na solidão dos meus pensamentos. Talvez não seja uma boa idéia ficar aqui deitado pensando sobre a vida, acho melhor tomar alguma coisa para dormir de vez.

Abri a gaveta de Theo e encontrei um remédio desses que te fazem apagar em cinco minutos ao lado de um pacote de camisinhas, engoli um sem beber agua alguma, o comprimido passou raspando pela minha garganta me fazendo lembrar o motivo pelo qual eu odeio tomar remédios de todos os tipos. Em seguida me deitei novamente e me cobri com a coberta pesada do Theo.

Não entendi o motivo pelo qual ele me deu um selinho, é no mínimo estranho tendo em vista que eu e ele não temos nada além de uma amizade, ou será que evoluiu para uma amizade colorida dessas que os amigos também fazem sexo? Nós já fizemos, deve ser isso, a relação evoluiu. Não posso permitir isso de continuar desse jeito, não quero enganar o Theo.