Lar, doce lar

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"Tudo é mais complicado do que se possa imaginar e, ao mesmo tempo, mais complicado do que se possa conceber."

—Johann Goethe.

Parei em frente a minha antiga casa, quer dizer, apartir de agora é minha casa novamente, uma vez li em algum lugar que quanto mais alguém se aproxima das metas, mas elas parecem ser difíceis, agora percebo que é verdade.

Eu sai do apartamento do Theo ansioso e temeroso por esse momento, colocar os pés novamente no lugar onde uma vez fui expulso, eu sabia que seria difícil, mas agora diante da realização da meta, a dificuldade parece ter sido multiplicada por mil vezes ou mais, meus pés quase não me obedecem para sair do carro, pensar em abrir a porta me parece impossível.

—Eu vim até aqui. —Eu disse para mim mesmo.

Forcei meus braços a abrirem a porta e minhas pernas a andar, sai do carro com as pernas bambas e tremendo até os fios de cabelo, me conduzi até a porta da sala e rodei a maçaneta. A porta estava aberta como eu achei que estaria, pisei dentro de casa, todo nervosismo se multiplicou mais uma vez.

A casa estava silenciosa, aparentemente minha mãe não esta em casa, eu não reparei se o carro dela estava na rua ou na garagem, mas é isso mesmo, ela deve estar trabalhando ou saindo com alguém.

Voltei para fora, estacionei meu carro na garagem e peguei minha mala e minhas coisas no porta malas, subi para meu quarto carregando a mala pesada e fazendo malabarismo com as outras coisas, depois de muita batalha parei em frente a porta do meu quarto e empurrei-a, entrei analisando o local.

Ela não mudou nada aqui, está exatamente do jeito que deixei, a única coisa que não esta mais aqui é a carta que deixei escrita, espero que pelo menos eles tenham lido ela. Depositei a mala no chão e comecei a guardar o que estava na minha mão fazendo um esforço para não me jogar em minha cama que me olhava seduramente.

—Eu estava com saudades daqui. —Pensei em voz alta.

Desci as escadas e fui até a geladeira, saudades da geladeira de casa, peguei um pedaço de pizza que estava ali e comecei a comer. Andei até o sofá ainda comendo e me joguei no sofá. Após terminar meu pedaço de pizza peguei meu celular no bolso para checar as mensagens.

*Por que? —Lucas perguntou.

*Eu voltei para casa, acabei de chegar aqui, ainda não falei com a minha mãe. —Eu disse.

*Entendi. —Ele respondeu rapidamente.

*Posso ir ai? —Perguntou.

*Você já pode dirigir e sair de casa? —Perguntei.

*Não. —Ele respondeu.

*Então acho melhor você não desobedecer o médico. —Eu disse.

*Sim senhor. —Ele disse.

*Como você está? —Perguntou.

*Ansioso e com medo. —Respondi.

*Relaxa. —Ele disse.

Eu estava digitando uma resposta quando a porta da sala abriu, meu coração parou por um instante, meu corpo todo paralisou e se bobear minha temperatura caiu diante do momento.

Minha mãe entrou em casa com um homem, nenhum dos dois tinham me visto ainda até que se viraram para ir até a cozinha, minha mãe era um misto de choque e culpa, enquanto o homem era surpresa e duvida, ele não me conhecia assim como eu não o conheço.

—Mãe. —Eu disse.

—Jonh, você voltou. —Ela disse vindo em minha direção.

Me levantei para que ela fizesse o que queria fazer e ela o fez, me abraçou fortemente esmagando meus órgãos internos e triturando meus ossos.

A Trilha - Em Busca De Mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora