Capítulo dezessete.

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Renata tinha acabado de sair do banho, e decidia qual era o melhor vestido para ir ver Victor, como era uma surpresa, decidiu colocar o vestido florido que tinha ganhado dele, sabia que ele adorava aquele vestido. Estava com um frio na barriga por ir ao apartamento dele, depois de quase uma semana.

A semana toda os dois tinham ido do trabalho para o pequeno AP. Passavam horas conversando com Flávia e Melissa, isso quando Rodolfo não se juntava a eles, para mais conversas sobre convites, buquês vestidos, e damas de honra, estavam todos empolgados com o casamento que seria dali a seis semanas.

Depois de conversarem com seus amigos, sempre acabavam no quarto fazendo amor e no meio da noite sem que Renata percebesse, Victor voltava para casa, sentia um vazio cada vez que acordava pela manhã, mas não podia reclamar de nada, ele estava sendo seu príncipe encantado.

Saiu do quarto e foi em direção a cozinha onde suas amigas tomavam chá e escolhiam a decoração da festa.

- Renata, o que acha destes arranjos. - Melissa perguntou erguendo o tablet para que ela pudesse ver.

- Gostei deles, mas prefiro o que vimos ontem.

- Eu disse para ela, esses aqui são meio cafonas. - Flávia tirou o tablet da mão da amiga assim que terminou de falar e revirar os olhos.

- Você vai na casa do Victor?- Perguntou Melissa.

- Vou sim! Quero fazer uma surpresa para ele.

Depois de acenar para as amigas saiu do pequeno Ap, pegou as chaves do carro de Flávia que já estavam na bolsa e foi ao encontro de seu Deus grego abrasileirado, só de pensar em vê-lo novamente um sorriso se espalhava por seu rosto, à anos que ela não se sentia tão feliz assim. Na verdade nem se lembrava quando tinha se sentido assim,talvez nunca.

Já eram dez horas da manhã e Victor ainda estava na cama não era de dormir até tarde, mesmo no domingo, mas não queria dar de cara com sua hóspede indesejada. Na noite anterior tinha perguntado a ela quando iria embora, e ela disse que iria levar apenas mais alguns dias até seus negócios prosperarem. Victor aguardava ansioso por isso, não via a hora de levar sua feiticeira para sua cama, o pequeno AP que ela dividia com as amigas era aconchegante, mas não podiam fazer tanto barulho como ali no apartamento dele.
Não queria que Renata visse Paola, a prima de sua falecida esposa era muito desagradável quando queria, e para sua feiticeira ele queria apenas o melhor, queria que ela se sentisse bem ao seu lado, e não iria permitir que nada nem ninguém estragasse aquele momento único que estavam vivendo.

Quando estacionou o carro na frente do prédio de Victor, Renata se perguntou se deveria telefonar antes de subir, mas acreditava que o porteiro faria isso então retocou seu batom e saiu do carro. Quando entrou no prédio achou estranho a portaria estar vazia, olhou para os lados e então ouviu uns risos que vinham de trás da porta de incêndio, na mesma hora se deu conta do que estava acontecendo, afinal foi atrás de uma porta daquelas que ela é Victor tinham se amado certa vez, a lembrança fez com que seu interior acordasse, e o desejo começou a preenchê-la.

Não teve coragem de interromper o porteiro e sua companhia, então foi até o elevador e subiu para o apartamento de seu amado, a medida que ia subindo e chegando mais perto seu coração acelerava, estava com os pensamentos a mil e a curiosidade aumentando para saber se sua surpresa seria bem vinda, quando o elevador parou e ela viu a porta se abrir para o grande Hall de entrada, naquele momento pensou em como seria bom fazer amor com Victor ali naquele chão frio.

Foi em direção a porta e deu uma batida de leve, não havia campainha ali, como não ouve resposta bateu com um pouco mais de força, a porta enorme abriu um pouco então Renata empurrou e entrou devagar, a grande sala estava vazia assim como a cozinha, estava começando a se sentir mal por invadir o apartamento de Victor assim.

Quando começou a caminhar em direção a porta para descer e ligar para ele do carro, ouviu o som de passos no corredor e viu o que pensou ser uma miragem. Aquela mulher que Victor tinha apresentado a ela na praia, prima de sua esposa, estava vindo com um robe de seda vermelho e os cabelos levemente bagunçados como quem acaba de transar, queria que suas pernas a obedecessem, e se mexessem, mas estavam paralisadas, teve a impressão que seu coração também tinha parado.

Por isso então que Victor não à levava mais ali, por isso ele fazia tanta questão que ficassem no AP de suas amigas, mesmo quando não tinham privacidade, agora na cama dele era outra mulher que se deitava. Depois daquilo o que viria? Ele começaria com as desculpas que tinha que trabalhar até tarde, e que ela podia voltar sozinha para casa. Até o momento que os dois não fossem mais a companhia um do outro e assim...

- Ahhh!

O grito agudo a assustou, fazendo com que voltasse ao mundo real, a mulher estava parada com as mãos na boca, então desceu as mãos devagar e disparou.

- O que você está fazendo aqui? Você não sabe que não pode entrar na casa das pessoas sem ser convidada?

Seus olhos estavam se enchendo de lágrimas, mas Renata não daria o gostinho para aquela vaca, de vê-la chorar, conseguiu se virar e foi em direção a porta até ouvir passos na escada que dava para o quarto de Victor, não resistiu e olhou para cima ele descia a escada correndo estava só de cueca samba canção, então quando seus olhos se encontraram, não conseguiu mais segurar e pôde sentir as lágrimas começarem a escorrer.

- Victor, graças a Deus essa louca invadiu sua casa, eu saí do quarto e dei de cara com ela aqui no meio da sala.

Do quarto? Sim, do quarto afinal onde mais ela iria dormir né. Aquela vaca estava com ele no quarto, na cama dele para onde Renata queria ir naquela manhã, novamente começou a seguir em direção a porta, então a mulher que tinha destruído seu mundo agarrou seu braço e começou a falar sem parar.

- Você não vai a lugar nenhum, vou chamar a polícia, sua maluca você não pode invadir o apartamento das pessoas assim.

- Larga ela Paola, ela pode entrar aqui quando bem entender, ela é minha namorada. - Victor disse isso tirando as mãos dela do braço de Renata e a empurrando para longe.

Namorada! Era a primeira vez que ele dizia que ela era sua namorada, aquilo fez seu coração dar pulinhos no peito, mas aí se lembrou de quem estava na sua cama.

- Pelo jeito você não precisa da sua namorada! - disse olhando dele para a mulher com os olhos arregalados.

Pôde ver quando a vadia sorriu debochando de sua cara, aquilo foi demais, estava com tanto ódio que podia quebrar o pescoço dela, então seguiu para a porta e depois para o Hall onde tinha fantasiado uma cena de amor com Victor.

- Renata espere!

- Deixe ela ir, você está seminu, não pode sair por aí vestido assim.

Quando entrou no elevador, parecia que uma década tinha se passado até as portas se abrirem, entrou com tudo e apertou os botões com as mãos trêmulas. Antes da porta se fechar viu Paola com um sorriso debochado dar um tchauzinho para ela, aquilo foi demais se abaixou pegou sua sandália de salto 15 e arremessou na direção da vadia. Antes da porta fechar teve o prazer de ouvir o som do grito dela.

- Aí!

Tinha acertado em cheio.



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