Capítulo trinta e um.

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A tarde tinha passado mais rápido do que Renata queria, estava tão cansada que dormiu a tarde inteira, nem viu o tempo passar, quando acordou estava tudo escuro, rolou na cama e viu um vulto do outro lado do quarto.

- Victor é você? - perguntou com a voz sonolenta.

O vulto se aproximou e Renata pode ver que não era Victor, estava muito escuro e não conseguia distinguir quem era, mas sabia que era uma mulher, não tinha os ombros e braços largos de um homem e não era tão alto quanto os homens da casa.

- Célia. - ela chamou esfregando os olhos, para ver se conseguia enxergar melhor o vulto a sua frente.

Um barulho no lado de fora do quarto assustou Renata, e ela se virou rapidamente para a porta. Quando se virou na direção onde estava o vulto, já não estava mais ali, havia sumido. O coração de Renata disparou e sua respiração começou a ficar irregular, olhou em volta e não viu nada, ninguém estava ali, se perguntou se estava vendo coisas. Será que era algum tipo de assombração? Renata começou a rir nervosamente, sequer acreditava nessas coisas, e ali estava ela questionando se tinha ou não, visto um fantasma. Sentou-se na cama e quando seus pés encostaram o chão, a porta do quarto se abriu e Renata soltou um grito.

- Ah!

No mesmo instante a luz se acendeu e Victor foi para o lado de Renata na cama.

- Está tudo bem meu amor? - ele sentou ao lado de Renata, e tirou uma mecha do cabelo dela que cobria parte do seu rosto.- O que aconteceu?

-Victor, tinha alguém aqui. Uma mulher!

Na mesma hora ele se levantou da cama e passou as mãos pelo cabelo, uma expressão de raiva começou a tomar conta de seu rosto.

- Mas que droga! - Victor gritou.

Renata podia sentir o quanto ele estava furioso, Victor começou a procurar pelo quarto todo, revistou todos os cantos e a cada minuto que passava ela ficava mais assustada e confusa. De repente, Victor olhou na direção da porta de vidro e Renata seguiu seu olhar, um calafrio percorreu sua espinha, quando percebeu que a porta estava entreaberta, ao mesmo tempo um sinal de alívio soou em sua mente, pelo menos não era um fantasma, afinal fantasmas não usam a porta, não é mesmo?

Victor saiu para a sacada e um minuto depois voltou para dentro, seu olhar ainda estava carregado de raiva, Renata estava duvidando que ele pudesse ver alguma coisa naquele estado.

- Nós vamos embora amanhã pela manhã! - ele falou com a voz seca.

- Mas porquê? Victor eu não quero ir embora. - Renata estava ainda mais confusa.

- Renata é muito perigoso você continuar aqui.- Victor sentou ao lado de sua noiva na cama, a abraçou tão apertado que Renata teve que empurrá-lo, para conseguir respirar novamente.- Meu Deus! Se ela tivesse te machucado, feito qualquer coisa contra você, eu nem sei o que faria. - Victor parecia confuso, com medo e ao mesmo tempo aliviado.

- De quem você está falando? Ela quem? - Renata tinha suas suspeitas, mas não queria acreditar que estava certa, decidiu então perguntar, precisava saber. - É Paola não é? Ela está aqui?

Victor a puxou de novo para os seus braços e apertou os olhos com força, ele inspirou fundo, e depois começou a falar com a voz um pouco mais calma.

- Sim, ela deve ter nos seguido até aqui. Pedro disse, que ela esteve aqui hoje de manhã, que procurou por mim.

Renata não queria acreditar no estava ouvindo, essa mulher não desistiria nunca? Mas Renata não era o tipo de mulher que deixava uma maluca interferir em sua vida. Ela estava determinada a lutar por sua felicidade, e não seria esta louca que impediria de ser feliz com o homem que amava.

Liberta-me  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora