"Estou preso injustamente."

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Pov Li

Faz uma semana que o Ross foi preso. Os primeiros dias custaram-me imenso. Eu não dormia, não comia, e simplesmente não falava com ninguém. Mas assim que saí do hospital, tomei uma decisão.

O Ross tinha-me enganado de uma maneira completamente absurda. Fez-me apaixonar por ele, fingiu estar tão assustado quanto eu em relação às mensagens do ameaçador e, sobretudo, matou o Beno.

Porquê? É tudo o que eu pergunto a mim mesma. O que tinha ele contra o Benjamin?Porque raio é que o matou e, um ano depois, veio atrás de mim?

Desde que ele foi preso ainda não o fui visitar. Apenas não consigo. Sinto que fui brutalmente traída pela pessoa em que eu mais confiava. Apesar de tudo eu amava-o ainda mais do que tinha amado o Beno, e, no final, ele faz-me isto.

A verdade é que me sinto magoada, muito magoada. O Ross brincou com os meus sentimentos, e por mais que queira, não posso perdoar isso. Sim, porque eu ainda o amo. Eu amo o assassino do Beno.

-Onde vais?- a Alexa pergunta-me. O Peter está mesmo atrás dela, com uma expressão preocupada no rosto. Devia ter pensado mais cedo que sair de casa com malas atrás de mim me denunciava.

Sorrio fracamente para os dois, enquanto ponho uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Vou voltar para o Havai.

(...)

Entro na minha casa calmamente. A verdade é que sentia falta deste ambiente sossegado onde sempre vivi.

Mal fecho a porta, vejo o meu irmão mesmo à minha frente.

Ele está mais alto. O seu cabelo está mais loiro, mais desleixado e maior. Mas resumidamente, o Dylan apresenta um ar mais descontraído e calmo.

-Lindsay?...Não sabia que voltavas hoje...ou algum dia.

-Decidi que o melhor, por uns dias, é estar em casa. Tenho de me afastar um pouco das pessoas a que me agarrei nos últimos meses.- respondo pausadamente.- A Tris está cá?

-Não.- ele diz, fitando os seus próprios pés.- Nós acabamos pouco depois daquela vez em que eu te liguei. Com tudo aquilo que aconteceu, eu percebi finalmente que ainda gostava da Alexa, e que ninguém podia tomar o lugar dela.

-Estás com sorte. Estive com ela nas últimas semanas.- anuncio, e a vontade é mais forte que eu: abraço-me fortemente ao meu irmão, sentindo-me em segurança. Ele é a minha família, e por mais porcaria que ele faça, eu vou sempre gostar dele.

Pov Ross

-Como é que estão as coisas em casa?- pergunto num tom monocórdico, enquanto observo os meus próprios dedos.

-Mal. Sentimos todos saudades tuas. A mãe chora todos os dias, e o Rocky também não ajuda, está sempre mal-humorado.- o Riker anuncia. Reparo que ele tem um ar cansado. Por baixo dos seus olhos instalaram-se olheiras profundas, e a pele dele está demasiado clara.

-E a Rydel, sempre se mudou com o Ellington?- pergunto. Desde que tinham começado a namorar, a minha irmã e o meu melhor amigo pensaram em ter uma casa só deles.

-Não, claro que não. A Rydel é a que mais tem apoiado a mãe. Está sempre com ela, não a deixa por um segundo. Eu compreendo, não deve ser fácil ter um filho na cadeia.

-Eu estou preso injustamente.- digo, esbugalhando os olhos. Eu quero desesperadamente que alguém acredite em mim, porque a verdade é que eu nunca matei ninguém. Nunca peguei numa arma.

Alguém está a tentar incriminar-me, e eu sei bem disso. Depois de tudo que ele fez, tenho quase a certeza que foi o ameaçador que me tornou o principal suspeito, para conseguir finalmente que eu me afastasse da Lindsay.

Porra, a Li. É-me impossível não pensar nela. Quando me deito, quando acordo, ela está sempre a vaguear na minha mente, a torturar-me por saber que ela não está bem por minha causa. Mas ela deixou claro que não me queria ver mais quando os agentes especiais foram ao hospital.

"-O quê?- perguntei, com a voz a falhar. A Lindsay estava petrificada, com os seus olhos postos nas algemas que agora eram apertadas à volta dos meus pulsos.- Ouçam, eu não fiz nada! Estão a cometer um erro!

-A arma que encontramos estava no seu quarto, e tinha as suas impressões digitais. Acho que estamos a agir muito bem, por acaso.- o loiro disse, levando-me para fora do quarto.

Com um movimento brusco consegui soltar-me dele, e corri para dentro do quarto do hospital, de novo.

As lágrimas corriam rapidamente pelo rosto da Lindsay, que estava mais pálido que a neve. As suas mãos tremiam de nervosismo, e os seus olhos, naquele momento, observavam o céu através da pequena janela da divisão.

-Lindsay, eu não fiz nada, tens de acreditar em mim. Sabes bem que eu nunca te magoaria!- gritei desesperado, e furioso com a situação em si. Eu não era nenhum assassino!

-Vai-te embora, Ross.- a morena disse, com uma voz trémula e baixa.

-Por favor, eu amo-te.- os agentes especiais tinham voltado para me levar. Enquanto eles me puxavam para fora do quarto, mais uma vez, lutei com todas as minhas forças para poder falar com a minha ex-namorada.- Eu também fui ameaçado pelo assassino, como podia ser eu? Por favor!...

-Tu não me enganas mais.- ela murmurou, comprimindo logo depois os lábios.- Tu és o ameaçador. Nunca, mas nunca mais ouses falar comigo."

-Ross?- o Riker chama-me, estalando os dedos mesmo à frente da minha cara.

-Tens visto a Lindsay?- interrogo subitamente. É mais forte que eu. Preciso de saber como ela está, porque a cada dia que passa, eu amo-a mais, mais e mais. Eu não a posso perder, de maneira alguma.

-Não...-o meu irmão mais velho sussurrou, cabisbaixo.- Ela voltou para casa.

-Como assim? Ela está com o Dylan?- subo o meu tom de voz só de pensar que ele pode voltar a magoá-la.

-Está. Vamos fazer assim, Ross: eu prometo que te ajudo a sair daqui, e prometo que vou andar de olho na Lindsay. Mas tu tens de descobrir de uma vez por todas quem te andou a ameaçar. Já deu para perceber que esse gajo não está para brincadeiras, até porque de certeza que foi ele que te pôs aqui.

-Não te preocupes. Daqui a uns tempos, quem vai estar atrás das grades é ele.


Olá meninas! Bem, desta vez o capítulo foi assim mais de diálogo e tal, mas era mesmo necessário que ele fizesse parte da história!

O capítulo hoje saiu uma hora mais cedo porque eu tinha uns compromissos e ficava-me difícil publicar as 15h, então bam, veio às 14h ahahaha!

Espero mesmo que tenham gostado! E mais uma vez, obrigada a todas que comentam, que votam, que dão a sua opinião. Sempre que vocês me apoiam e me elogiam eu torno-me uma escritora babada, como já disse milhares de vezes!

Muito obrigada por tudo, e até daqui a 15 dias!

Memories |Ross LynchOnde histórias criam vida. Descubra agora