"Tu prometeste."

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Fico paralisada em frente àquela campa. Um vento começa a fazer-se notar, fazendo com que os meus cabelos desarrumados esvoacem.

A verdade é que estava meia furiosa. Então, durante uma semana falei imenso com o Ross e ele nunca desabafou sobre isto, nós tínhamos ficado bons amigos e ele escondia-me uma coisa daquelas? Ah não, isso não podia ser assim.

O pai deles chamava-se Mark Lynch. A campa está decorada com simplicidade, o que eu pessoalmente adoro.

-Lindsay!- exclama Riker já sentado no carro.-Vem.

Faço o que ele diz e subo para o automóvel, em passos curtos e rápidos. Devo estar pálida, visto que isto me apanhara de surpresa, mas ele não parece reparar.

-Passas-me o meu telemóvel?- ele indaga, apontando para um compartimento perto do banco onde eu estou sentada. Abro-o e logo vejo um Iphone preto com uma capa cinzenta.

Dou-lhe para a mão o aparelho mas antes que a pudesse tirar ele aperta-ma. Nem percebera que ainda não tínhamos começado a andar.

-Bem me pareceu...- ele murmura olhando para a minha mão. A sua está muito mais quente o que me faz perguntar a mim mesma se estou doente.-Estás a tremer.

-Não estou nada.- nego mas a minha mão insiste em tremer freneticamente.

-Está tudo bem?- ele interroga com uma expressão séria, como se se preocupasse comigo.

-Sim, estou ótima!- exclamo, forçando um sorriso e libertando a minha mão da do loiro.

Ele liga o motor do carro e rapidamente este está na estrada. O meu olhar está bastante concentrado nas minhas mãos pequenas até que o Riker pára num semáforo e se vira para mim.

-Ele...-começa a dizer e engole em seco. Não acredito que ele tem medo de me magoar ao dizer que o Beno morreu.-...há quanto tempo?...

-Um ano e meio.- corto-o percebendo onde queria chegar.

-Deves ter-te sentido mesmo mal.- ele admite, focando novamente a sua atenção na estrada.

"Tu também, visto que há três anos morreu o teu pai.", penso, mas acabo apenas por dizer numa voz rouca e frágil:

-Sim, senti-me.

Ele morde o lábio inferior enquanto as suas mãos apertam o volante fortemente. Apertam tanto que até os nós dos dedos do loiro já estão brancos como a neve.

-Desculpa, eu...queria saber a verdade, mas nunca pensei que fosse isto.

-Não tem mal, Riker. Eu precisava de contar isto a alguém. Acredito que foste a pessoa indicada.-respondo e ele sorri de orelha a orelha enquanto eu forço um sorriso.-Mas por favor, não contes ao Ross.

-Não conto, prometo!-ele exclama, deixando-me um pouco mais aliviada. O Ross NÃO pode saber disto, não pode mesmo.

Desta vez, Riker liga o rádio, começando a dar uma música conhecida. Canto baixinho enquanto olho pelo vidro do carro.

Qando volto a olhar na direção do lugar do condutor, o Riker pega no telemóvel. Digita um número qualquer e espera que atendam.

-Estou? Mãe?- ele acaba por falar ao Iphone, sorrindo. Gostava de saber o que raio ele está a tramar.- Achas que uma amiga minha e do Ross pode vir jantar connosco a casa?

"Porra.", penso, esbugalhando os olhos. Dentro da minha cabeça espero que a mamã Lynch diga que não, mas logo o Riker põe-na em alta voz e eu ouço-a dizer:

-Claro!

Coro até à raiz dos cabelos. Pois, a sorte nunca está ao meu favor. Quando não quero estar com o Ross, tenho de estar com o Ross. Estúpida vida.

-Obrigado!- ele agradece e desliga.

-Não era preciso isso.- resmungo, semicerrando os olhos e cruzando os braços.

-Era sim, agora és minha amiga, Li.- ele responde e acho que por momentos ficou hesitante: se havia de me chamar Lindsay ou Li.-Anda, vamos entrar.

De súbito, estou dentro daquela enorme casa e só consigo ver uma figura quase cair em cima de mim.

-LI!- grita Ross, lançando-se para mim e abraçando-me. Claro que, nesta situação em que ele não me contou sobre a morte do seu pai, eu não retribuo o abraço, como andara a fazer durante uma semana.

-Olá, Lindsay!- exclama Rydel, abraçando-me também.

-Olá...- murmuro, fitando o chão branco e brilhante. Dois rapazes chegam-se à frente rindo-se para mim. Um deles (o alto e de cabelos castanhos) eu já conhecera, é o Rocky. O outro é parecido, mas nota-se que é mais novo. Ele estende a sua mão e eu aperto-a.

-Sou o Ryland.- ele saúda-me e beija-me as costas da mão. Pronto, já sei a quem ele sai: Ross.

-Olá, Ryland.

-E este é o Ell, Lindsay.- Riker diz, empurrando um rapaz de cabelos castanhos para a minha frente.-Não é da família, mas é como se fosse!

-E eu sou Stormie, querida.- uma mulher baixa e de cabelos longos e loiros diz por detrás de todos e eu só tenho tempo de forçar um sorriso e esperar que ela o veja.

Logo estamos todos reunidos à mesa, a comer uma boa comida feita por Stormie. A mãe dos Lynch tinha o dom de cozinhar e, por poucos segundos a refeição parecera saber-me a felicidade.

O Ryland continuara a piscar-me o olho e a mandar indiretas, mas eu ignorara-o por completo, assim como ignorara Ross durante todo o jantar. Tenho de admitir, todos eram muito simpáticos comigo, e acho que até gostava disso...

(...)

"-Beno!- exclamo sorridente, tentando-o abraçar, mas ele afasta-se.

-Tu prometeste.- ele diz com desprezo, afastando-se de mim e com um olhar de indignado.

-E eu não quebrei a promessa, Benjamin! Eu ainda te amo!- exclamo aflita, batendo com o pé naquela areia fina e macia.

-Quem é aquele, o Ross?- ele pergunta, dizendo o nome mal. Por momentos, acho que senti fúria e raiva dele, mas contive-me.

-Um amigo! Já não os posso ter, é?- reclamo tentando sair daquele sítio, mas o Beno agarra-me por um braço e puxa-me. O seu peito sobe e desce com a raiva acumulada, e os seus olhos parecem queimar-me a face. Ele não é assim, tenho a certeza.

-Amigos que escondem segredos?- ele pergunta mais a afirmar e eu calo-me. Ele tinha razão quanto àquilo.- Estou a tentar proteger-te daquele mundo, não faças asneira, Lindsay.

-Não vou fazer. Já me conformei com a ideia de me afastar dele.- respondo amargamente. O meu braço começa a doer imenso, visto que o Bernardo agarra-o com uma força surpreendente, como se o quisesse esmagar.

-Ainda bem.- ele responde, largando-me finalmente o braço, onde agora podia-se notar uma fina linha rosada."

Acordo encharcada de suor. Olho para o espelho e vejo que estou mais pálida do que o costume, e a minha respiração está descompassada. Parecia mesmo real, como se eu pudesse sentir a dor no meu braço, como se sentisse o seu toque...

Acendo a luz do meu candeeiro branco, ainda assustada. Mas tomara uma decisão.

Tenho dois motivos para me afastar do Ross: um deles, é o facto de ele me esconder segredos e o outro era o Beno. E era isso que eu ia fazer.

Ia afastar-me do Ross.

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Heyaa!!

Antes de mais,quero agradecer à NatachaCrista-R5,à BeaDrewBieber,à PatriciaLynch8,à Carolinactls,à sara_dd_limi e à anaa_R5 por terem comentado no último capítulo.Obrigada queridas <3

E obrigada também a todas as pessoas que votaram,mas,se puderem comentem,por favor :)

E PESSOAS LINDAS DO WATTPAD,A FIC GANHOU UM TRAILER!Podem vê-lo no meu canal,chamo-me Filipa Zamith e o título do vídeo é "Memories (a Ross Lynch fanfic)-Trailer"

Espero que tenham gostado deste capítulo e que gostem do trailer!

Beijinhoos

Memories |Ross LynchOnde histórias criam vida. Descubra agora