Memories |Ross Lynch

"Não percas aquela rapariga"

Mal podia acreditar no que tinha à minha frente. Estamos num coliseu, penso. Abaixo de mim encontram-se centenas de raparigas e rapazes, a dançar e a cantar ao som da música. Eu encontro-me num camarote, mesmo em frente do palco.

E lá estavam eles os quatro, a tocarem e a agradarem a todos os fãs. Como é que isto tinha acontecido? Quer dizer, os 5 seconds of summer estavam ali, à minha frente, ao vivo, a cantarem quando eu sabia que os bilhetes tinham esgotado há meses!

-Oh meu Deus, Ross, como conseguiste os bilhetes?- pergunto ao loiro enquanto eles tocam a Don't Stop.

Ele apenas sorri, olhando para eles e para mim de uma forma alternada.

-Digamos que eu conheço uma pessoas.- o Ross responde, piscando-me o olho esquerdo e pedindo logo de seguida que me divertisse.

Aliás, como já disse, só sorrio verdadeiramente com as minhas músicas. E eles faziam parte das minhas músicas, eram o centro, a base de tudo. Por isso...ya, podíamos dizer que eu estava muito divertida.

Já o concerto ia a meio quando começam a tocar a English Love Affair. 

-The way she looked was so ridiculous...- o Calum Hood, um rapaz alto, moreno, de cabelo escuro e olhos cor de chocolate canta, rindo-se para todos da plateia.

E é aí que algo acontece. O Calum olha diretamente para mim, para onde eu estava e lança-me um sorriso. Fico paralisada por uns momentos, talvez esteja a ter um ataque de fã histérica.

OMG, O CALUM HOOD SORRIU PARA MIM!

Mas ele não ficou por aí. Quando começaram a cantar a She Looks So Perfect entendi que, a meio do refrão, ele estava a piscar-me o olho. O Calum Hood está a piscar-me o olho!

-Olha para isto Ross!- grito e de tão eufórica que estou nem entendo o que acabo de fazer. Eu segurei a face do loiro por entre as minhas duas mãos. Coro rapidamente e volto a prestar atenção só ao concerto com a impressão de que, atrás de mim, o Ross está a rir-se.

As horas passaram a correr. Num momento eu estava a tirar a venda e agora eles já se despediam da multidão divertida e o concerto tinha-se acabado. Foram as horas mais espetaculares desde há um ano e meio.

-Obrigada, muito obrigada Ross! Sempre quis vê-los ao vivo!- exclamo agradecendo-lhe e, de súbito, faço algo inesperado. Lanço-me para o pescoço do Ross, ficando de biquinhas dos pés enquanto o abraço. Ele retribui-o, colocando as mãos na minha cintura assim que eu me afasto. Mas o que é que raio se tinha passado ali? Nem eu esperava aquilo vindo de mim.

-Hum...sabes, ainda há mais.- ele responde tentando fazer uma cara séria. Olho para ele esperando que ele diga o que é, mas em vão.

-Diz!- grito alegremente e ele abana a cabeça de forma a dizer não.

-Primeiro, vamos para o carro.

Ele conduz-me de volta para o exterior do coliseu, visto que ali eu não me orientava, por ter estado de venda todo o percurso de chegada.

O Ross leva-me por um corredor apertado e com um teto alto. Vejo portas e mais portas nas paredes, ele deve-se ter perdido.

-Tens a certeza que é por aqui?- pergunto enquanto ele me empurra com as suas mãos nas minhas costas.

-Yap- responde, enfatizando no p.

Continuamos a andar pelo menos uns breves dez segundos quando alguém salta de uma porta da direita, fazendo-me estremecer e gritar de susto. Quando recupero, ainda mais quero gritar, isto só pode ser um sonho.